sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Sul-Americana: Inter dentro, Grêmio fora

Foto: Divulgação/Vippcom


Guiñazu, Índio, Marcão e Bolívar se abraçam, depois do segundo gol.
Eu queria mais. Acredito que a maioria dos colorados também. No Gre-Nal 372, válido pela Copa Sul-Americana, disputado na noite desta quinta-feira, 28, no Olímpico, em Porto Alegre, Internacional e Grêmio empataram em 2x2, resultado que servia para os vermelhos avançar às oitavas de final da competição, por conta do saldo qualificado (gols fora de casa). Como também houve empate há duas semanas (1x1), no Beira-Rio, o time comandado pelo técnico Tite ganhou a vaga por ter feito mais gols na casa do adversário [2 contra 1] - primeiro critério de desempate.
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Mas, as circunstâncias da classificação é que não me agradam por inteiro. Vamos a elas. O Inter vencia o jogo por 2x0 e era extremamente superior no segundo tempo. Por que não manter o ímpeto e aplicar logo uma goleada para liquidar a fatura? Para quê recuar? O técnico colorado julgou que o melhor seria marcar mais em vez de jogar, explorando apenas os contra-ataques. Tirou o meia D'Alessandro para colocar Edinho, um volante de contenção. Deu no que deu. O comandante gremista, Celso Roth, fez o contrário. Tirou o primeiro homem do meio-campo, Rudnei para promover a entrada do atacante Perea. O tricolor gaúcho cresceu em campo, empatou no escore e poderia ter feito uma virada histórica, caso o clássico tivesse mais uns cinco minutos.
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O Grêmio tinha pouco a perder. Jogou com um time basicamente de reservas, com o objetivo de poupar os titulares para o Campeonato Brasileiro, do qual é o líder com considerável folga. Tudo bem, foi eliminado dentro de casa pelo maior rival em uma competição continental, mas sai de cabeça erguida, porque não foi derrotado em nenhum dos dois gre-nais, graças a capacidade fora do comum que este time do Inter tem de sair na frente do placar e ceder o empate depois. Foi assim nos outros dois clássicos de 2008. Foi assim contra o Flamengo, no último confronto pelo Brasileirão.
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Confesso que poderia ter sido pior caso o colorado fosse eliminado pelo Grêmio na noite desta quinta-feira.
Mas o Internacional precisará melhorar muito e jogar o que ainda não jogou, caso queira uma das quatro vagas à Libertadores do ano que vem, além do título da Sul-Americana. Para tal, Tite precisa ser menos retranqueiro para que ele perca esse medo absurdo de ganhar.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Entrevista com Felipe Pena

Crédito da foto: site de Felipe Pena



Felipe Pena de Oliveira é jornalista, professor e escritor. Atualmente, leciona no mestrado e doutorado em Comunicação na Universidade Federal Fluminense (UFF). É Doutor em Letras pela PUC-Rio, além de ser Pós-Doutor pela Université de Paris - Sorbonne III. Autor de oito livros, dentre os quais Jornalismo Literário e Teoria do Jornalismo, o pesquisador acaba de lançar sua primeira obra de ficção, um romance policial intitulado O Analfabeto que passou no Vestibular, pela editora 7 Letras. Os quatro primeiros capítulos podem ser lidos no próprio site de Pena na internet.
Adepto do polêmico conceito chamado de "Jornalismo de Ficção ou Ficção Jornalística", que causa aversão em muitos jornalistas na academia [que pensam ser contraditória a idéia de ficção numa área que busca a realidade dos fatos], ele concedeu entrevista exclusiva ao Blog. Com o objetivo de trazer para o leitor diferentes visões sobre os mesmos temas, optei por repetir as perguntas que fiz ao também jornalista, professor e escritor Edvaldo Pereira Lima.
Blog: Professor, na coluna de Celso Falaschi intitulada"Livro-reportagem ou reportagem grande?" publicada no site Texto Vivo,ele faz uma provocação a respeito do conceito equivocado que muitosestudantes de jornalismo têm sobre o tema. Tem muita gente pensandoque a criação não tem nada a ver com disciplina?
Felipe Pena: O Celso é um professor que eu admiro muito. A criação é fundamental. É preciso um espírito criativo e musical para enveredar pelo tema.
Blog: O professor Edvaldo Pereira Lima afirma que o gênero engloba apenas o real factual, seja na veracidade ou na verossimilhança, já que seus procedimentos operacionais são jornalísticos. Para ser mais completo do que as redações de jornais, o que o Jornalismo de profundidade deve buscar?
Felipe Pena: Agora eu discordo. Defendo a chamada ficção jornalística, que é um texto ficcional baseado em reportagens de jornal. Acho que a ficção pode falar muito melhor sobre a realidade. Fiz isso em meu último livro "O analfabeto que passou no vestibular". Dá uma olhada nele no site http://www.felipepena.com/
Blog: Quais são os teus livros-reportagens de cabeceira? E quais autores merecem toda a atenção e credibilidade no gênero?
Felipe Pena: Na cabeceira, só jornalistas que fazem ficção, como o Gabriel Garcia Marquez ou o Cony.
Blog: Qual seria a(s) diferença (s) de livro-reportagem para romance-reportagem?
Felipe Pena: Ambos têm compromisso com a realidade. Tentam repetir um pacto referencial que, na verdade, não existe. Por isso, prefiro a ficção jornalística.

Blog: Desde Hiroshima e Capote o movimento Novo Jornalismo parece ter lugar de destaque no gosto dos leitores. E atualmente, o livro-reportagem ainda tem espaço no mercado, levando-se em consideração também o boom da internet?

