quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Está valendo! Portal EcoDesenvolvimento entra no ar nesta quarta-feira


Hélio Samuel, Priscila Letieres ,Murilo Gitel, Clara Corrêa, Jeferson Lelis, Fábio Góis, Ines Carvalho, Isaac Edington, Tereza Athayde.

Prezados leitores,
esta quarta-feira, 26/11 é um dia muito importante, porque marca o lançamento do portal EcoDesenvolvimento na internet. A proposta é oferecer à sociedade um completo veículo de comunicação on line que apresenta os mais diversos temas e conteúdos relacionados à sustentabilidade, tudo em um só lugar. Através de uma rede de colaboração no Brasil e exterior, o portal disponibiliza notícias, vídeos, podcasts, foruns, biblioteca e muito mais, além de uma ampla variedade de documentos e fontes de pesquisa, tudo para facilitar o acesso a informações que contribuam para a conscientização da sociedade em prol de um modo de vida sustentável.
A iniciativa é do Instituto EcoD, presidido por Isaac Edington, que trabalhou cerca de 20 anos na TV Bahia, e que tem o jornalista Fábio Góis como editor responsável, além de Inês Carvalho na área de Relações Institucionais.
O nosso desafio é oferecer informação de qualidade para os internautas, a fim de que eles possam transformar suas vidas para melhor ao entrarem em contato com o nosso trabalho.
Aqui, é jornalismo científico puro, mas tratado com uma linguagem jovial e clara.
Nós estamos dispostos a provar que, em jornalismo, nem sempre "as más notícias é que são as 'boas' notícias".
Portanto, a partir das 20h desta quarta-feira está valendo: é um jeito diferente de se fazer jornalismo no ar!
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Repercussão em A Tarde

sábado, 22 de novembro de 2008

Humilde: Alex Jordan, colunista deste blog, pede "perdão" pela demora do texto... Perdoem o cara aí, galera!

Arte gráfica: Zeca de Souza


O cronista irreverente

Por Alex Jordan* [alexjordan341@hotmail.com]

Perdão! Não vejo outra maneira mais apropriada para iniciar este texto. É certo que as últimas semanas foram turbulentas, mas esse não foi o único motivo pelo qual fiquei esse tempo sem colocar uma vírgula sequer aqui. Uma indecisão sobre o que merecia virar texto se prorrogou por todo esse tempo.

Nesse período, muitas coisas aconteceram. Uma dor de barriga resultante de uma “ajuda” que dei, um convite para sair onde a figura levou o namorado, questões de reflexão, enfim, tinha muito sobre o que escrever. Este início de texto, por exemplo, já mudei dezenas de vezes.

O pior é que ainda não sei sobre o que escrever. Enquanto isso, o texto fica com cara de enrolação, mas, acreditem: essa não é essa a minha intenção... Pronto! Vou tentar me lembrar de situações que passei por esquecer algum detalhe ou coisa importante. Com certeza, foram muitas vezes. Verei se desta vez a minha memória resolve ajudar.

A primeira que me veio à mente foi o dia em que fiquei sozinho e tive que me virar na cozinha (se isso fosse um filme estaria passando agora um flashback). Achei que o bife estava mal passado e fui deixando no fogo. O resultado disso é que virei o “caçador de urubu do Atelier (local onde trabalho)”.

Agora, a cena se passa há quase 20 anos (nada de atrás, seria redundante). Eu, “distraído para a morte” como diria o canto do compositor pernambucano Otto - não sabe quem é? Já ouviu o grande hit Bob? Qualquer um que assistia MTV em 97, 98 lembra do “Ela é do tempo do Bob, é lá do pina de Copacabana...” – mas vamos voltar, antes que eu esqueça do que escrevia. Eu, guri, estava em um Caravan e esqueci o dedo próximo a porta. Quando meu tio percebeu que a porta estava aberta fechou-a e levei um aperto no dedo. Não sei como não perdi o dedo. Quem sabe eu não poderia com quatro dedos me tornar presidente? Piada estúpida, mas falar em menos um dedo e não lembrar de Lula... O curioso é que essa associação deveria ser com tentáculos. Desisto! Melhor esquecer que fiz essas piadas. Próxima!

Fiz um curso pré-vestibular em Abaeté. Lá, fiz algumas amizades. Sou campeão em falar o que não deve e é claro que nesse ambiente não seria diferente. Das amizades que construí, duas besteiras que falei em menos de cinco minutos infelizmente não saíram de minha memória. A primeira foi que conversando com um amigo, diaparei: “mas cavalo dado não se olha os dentes”. Até ai nada mal, não fosse o fato de que lhe faltava dois dentes da frente. Quando percebi, vi um grupo segurando o riso e foi toda aquela situação vexatória. Tentei mudar o rumo da prosa, falei do quanto perigoso era aquele caminho e alguém citou que se ao menos tivesse um policial o caminho seria mais seguro. Cai na asneira de falar mal de policial. Depois de um discurso inflamado, nem percebi os diversos sinais que várias pessoas faziam. Quando me dei conta, lembrei que uma das presentes era casada com um policial. Consegui a proeza de piorar as coisas. Emudeci.

Tem outras histórias que marcam a minha amnésia como a de esquecer de recados, de nomes de entrevistados, datas de entrega de trabalho, pagamentos, ligações e até troco em caixa de supermercado (felizmente a quantia era bem pequena...) A última mancada que minha memória pregou foi esquecer que 21/10, era uma data importante. Fica os parabéns com quase um mês de atraso a um verdadeiro amigo. Não vou citar o nome para não parecer rasgação de seda. Mais é uma pessoa que justifica a existência da palavra amizade.
*Alex Jordan é estudante do sétimo semestre de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo na Unijorge, onde também é estagiário do Atelier de Comunicação, em Salvador-BA. É colaborador deste blog desde 2007.

Eu viajei à 20 quilômetros por hora no Barra 1

Foto: Silmaraelis

Cobrador só chegou ao ao ônibus no meio do trajeto...
"Pense num absurdo. Na Bahia tem precedente". A frase mais emblemática do ex-governador baiano Octávio Mangabeira é o maior clichê do mundo, eu sei, até porque, as circunstâncias do inusitado por aqui nos impedem de recorrer a um pensamento que tenha sido mais criativo e certeiro.
Eu sei que é difícil, mas, por favor: façam um esforço para acreditar no fato que ocorreu comigo na manhã deste sábado, 22/11. Entrei num Barra 1, que vem da Estação Mussurunga, na Av. Paralela, próximo a Unijorge, pois precisava descer no ponto do Detran, para atravessar a passarela e seguir até a Santiago de Compostela, onde trabalho na Assessoria de Comunicação do Galícia. Até aí nada demais.
Ocorre que não havia cobrador do ônibus. Falando sério. O motorista estava lá, na dele. Havia cerca de 45 pessoas no coletivo, mas, ninguém para cobrar a tarifa. Pensei: que maravilha! Seria este sábado o dia escolhido para o "milagre do passe-livre de Salvador?"
E a minha desconfiança de que algo estava errado persistia. A cada parada, mais pessoas entravam no ônibus e faziam a mesma pergunta: - Cadê o cobrador?
Imaginem que o motorista só foi se dar conta de que o ônibus estava sem cobrador quando o veículo já estava perto do Correio: "Oxe! O cobrador não tá aí não?", perguntou, numa espécie de momento zen/não estou nem neste mundo/Gilberto Giliano/.
Foi isso mesmo. Ele não percebeu que havia saído da Estação Mussurunga sem o cobrador! Depois da mais que atrasada constatação, com o carro em movimento, ele passou a telefonar desesperadamente para o colega. Quer saber o que o colega disse a ele?
- Peraí, véi, que eu já tô saindo de casa.
Pasmem. O cobrador deveria estar dentro do ônibus, a partir do ponto de origem (Estação Mussurunga), às 10h20. Eram 10h45 e ele estava saindo de casa para ir para o "trabalho". Vocês acreditam nisso?
Mas o pior ainda está por vir. O motorista passou a andar a 20 quilômetros por hora, sabe para quê? Para que desse tempo de um outro ônibus sair da Estação Mussurunga para trazer o cobrador para o seu posto. Sim, mas e as pessoas? O que elas tem a ver com esse cúmulo de incompetência, falta de compromisso com o usuário do transporte coletivo e bizarra trapalhada???
Começou a confusão. Era gente ligando para a empresa para denunciar o absurdo, gente xingando a mãe do motorista e a mulher do cobrador, gente dando gargalhada, tinha de tudo! E o ônibus a 20 por hora na Av. Paralela...
Quando chegamos, enfim, a região da Madeireira Brotas, eis que gritaram do lado de fora para o motorista esperar, porque, o cobrador havia chegado! Imaginem a cena. Ele atravessou as duas pistas em menos de 15 segundos, esbaforido, sendo xingado e humilhado de todas as formas possíveis. Aos risos, assumiu sua cadeira, às 11h...
Sinceramente, foram raros os momentos em que cogitei encher os dois trapalhões de desaforos, ameaçar chamar a imprensa, denunciar o ocorrido ou coisa assim. Eu estava me cagando de tanto rir com tamanho absurdo. Foi algo inimaginável, inusitado, surreal.
Foi mesmo? Não Murilo, não foi, afinal, já dizia o profeta Mangabeira...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Mais do grande encontro: João Bosco e Flávio Venturini

João Bosco interpreta uma de suas obras-primas, "Corsário".



Flávio Venturini e a poesia de "Nascente", que já ganhou participação especial de Ed Motta. A composição foi feita em parceria com Murilo Antunes.


Flávio Venturini e João Bosco - dois gênios da Música Popular Brasileira - se apresentam juntos, na noite deste sábado, 22/11, a partir das 21h, no Cais Dourado, Av. Jequitaia, Calçada, Salvador-BA. Os ingressos podem ser adquiridos na Ticket Mix do Shopping Iguatemi. Pista: R$ 40 e Camarote Open Bar: R$ 80.