Felipe Pena: Tem espaço. Basta ver os lançamentos das editoras.
Blog: Normalmente ocorre uma grande confusão quanto aos conceitos. Jornalismo Literário, Literatura de Não-Ficção e Literatura de Realidade diferem em algum aspecto?
Felipe Pena: São conceitos diferentes. No meu livro "Jornalismo Literário" mostro como o primeiro é um gênero do discurso, tendo os demais com seus sub-gêneros.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Coluna "Eu Mereço" - por Alex Jordan*

Arte Gráfica: Zeca de Souza/TVE-BA

O irreverente cronista

As aparências enganam. Quem nunca passou por alguma situação que pudesse dizer isso?
· Pensou que o texto seria igual aos outros? Não vai ser!
· Aquela “loira” que estava no telefone com uma microssaia e nós quatro fomos ao encontro dela, e tivemos uma surpresa nada agradável.
· O Bahia em 94, todos juravam que o caneco já estaria em outras mãos. Raudinei provou o contrário.
· Este ano parecia que o pedido do hino “mais um”, do maior tricolor do país seria realizado. É... Não se pode ganhar todas!
· Certa vez, fui contratado para um estágio em uma assessoria. O chefe disse aos funcionários que chegaria uma gostosa. Já contei essa história, mas ela merece estar aqui, já que quem chegou para ocupar a vaga fui eu, e estou longe de ser mulher, que dirá gostosa.
· No dia em que fomos entrevistar o governador para um trabalho de rádio da faculdade, a primeira dama achou que meu estilo fosse Hip Hop! Quando não pensam que é Hip Hop, pensam que é Reggae. Para evitar confusão meu estilo é... Pagodeiro é sua mãe!
· Nos Estados Unidos, encontraram uma gata com 18 kg. Depois, descobriram que o felino obeso era macho. Tá bom, esse caso não tem nada a ver comigo, é só para descontrair.
· Esse sem sombra de dúvida é o que mais confunde as pessoas, apesar delas não acreditarem, nunca fumei. Minha lombra é genética.
· Primeiro dia de aula: pego o buzú às pressas e as letras garrafais Jorge Amado eram referentes à avenida e não à Faculdade.
· Show do Mukeka di Rato, acreditava-se que seria a bagaceira do ano. Se seis pessoas se aventuraram na roda foi muito.
· Pensei que escaparia sem lesões do show. Quem dera!
· A faculdade é um ambiente de disseminar conhecimento, onde surgem os maiores intelectuais, pensadores...
· Precisa mesmo continuar a frase acima?
· A parte do slide da apresentação de ontem era minha. Não, na verdade não era.
· Já tinha conseguido ir ao cinema com ela três vezes. Tudo bem que nenhum dos filmes foi bom. Mas era na companhia que estava interessado. Tempos depois e ainda não consegui levá-la uma quarta vez.
· No primário, descobri que Mercúrio era o planeta mais quente do sistema solar. No ginásio, Vênus passou a ser o mais quente. E no segundo grau, que Plutão nem planeta é.
· Achava que era tão esperto e que por observar tanto as pessoas, nenhuma seria capaz de me enrolar. Meia dúzia de piriguetes depois, descobri o porquê da fase: nunca diga que dessa água não bebereis. Bem, não sei se a frase é bem assim, afinal não sou religioso.
· Falando em religião, ao freqüentar a igreja, aos 13 anos, tudo indicava que meu futuro seria ser pastor.
· Aquela caminhada desesperada, suando frio. O esfíncter parecia que não iria reter as fezes. Já esperava a tragédia mal-cheirosa. Mas, por milagre, cheguei ao banheiro a tempo.
· O fora mais doloroso que levei: aquele “é só amizade”, com certeza é a prova cabal da expressão da primeira frase. Apesar de fazer tanta questão em conversar, de ficar ao meu lado, de perder o ônibus para continuar a conversa... Chega, vou chorar!
*Alex Jordan tem 22 anos e é estudante de jornalismo no Centro Universitário Jorge Amado, em Salvador-BA. Colabora semanalmente com o Blog desde 2007, quando o domínio pertencia ao Terra Portal.

Exclusiva: blog publica entrevista com o jornalista, escritor e professor Felipe Pena nesta quinta-feira

Crédito da foto: site de Felipe Pena


Depois do jornalista, escritor e professor Edvaldo Pereira Lima, a vez agora é de Felipe Pena de Oliveira, que exerce as mesmas atividades do primeiro entrevistado aqui do Blog. Ele leciona no mestrado e doutorado de Comunicação da Universidade Federal Fluminense (UFF), além de ser Doutor em Letras pela PUC-Rio e Pós-Doutor pela Université de Paris - Sorbonne III. Autor de diversos livros na área, entre os quais, Teoria do Jornalismo e Jornalismo Literário, ambos pela Editora Contexto, ele está prestes a publicar o seu primeiro livro de ficção, intitulado O analfabeto que passou no vestibular pela 7 Letras, um romance policial.
Você lê a entrevista aqui no Blog, nesta quinta-feira, 28.

Centro Universitário UniJorge, a Disney e a piada do ano

Crédito da imagem: Estúdios Walt Disney
A direção acadêmica e os responsáveis pelo planejamento de comunicação do Centro Universitário UniJorge - nova nomenclatura das Faculdades Jorge Amado, de Salvador, só podem estar de brincadeira. Em vez de aplicar os pomposos recursos que fazem da instituição uma das mais caras da região Nordeste em infra-estrutura, requalificação profissional, extensões e pesquisas, acabam de anunciar a Disneylândia como um dos "Novos Destinos" do Programa de Intercâmbio 2009.1
É isso mesmo. Está lá, no site oficial: "o Programa Internacional da Disney, no qual os estudantes podem estudar e trabalhar, no Walt Disney World Resort enquanto realizam cursos credenciados pelo American Council on Education (ACE), além de alguns cursos exclusivos nos bastidores que oferecem uma incrível rede de oportunidades de contato com os líderes da Disney". Baita intercâmbio...
Moral da história e/ou desenho animado: você viaja para a Disney pensando que fará um grande investimento na carreira, vira um Pateta, cai da onda como um Pato Donald e retorna para Salvador Pluto da vida.
Resta descobrir quem é o Tio Patinhas que lucra com toda essa história...

Entrevista com Edvaldo Pereira Lima


Por Murilo Gitel
Jornalista, escritor e professor, Edvaldo Pereira Lima (foto) nasceu na pequena cidade de Columbia, no interior do Paraná. Ao conhecer boa parte do país viajando durante à infância e adolescência, ficou fascinado pelas reportagens da revista Realidade, responsável por estimular o então garoto sonhador a escrever. Aos 15 anos de idade, a miopia interrompeu o outro sonho: o de pilotar jatos transcontinentais, mas não foi suficiente para impedi-lo de se tornar uma das mais respeitáveis referências bibliográficas na área da comunicação.
Graduado em jornalismo e turismo, fez Mestrado e Doutorado em Ciências da Comunicação na Universidade de São Paulo (USP), onde leciona na Escola de Comunicação e Artes (ECA). Autor de vários livros, dentre os mais destacados O que é Livro-Reportagem e Páginas Ampliadas, o principal foco do pesquisador abrange o Jornalismo-Literário (livro-reportagem), a Literatura da Realidade e as Histórias Orais de Vida.
Radicado em São Paulo, ele concedeu uma entrevista por e-mail para ser utilizada no seminário sobre Livro-Reportagem que Alex Jordan e eu apresentamos na noite de terça-feira, 26, no Centro Universitário UniJorge, para a disciplina Elaboração de Projetos, mas como recém retornou de viagem, só pôde me enviar as respostas na manhã desta quarta-feira, 27. Ele me adiantou que dentro de poucas semanas já estará circulando a quarta, ampliada e atualizada edição do Páginas Ampliadas, também pela Editora Manole. Haverá um capítulo novo sobre Jornalismo Literário, trazendo fundamentos essenciais.
Blog: Professor, na coluna de Celso Falaschi intitulada “Livro-reportagem ou reportagem grande?” publicada no site Texto Vivo, ele faz uma provocação a respeito do conceito equivocado que muitos estudantes de jornalismo têm sobre o tema. Tem muita gente pensando que a criação não tem nada a ver com disciplina?
EDPL: A prática do Jornalismo Literário e do livro-reportagem exige a combinação dessas duas qualidades. Você precisa ter disciplina, capacidade de planejamento e execução de uma tarefa de longo alcance, para poder dar conta da complexidade que é escrever uma matéria de fôlego. Você precisa estudar o assunto, informar-se, familiarizar-se, levantar informações, compreender com propriedade o tema subjacente ao assunto. Depois, precisa pensar bem na pauta, partir para entrevistas, captação e observação com um desenho na sua mente do que pretende buscar. E finalmente, precisa também ter disciplina, dedicação, empenho para escrever e editar. Ao mesmo tempo, precisar ser criativo no sentido de encontrar ângulos diferentes para captar e compreender o mundo e para escrever a história que tem para contar. Criatividade nada tem a ver com a ficção, aqui, nem com a invenção. Tem a ver com um olhar diferenciado para captar e expressar o mundo com imaginação, sem escapar da realidade e sem embarcar no mundo ficcional.
Blog: Em “O que é livro-reportagem” o senhor afirma que o gênero engloba apenas o real factual, seja na veracidade ou na verossimilhança, já que seus procedimentos operacionais são jornalísticos. Para ser mais completo do que as redações de jornais, o que o Jornalismo de profundidade deve buscar?
EDPL: Deve buscar compreender os fatos, as circunstâncias e a realidade sob foco, numa pauta, sob uma ótica de complexidade. Isto é, deve focalizar a realidade como sendo constituída tanto por fatores objetivos, externos, concretos, quanto por fatores subjetivos, internos, sutis. Para isso, o autor deve desenvolver em si mesmo a capacidade de ler e compreender o mundo tanto pela via da lógica e do pensamento racional quanto pela via da intuição e da emoção. Inteligência racional e inteligência emocional devem andar juntas, num autor de Jornalismo Literário. Um escrito assim é tanto inteligente e lógico quanto sensível e intuitivo, em alguma medida.
Blog: Quais são os teus livros-reportagens de cabeceira? E quais autores merecem toda a atenção e credibilidade no gênero?
EDPL: Os meus, de cabeceira, são "Fama & Anonimato", do Gay Talese, "Um Adivinho Me Disse", de Tirziano Terzani, "A Vida Que Ninguém Vê", de Eliane Brum, e meu próprio "Ayrton Senna: Guerreiro de Aquário".
Além desses autores, há muita gente boa no campo do Jornalismo Literário: Tom Wolfe, Caco Barcellos (em seu livro "Abusado"), Joseph Mitchell, Susan Orlean, John McPhee, Paul Theroux (em narrativas de viagem), Lillian Ross, Joan Didion.
Blog: Qual seria a(s) diferença (s) de livro-reportagem para romance-reportagem?
EDPL: O primeiro é uma obra jornalística (isto é, conteúdo verdadeiro) com estilo narrativo literário(isto é, texto esteticamente bem construído). O segundo é uma obra de ficção que se estrutura como se fosse reportagem.
Blog: Desde Hiroshima e Capote o movimento Novo Jornalismo parece ter caído no gosto dos leitores. E atualmente, o livro-reportagem ainda tem espaço no mercado, levando-se em consideração também o boom da internet?
EDPL: Claro! É só ver o interesse crescente das editoras brasileiras em publicar livros-reportagem, especialmente da categoria biografia. É só ver as matérias de várias páginas de Eliane Brum publicadas na revista Época. É só ver as matérias em estilo de Jornalismo Literário publicadas nas revistas Piauí, Brasileiros, Rolling Stones Brasil e Trip.

Blog: Normalmente ocorre uma grande confusão quanto aos conceitos. Jornalismo Literário, Literatura de Não-Ficção e Literatura de Realidade diferem em algum aspecto?

EDPL: Não há confusão. São nomes diferentes fazendo referência ao mesmo fenômeno: a prática de um jornalismo que vai mais fundo do que o jornalismo convencional e que prima por uma excelência narrativa que lhe dá uma legítima qualidade literária.

Edvaldo Pereira Lima também tem um site na internet, o Texto Vivo, onde há artigos e fotos a respeito do Jornalismo Literário.


segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Dos seminários e da falta de organização

É impressionante a falta de atividades interdisciplinares em boa parte das faculdades brasileiras. Nesta terça-feira, 26, por exemplo, apresento um seminário em parceria com o colega Alex Jordan, a respeito do "Livro-Reportagem", por volta das 21h, para a disciplina "Elaboração de Projetos". 48 horas depois, na quinta-feira, 28, Alex e eu ganhamos o reforço das colegas Daiane Sales e Michelle Brazil para a apresentação de outro seminário, dessa vez sobre a renúncia do ex-presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, para a matéria "Mundo Contemporâneo".
Haja boa cabeça para armazenar tanta informação e fazer todos os trabalhos com a qualidade devida.
Uma reunião de professores para determinar datas alternadas resolveria o problema.
Mas parece mesmo que existem mentalidades que fazem questão de complicar o que é simples.

domingo, 24 de agosto de 2008

Um bom restaurante árabe em Salvador


A propaganda aqui no blog é gratuita. E se é gratuita, a conclusão é a de que o ambiente é de fato muito bom. O restaurante árabe Califas, inaugurado há pouco tempo no Shopping Barra, em Salvador está de parabéns tanto pelo atendimento, quanto pela qualidade do serviço prestado. Simples e discreto, o lugar é de primeiro nível. Um Kafta ao molho de queijo sai por apenas R$25. Os quibes e esfirras também são de qualidade e o chope sempre gelado.
O teto baixo e os espelhos ao fundo dão o tom da arquitetura típica do Oriente Médio e uma noção de grandeza.
É uma indicação.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Tatuagem


Composição: Chico Buarque e Ruy Guerra

Quero ficar no teu corpo feito tatuagem
Que é pra te dar coragem
Pra seguir viagem
Quando a noite vem

E também pra me perpetuar em tua escrava
Que você pega, esfrega, nega, mas não lava

Quero brincar no teu corpo feito bailarina
Que logo te alucina, salta e te domina
Quando a noite vem

E nos músculos exaustos do teu braço
Repousar frouxa, murcha, farta, morta de cansaço

Quero pesar feito cruz nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas, no fundo gostas
Quando a noite vem

Quero ser a cicatriz risonha e corrosiva
Marcada a frio, a ferro e fogo
Em carne viva

Corações de mães, arpões, sereias e serpentes
Que te rabiscam o corpo todo
Mas nem sentes

Veja o vídeo e ouça a música

O vôo da Fênix

Foto: Agência EFE


Um gosto de ouro...
De afastada do esporte por conta de doping à campeã olímpica. A vida de intensidades de Maurren Maggi, de 32 anos, especialista em salto em distância revelou mais uma grande emoção nesta sexta-feira, 22, quando depois de cinco saltos ela voou para atingir os 7,04m, o que faz dela a primeira brasileira a ganhar uma medalha de ouro em Olimpíadas em esportes individuais.
Com a façanha, ela renasce das cinzas, como a Fênix e entra para a história do esporte brasileiro.

Bronze de Tolo

Foto: Agência Reuters

Promovido a titular, o atacante Jô (foto à dir.) fez dois dos três gols do Brasil.
É um bronze de tolo este da Seleção Brasileira masculina, em Pequim. O tolo do bronze? Dunga - que foi também anão em mentalidade. Na manhã desta sexta-feira, 22, ele fez o que deveria ter feito contra a Argentina: escalou o time com dois atacantes, sendo Ronaldinho Gaúcho mais avançado, ao lado de Jô. O Brasil marcou no campo do adversário, forçou os erros dos belgas e acabou goleando com facilidade, garantindo um digno terceiro lugar.
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No entanto, com o elenco desta Seleção Olímpica, o resultado esperado não poderia ser outro diferente do ouro inédito. Mas o planejamento tático e a escalação do técnico brasileiro contra a Argentina pecaram pelos excessos de covardia. O Brasil teve medo de arriscar, de ousar e de ganhar. E perdeu justamente quando não podia perder.
Resta assistir a final entre Argentina x Nigéria.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Luxa de quatro...

Foto: Lucas Uebel/Vippcom

O zagueiro artilheiro Índio, autor de dois gols é festejado pelos companheiros.
Reabilitar-se de uma crise com uma goleada: não tem preço.
Golear o poderoso Palmeiras num Beira-Rio lotado: não tem preço.
Ouvir a narração parcial, forçada, quase morrendo de Cléber Machado quatro vezes: não tem preço.
Ver o arrogante do Luxemburgo 'com cara de caneca' ao tomar quatro, um show de tática e um banho de bola: não tem preço.
Aplicar um legítimo 'chocolate' num time paulista, favorito ao título: não tem preço.
Inter 1, 2, 3, 4. Palmeiras 1.
Bom demais!

Estranho sequestro

Em tom dramático, a apresentadora do Jornal Nacional, Fátima Bernardes, anunciou na edição desta terça-feira, 19, que uma equipe de reportagem da TV Globo foi feita de refém de integrantes do Hezbollah (Partido de Deus), no Líbano. Segundo a matéria, os correspondentes Marcos Losekan e Paulo Pimentel, além do jornalista brasileiro Tariq Saleh, colaborador da Folha de S. Paulo foram mantidos reféns durante cinco horas, ao sul de Beirute. A idéia inicial dos repórteres, de acordo com o que foi veiculado era registrar uma lanchonete inusitada, de nome "Pães e Armas", totalmente tematizada na guerra.
De repente, alguns homens chegam ao local e pedem para que os jornalistas se dirijam a um carro, onde têm os equipamentos apreendidos e passam por uma série de interrogatórios, até ser obrigados a partir no primeiro avião para Londres. De acordo com Saleh, em seu blog, não houve nenhuma agressão e/ou tortura física, apenas "moral".
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Confesso duvidar de boa parte das intenções da equipe da Globo. Eles têm mesmo a mania de querer andar acima da lei, por mais que as regras não sejam institucionais do Estado. Foi assim no caso Tim Lopes. Adotando a prática criminosa da câmera escondida (prática comum na vênus platinada), o repórter julgou que poderia passar um bom tempo no Complexo do Alemão, no Rio, fazendo imagens da exploração sexual infantil nos bailes funk's de um morro carioca. Deu no que deu. Na semana passada, o judeu Marcos Losekann e cia pensaram que poderiam "achar furos espetaculares" de reportagem no subúrbio da capital libanesa, mundialmente conhecido como território sede do Hezbollah.
Eu duvido muito que o objetivo dos 'jornalistas acima do bem e do mal' fosse apenas fazer uma matéria a respeito de uma lanchonete 'bélica' onde os sanduíches shawarma e falafel são vendidos a um preço abaixo do Mc Lanche Feliz... Foram eles que produziram o conflito. O excesso de coragem ou coragem desnecessária poderia render-lhes a morte. Mas a Globo e boa parte de seus profissionais não pensam na vida e na morte, apenas no grande furo.
O curioso é que eles falam no Hezbollah única e simplesmente como um "grupo de terroristas islâmicos". É o cúmulo da ignorância. Alô Otávio Frias Filho, alô Ali Kamel: não existe fundamentalismo islâmico, porque o Islã não prega a guerra e a discórdia no Corão. O que ocorre é a existência de milícias de fanáticos que aplicam seus ideais em nome do Islã. É a interpretação ignorante das palavras de Maomé e Alá. Além disso, o grupo que atua no Líbano é dividido nas áreas política e militar ou miliciana. O povo no Líbano ama o Hezbollah, que desempenha duas dezenas de papéis sociais nas áreas mais carentes do país. É muito mais do que uma luta contra o Estado de Israel.
Outra curiosidade bastante interessante é que as "ações terroristas" do Hezbollah são tidas como algo de outro mundo pelos repórteres da Globo. Eu pergunto: o Rio de Janeiro, que vive uma guerra civil há anos, não estaria dominado por grupos terroristas? Do contrário, o que são as milícias que atuam nos morros do Rio de Janeiro? E as chacinas cada vez mais constantes comandadas por militares em Salvador? Porreta isso. Quando é no Oriente Médio chama-se de terrorismo. Quando é na pátria das bananas, chama-se de criminosos. Que beleza, hein?
Ademais, não faço parte do senso comum que vê uma situação como a de Losekann, Pimentel e Saleh como coitadinhos. Reparem que há uma câmera escondida na matéria. Ela registra o momento do suposto sequestro. Eles cometeram um crime também, não interessa em nome de quê. Está lá na Constituição. Todos têm direito a privacidade. A Globo é a rainha da violação deste direito. Se alguém acha errado, que lute para mudar o que reza a lei.
Mas eu tenho a certeza de que o que os jornalistas queriam mesmo, era morrer como mártires.
O Hezbollah julgou que sequer valeria a pena.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Aluna da Ufba é estuprada no Campus de Ondina

Foto: Arestides Baptista/Agência A Tarde


Estudantes protestaram por segurança na tarde desta terça-feira
Uma estudante da Universidade Federal da Bahia (Ufba) se dirige à faculdade, no início da manhã desta terça-feira, 19, para mais um dia de aula. Ela não sabe que será estuprada. Foi o que ocorreu, depois de ter sido rendida nos fundos da faculdade de Dança, seguindo pelo prajeto que liga ao atalho entre os prédios das faculdades de Letras e Dança. O criminoso conseguiu fugir. Segundo a informação da delegada da 14ª delegacia da Barra, Vânia Matos, a estudante afirmou ter sido violentada porque não portava objetos de valor e dinheiro.
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Na tarde desta terça-feira, cerca de 100 estudantes se reuniram na Reitoria da instituição para protestar contra a falta de segurança no local, onde ocorrem constantes assaltos. Os manifestantes petendem realizar nesta quarta-feira, 20, um ato público de protesto pela falta de segurança nos campi da Ufba, em frente à faculdade de Dança. Às 11h, os estudantes devem se reunir em assembléia para discutir o assunto, na reitoria.

O último samba

Crédito da foto: G1


Para alegria do sogro Maradona, Aguero (foto) marca dois e ajuda a eliminar o Brasil.
O sonho acabou. Com uma postura acovardada em campo, a Seleção Olímpica do Brasil acabou goleada pela Argentina pelo placar de 3x0, na manhã desta terça-feira, 19, e está eliminada da conquista do inédito ouro olímpico. Aguero duas vezes e Riquelme marcaram o gol do jogo. Los Hermanos fazem a final contra a Nigéria, enquanto o time comandado por Dunga disputará a medalha de bronze, na sexta-feira, contra a Bélgica.
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É impressionante a incapacidade de Dunga diante da qualidade dos jogadores que têm em mãos. De que adianta dois volantes do nível de Hernanes e Lucas, um lateral-esquerdo diferenciado como Marcelo, meias habilidosos como Ronaldinho Gaúcho, Anderson e Diego, e atacantes do porte de Rafael Sóbis e Alexandre Pato, se o técnico prefere jogar no próprio campo de defesa, com um único atacante isolado na frente???
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A Seleção Brasileira chegou com perigo apenas duas vezes em todo o jogo: foram as duas bolas na trave, uma com Sóbis e a outra com Ronaldinho Gaúcho. No mais, a Argentina sempre procurou o gol brasileiro, mas com organização, sem se descuidar defensivamente, anulando as três fontes possíveis de desequilibrar pelo lado brasileiro: Marcelo, Ronaldinho Gaúcho e Diego. A vitória do nosso maior rival é justa e poderia ser ainda mais dilatada, não fosse o preciosismo do craque Lionel Messi, que poderia ter feito o quarto gol nos minutos finais da partida.
Permanecemos sem nunca ter conquistado um único ouro olímpico no futebol masculino. Para completar, estamos prestes de ver a Argentina conquistar o bi...
Perguntinha: Dunga será o técnico do Brasil na Copa do Mundo de 2010?

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Saudade de Alagoinhas


Já estou com saudades de Alagoinhas. Que cidadezinha agradável! O único contratempo que tive por lá no último final de semana foi uma pane no notebook, o que impossibilitou a publicação das reportagens que eu tinha prometido para vocês aqui no blog. 'Desculpe nossos transtornos técnicos' (risos)...
Alagoinhas tem uma população estimada em aproximadamente 150 mil habitantes. É próxima de Feira de Santana e Catu, a cerca de 200Km da capital Salvador. Há uma pizzaria muito boa por lá, de nome Milanno. O chopp servido no lugar é proveniente da fábrica da Schincariol, instalada naquele município. Dá água na boca só de lembrar.
O estádio Antonio Carneiro é um dos melhores da Bahia. Passa por reformas atualmente, contando já com 40% de cadeiras nas arquibancadas. O time da cidade, o Atlético, disputou o Campeonato Baiano da Série C em 2008, mas não conseguiu passar da primeira fase. Conversando com o presidente do clube, Queiróz, fiquei sabendo que a prefeitura local não contribuiu com um centavo sequer na campanha do "carcará" durante à competição. Que coisa!
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No entanto, as pessoas comentam que a atual administração municipal melhorou a cidade de forma considerável, embora não tenha apoiado o esporte em Alagoinhas.
De qualquer modo, estou com muita vontade de retornar, o que deve acontecer no final do mês que vem. Gosto muito do jeito de ser interiorano, sereno e pacato. Sem essa loucura extramamente capitalista e urbana das grandes metrópoles.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Enfim, o ouro: Cielo faz história em Pequim

Crédito da foto: Site G1


Brasileiro vence a final dos 50m livres da natação masculina em Pequim, bate o recorde mundial, conquista o primeiro ouro olímpico para a delegação brasileira nas Olimpíadas da China e, ao mesmo tempo, torna-se o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha de ouro na natação em jogos olímpicos. O tempo? 21 segundos e 30 milésimos.

Direto da "Terra da Laranja"

Foto: Portal Alagoinhas

Velhas ruínas da "terra da laranja".
Viajo para Alagoinhas, cidade do interior localizada no leste baiano, na tarde deste sábado, 16. Vou a trabalho, representando a Assesssoria de Comunicação do Galícia Esporte Clube, que joga naquele município no domingo, 17, às 15h, contra o Camaçariense, em partida válida pela terceira rodada do Grupo 1 do Campeonato Baiano da Segunda Divisão. Meu objetivo é estreitar os laços do azulino com a população local, visitando os meios de comunicação da "terra da laranja".
Como irei amanhã e só retorno para Salvador no domingo a noite, aproveito para conhecer o lugar e fazer algumas matérias por lá, com o objetivo de publicá-las tanto aqui no blog quanto nas mídias do granadeiro da capital.
Viajar é bom demais!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Defronte ao Forte


Defronte ao Forte de Monte Serrát, na divisa do bairro homônimo com a praia de Boa Viagem, me pego sentado num banco de concreto, fitando o horizonte repleto de navios da Baía de Todos os Santos, assaltado vez ou outra por fantasmas indecisos entre o passado e o presente. Ah, as lembranças! Como elas ganham meus pensamentos nos raros instantes em que dou uma pausa para as preocupações da correria diária.

Lembranças de minha infância sadia em um ambiente conturbado, a exemplo das vezes em que precisava ter cuidado para não pisar nos cadáveres dos meninos assassinados nas escadarias do Jardim Aparecida, enquanto minha mãe passava comigo rápido me dando a mão para me levar a escola. Lembranças do terreno de nossa casa simples, repleto de árvores frutíferas: goiabeira, bergamoteira, laranjeira e limoeiro. O ruído do motor do Dodge Polara de meu pai, indicando que ele estava chegando do trabalho. As discussões intermináveis com minha mãe e os bons momentos também, “para não dizer que não falei das flores”.

O cachorro Yago, carinhoso e serelepe, e as noites sem dormir por conta das procissões funéreas dos descendentes açorianos da Barra da Lagoa, com aquela cantoria triste e o povo vestido de preto. A falta do gás e a escassez do leite, mas sempre a permanência do pão sobre a mesa. Meu jeito introspectivo de ser. Os modelos positivos e negativos de minha herança genética, que eu penso ter conseguido filtrá-los. Todas as minhas paixões: café bem quente e forte, o Internacional, a música e a minha opção pouco inteligente pelas mulheres extremamente inteligentes. O Axé que recebi do Caboclo Raio de Sol num ritual de Candomblé, em Salvador. A alegria de fazer um filme com os colegas de faculdade: Caboclo pediu, alabê tocou. O germinar da semente do primeiro livro e as dificuldades de se tocar nas feridas da Ditadura.

Todos os meus versos imperfeitos. O orgulho pela demonstração de coragem. Meu flerte juvenil com o PT, o namoro cheio de amor e ódio seguido pelo pedido de divórcio, que resultou no juntar de escovas de dente com o PC do B... O desenvolvimento do meu senso crítico. A chegada pela frente do menino de Alvorada à academia. A matança dos dez leões por dia e a certeza boa de estar contrariando as estatísticas. O dedo na cara. Todas as injustiças que cometi e as pedradas que me acertaram o peito. Meus amores impossíveis e a fase de encarar a realidade. As reflexões ante a Geração Coca-Cola e a Geração Cocaína. O reflexo do neon azul do Hotel da Ribeira. O Líbano despedaçado. O Líbano reconstruído. A águia bombardeada.

A lembrança de que todos estes momentos sempre permanecerão eternos, como páginas perpétuas no livro de minha vida.

Mundo Contemporâneo ou um Conto Americano?


[...] o macho, adulto, branco sempre no comando/e o resto é o resto - O Estrangeiro - Caetano Veloso
É difícil lutar contra o conservadorismo acadêmico. Na faculdade de jornalismo, neste sétimo e penúltimo semestre da graduação, temos observado a incoerência de algumas ementas, sobretudo em relação a uma importante disciplina - Mundo Contemporâneo - fundamental para o entendimento dos conflitos e demais relações entre os povos. A professora é competente e vem da área de Relações Internacionais, mas eu particularmente discordo da metodologia teórica prevista para ser aplicada neste semestre, por um motivo bem simples: estudaremos apenas as visões de mundo dos norte-americanos. Por que?
Nada contra os badalados Fukuyama e Huntington, mas seria mais congruente caso também pudéssemos ter acesso aos pensamentos dos intelectuais africanos, brasileiros, árabes, ou seja, também os não-norte-americanos. Trouxe a discussão para a sala-de-aula, porque pesquiso bastante e sei que o mundo extrapola o país do Mc Donald's, da Coca Cola e do Burguer King. A professora, bem intencionada, explicou que adora a visão de mundo contemporâneo destes dois autores, mas confessou "se sentir uma farsa" como profissional desta disciplina, por conta da ausência de uma base teórica mais ampla, eu diria global.
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Eu penso que a expressão "uma farsa" é um exagero de humildade e auto-crítica da educadora, a medida que a mesma também faz parte deste ambiente um tanto centralizador que é a academia, mas também acredito que precisamos aproveitar o avanço tecnológico e a globalização cada vez mais intensa da informação para quebrarmos esses grilhões, atingindo ao máximo de fontes possíveis de conhecimento, não nos limitando aos estudos e interesses de grupos hegemônicos e imperialistas.

Empate ruim

Foto: Valdir Friolin/Agência RBS - 13/8/2008

O estreante meia argentino D'Alessandro teve atuação discreta.
Empatou o Gre-Nal nº371, realizado no Beira-Rio, em Porto Alegre, na noite desta quarta-feira, 13, em partida válida pela Copa Sul-Americana. O resultado de 1x1 acabou alegrando a metade azul do estado, porque o Grêmio colocou em campo um time de reservas [com a exceção do zagueiro Léo, autor do gol de empate], com o objetivo de poupar os titulares para o Campeonato Brasileiro. Além de encarar o Inter na casa do inimigo, os gremistas ainda conseguiram marcar um gol fora do próprio domínio, e como o regulamento prevê o saldo qualificado, jogarão por um empate de 0x0 no Olímpico, dia 28, para eliminar o rival e seguir em frente na competição.
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É complicado entender as dificuldades que o colorado gaúcho tem enfrentado neste segundo semestre do ano. Um clube com a estrutura de ponta que tem o Internacional, com uma folha de pagamento milionária e um grupo de jogadores nacionalmente conceituados não consegue deslanchar. Para completar, o técnico Tite ainda complica. Implementa de última hora um esquema 3-5-2 na equipe. Ora, sabe-se que esta é uma formação que exige muito tempo de treinamento para implantá-la. Os alas precisam fazer também a função de meio-campistas, bem como um dos zagueiros precisa treinar a sobra, fazendo a função de último homem (líbero).
Mas Tite resolveu mudar radical e justamente no Gre-Nal, em vez de botar o time num tradicional 4-4-2 (leia-se feijão com arroz). Deu no que deu. Depois de o Inter conseguir ficar na frente, graças a um pênalti sofrido por Guiñazu, o Grêmio chegou ao empate, numa bola aérea, por erro de posicionamento da defesa. Jogar com três zagueiros altos e levar um gol de cabeça dentro da área é dose!!!
Já dizia um ditado popular do futebol: "cabeça de técnico é que nem bundinha de neném: a gente nunca sabe o que está por vir..."

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Confesso que joguei no grampinhonao.com


Quando um colega me mostrou a novidade, logo pensei: será que a desempregada Rita de Cássia Sampaio de Souza, de 46 anos, que ficou conhecida nacionalmente depois de tentar assassinar o deputado federal ACM Neto (foto) em dezembro de 2006, quando este saía de seu escritório, no bairro Pituba, em Salvador teve tempo de desenvolver o site www.grampinhonao.com?
A dúvida permanece comigo até agora, mas não me impediu de jogar o game via Web. Fiz cerca de 2.500 pontos e, ao menos virtualmente, fiquei com a sensação de que o principal herdeiro do Carlismo pode ser derrotado nas eleições de outubro. Para quem não sabe, ele é candidato a prefeitura da capital baiana. De acordo com as três pesquisas de intenção de voto divulgadas até então, o candidato do (Dem) ou seria (Demo?) lidera todas, bem como o último candidato do velho babalorixá da política do dendê, Paulo Souto liderou as mesmas simulações antes de tomar uma 'porradona' nas urnas há dois anos.
Bora jogar?

Urubu entra em uma das turbinas e avião da Gol precisa retornar para o aeroporto de Salvador


Que coisa!
92 passageiros e seis tripulantes do vôo 1777 da Gol, que viajavam pela rota Salvador-Guarulhos tiveram um susto na manhã desta quarta-feira, 13, quando o comandante da aeronave informou que teria de retornar ao Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, depois de já ter tomado o rumo de São Paulo. O motivo? Um urubu entrou em uma das turbinas do avião. De acordo com a Empresa de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), o vôo foi cancelado.
Há muito que se fala da quantidade de animais nas proximidades da pista do aeroporto de Salvador. São cachorros, cabras e agora até mesmo urubus que se instalam naquelas cercas localizadas ao lado de onde os aviões alçam os vôos. Parece que terá de ocorrer uma tragédia para que as autoridades (ir) responsáveis tomem alguma providência, como já é de praxe aqui no Brasil.

Gre-Nal na China termina empatado


A montagem gráfica acima destaca os principais astros do Gre-Nal 371: os meias estreantes D'Alessandro (à esq.) e Souza, com o auxílio das prováveis escalações dos times para o clássico das 22h.
No entanto, os repórteres da Rede Brasil Sul (RBS TV) em Pequim trataram de providenciar um Gre-Nal composto apenas por chineses, amantes do futebol. O resultado: 1X1. Divirta-se com o vídeo:
http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?uf=2&contentID=30554&channel=41

"O Gre-Nal serve para arrumar a casa"

Fotos: Valdir Friolin e Arivaldo Chaves/RBS


O argentino D'Alessandro (à esq.) e Souza são as atrações do Gre-Nal de logo mais.

A declaração de que "o Gre-Nal serve para arrumar a casa" é de autoria do ex-dirigente do Internacional, Doutor e político Ibsen Pinheiro. Ela é sempre oportuna, porque naquelas bandas do Rio Grande reza a lenda de que uma gangorra perpétua reina nos destinos dos co-irmãos, o que significa dizer que quando um vai bem, o outro passa por maus lençóis.
Dito isto, como comentar previamente o clássico desta quarta-feira, às 22h, no Gigante da Beira-Rio? O Grêmio vive num legítimo mar de rosas. É o líder absoluto do Campeonato Brasileiro, com cinco pontos de vantagem sobre o segundo colocado e nada menos que 15 em relação ao rival. Já o Inter, apontado por muitos especialistas como um dos favoritos ao título da competição nacional antes do início da mesma é apenas o 10º colocado, fazendo uma campanha irregular e abaixo de todas as expectativas levando-se em conta o grupo de jogadores qualificados que possui. O tricolor gaúcho é, portanto, o favorito?
De maneira alguma. Já dizia o ex-governador rio-grandense, Ildo Meneghetti: "Gre-Nal é Gre-Nal". Não interessam os problemas e as virtudes que cercam Internacional e Grêmio, porque quando começa o jogo uma magia diferente toma conta do espetáculo, proporcionando momentos inesquecíveis para colorados e gremistas. Como esquecer do "Gre-Nal do Século", em 1988, quando o Inter derrotou o Grêmio, de virada, por 2x1, com dois jogadores a menos, eliminando o inimigo do Brasileirão? E em 1997, quando o Grêmio de Hélio dos Anjos era favotíssimo e acabou goleado em casa, por 5x2, depois de uma exibição de gala do ponta Fabiano?
Portanto, não importa se o Grêmio virá com um time recheado de reservas, por querer preservar os titulares para o Campeonato Brasileiro (o jogo hoje é pela Sul-Americana). Gre-Nal é Gre-Nal até em bolinha de gude. Ninguém quer perder. Se o Inter for derrotado, o torcedor gremista zombará, dizendo que é superior ao colorado até mesmo jogando com a equipe reserva. Já se perder, usará esta circunstância como desculpa. Não resta outra saída para quem está com a casa desarrumada a não ser a vitória. Ganhando, o Internacional arruma ânimo para fazer um grande segundo turno no Nacional. Do contrário, a bagunça atinge proporções irreversíveis.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Da dupla função no jornalismo esportivo baiano


Crédito da imagem: imprensamarrom.org.br
Como trabalho com jornalismo esportivo em Salvador, há mais de um ano, acesso frequentemente os sites referentes à área, bem como os demais meios de comunicação da capital baiana. Tudo bem, nada mais natural do que isso. Ocorre que tenho observado um certo comportamento que considero antiético da parte de alguns colegas e que tem tido a conivência de algumas mídias cá da Soterópolis.
A moda agora no futebol são as assessorias esportivas. Veja bem, não me refiro a assessoria de comunicação. As assessorias esportivas [e que fique bem claro que não tenho nada contra elas] oferecem contratos a deteminados jogadores, sobretudo das categorias de base, com o objetivo de auxiliá-los, ora com material de trabalho adequado, como chuteiras e luvas novas ou alguma medicação, vitamina, passagem para visitar os familiares no interior que seja! Em troca, a empresa passa a ter os direitos dos atletas, viabilizando negociações e lucrando de acordo com a porcentagem acertada no caso de alguma venda. Tudo bem. Faz parte deste capitalismo selvagem.
O problema é que tem jornalista administrando e/ou participando das tais assessorias. Prestam serviços a elas. Tem radialistas e repórteres que exercem esta dupla função. Eu questiono: esse comportamento seria pautado pela ética? Eu duvido muito que um repórter "x" irá falar mal de um jogador que é cliente de uma determinada assessoria "y", da qual trabalha. E olhe que tem até comentarista de jornada esportiva, numa rádio local, administrando uma dessas assessorias. Será que esses profissionais irão comentar maravilhas a respeito de seus clientes nas transmissões?
E o pior é que os portais esportivos publicam notícias assinadas por essas pessoas que exercem a dupla função, não sei se por falta de checar a procedência da informação ou por conivência. Toda a falta de ética é pouca.

Apresentação do novo que sempre vem

Um blog, que nada mais é do que um diário virtual pessoal, mas de interesse público, não fica mais de dois anos ativo na internet, com 20.664 acessos até o momento, de acordo com informações do Portal Terra, por mero acaso. Para tal é necessário estabelecer uma espécie de pacto do 'blogueiro' com o leitor, acrescentando a este último informações relevantes para o desenvolvimento dele como indivíduo na sociedade. É difícil conseguir este feito numa era dominada pelo apelo da imagem, somada a exploração do espetáculo da miséria e do sensacionalismo sedento pelos anunciantes e a audiência, custe o que custar, num círculo (ou seria circo) vicioso sem fim.
Mas eu penso ter conseguido atingir a credibilidade junto a um público internauta selecionado, mas ao mesmo tempo, diversificado, nos últimos dois anos e seis dias, no Blog do Murilo Gitel. Meu objetivo sempre foi oferecer uma mescla de Jornalismo com a Literatura, certo de que muitas vezes extrapolei essa proposta, oferecendo algo a mais e nos dias nem tão bons, algo a menos, porque se um blog é fruto da criação humana, meus amigos, logo, ele é imperfeito. Isso sempre esteve bem claro. Mantive o mesmo endereço na Web durante todo este tempo: http://ventanias.blog.terra.com.br/, alterando uma vez o nome de Blog do Murilo Alves, para Blog do Murilo Gitel. Outra alteração foi no layout, que era azul e passou a ter um tom mais 'amarronzado' e rústico, o que rendeu elogios pomposos à página, como no caso da jornalista Agnes Mariano e do governador da Bahia, Jaques Wágner.
Eu sou muito grato ao espaço gratuito que o Portal Terra me destinou durante todo este tempo, mas também entendo que preciso tornar o blog o mais multimidiático possível, porque esta é uma das exigências do jornalismo em dias atuais. O servidor que eu dispunha ficou limitado demais e eu decidi passar a utilizar o Blogspot, que permite a publicação de vídeos na própria página, a exemplo do Wordpress. Agora, o objetivo é divulgar a mudança de servidor e endereço do blog, transferindo os leitores assíduos que tinha na página antiga para cá, além de lutar para atrair outros.
O que importa mesmo, penso eu, é a manutenção do conteúdo de qualidade e de interesse público via Web, do qual procuro em momento algum me afastar, embora confesse a dificuldade dessa missão que é árdua, mas, compensadora.
O novo sempre vem.