Se este tem tudo para ser o grande encontro do ano em Salvador, logo, com a permissão do silogismo, ele é imperdível!

Um espião na Toca

Foto: Teteu Moraes

Gosto muito de você/leãozinho...

A vida nos revela momentos muito curiosos. Imaginem que irei trabalhar neste domingo, 23/11, na beira do gramado do estádio Manoel Barradas (Barradão), cobrindo a estréia do Galícia (contra o Vitória) no Campeonato Baiano 2008/2009 para o site oficial do clube. Até aí nada demais, eu sei...

Ocorre que quis o destino que esta partida fosse a preliminar de Vitória x Grêmio, jogo válido pela Série A do Campeonato Brasileiro, às 16h (horário da Bahia). Logo, é evidente que eu irei permanecer por lá, a fim de secar o maior rival do Inter mais de perto.

É o único dia do ano que torço para o Vitória... Como bom colorado que sou, não quero que o Grêmio seja campeão brasileiro. Se a rivalidade me permitisse, diria até que torceria para o tricolor gaúcho, porque tamanho título seria bom para o futebol do Rio Grande do Sul, que, aliás, vive um grande momento, já que o Internacional está na final da Copa Sul-Americana. Mas, francamente, a rivalidade não me permite...

Alô, meu conterrâneo Vágner Mancini - técnico do Vitória -, estarei no Barradão para oferecer informações sobre o Grêmio, hein?

Ah, é evidente que depois irei para as arquibancadas, com a minha camisa do Inter, a fim de me juntar aos rubro-negros e colorados de Salvador, afinal, toda a secação é bem-vinda.

Leão: pegue eles leão! Pegue eles!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Dunga: o anão insensível


O técnico da Seleção Brasileira, Dunga, também é anão em mentalidade. Confesso que estou p... da vida com ele, ao ponto de torcer para que Portugal estrague a festa do arremedo de time que ele treina, em amistoso às 22h desta quarta-feira, 19/11, em Brasília.
Qual seria o motivo de minha ira? A convocação desnecessária do meia Alex, do Internacional. Vale lembrar que também logo mais à noite, o Inter representará o Brasil no jogo de volta das semifinais da Copa Sul-Americana, contra o Chivas Guadalajara-MEX, no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Se passar desta etapa, o alvi-rubro gaúcho representará o país na final desta competição - que, aliás, ainda não teve sequer um único campeão de terras tupiniquins desde que foi criada.
Em suma, Dunga desconsiderou a importância desta decisão para o Internacional, ao convocar Alex, seu melhor jogador, o mais diferenciado, aquele que pode decidir o jogo a qualwuer instante, num piscar de olhos. De nada adiantaram as solicitações dos dirigentes do Internacional, os argumentos, enfim. A Confederação Brasileira de Futebol não liberou o atleta para servir ao seu clube neste momento tão importante.
Detalhe 1: a partida da seleção é amistosa, não vale três pontos, não vale título, não vale p... nenhuma.
Detalhe 2: Alex é reserva de Elano no time de Dunga. Não começará jogando. Provavelmente, jogará os 15 minutos finais, quando as vaias dos torcedores de Brasília já soarão como notícia em todo o mundo, afinal, não esqueçamos: Dunga também é anão em mentalidade.
O técnico da seleção não manda em nada na CBF, é verdade. Mas ele sequer moveu uma palha para tentar influenciar os dirigentes da instituição desportiva. Ele ficou em cima do muro. Afirmou que não dependia dele e que a seleção também tem seus interesses.
Dunga está sendo ingrato com o clube que o revelou. Esquece que deve tudo o que é ao Internacional e a sua apaixonada torcida. Falta com o bom senso ao convocar Alex, o jogador mais importante do Inter, para ficar no banco de reservas em uma partida que não levará a seleção para lugar algum, enquanto o colorado busca uma vaga na final de uma competição continental.
Mas o Inter, penso eu, é muito maior que isso e irá chegar lá com ou sem Alex, com ou sem o bom senso de Dunga.
Eu já não posso dizer o mesmo da seleção de Dunga, que, só para que não esqueçamos: também é anão em mentalidade.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Dallegrave, símbolo do coloradismo, morre em Porto Alegre

Foto: Dulce Helfer, Banco de Dados - 17/08/2006


Dallegrave exibe a medalha de campeão da América, em 2006.
Eu tinha apenas 16 anos, era uma tarde de muito calor em Porto Alegre. Uma tarde mais especial que as demais, diga-se de passagem, porque Arthur Dallegrave aceitara me receber, para uma entrevista que serviria, a princípio, para um trabalho de escola. Eu nem sabia que serviria para toda a minha vida.
O homem que participou durante meio século da vida política do Sport Club Internacional, estava ali, na minha frente, na cantina Celeiro de Ases, que fica até hoje no complexo do estádio Beira-Rio. Me oferecia refrigerante antes da conversa, mas eu só queria ouvi-lo, registrar aquele momento único, nada mais.
Aquele senhor simpático, de cabelo grisalho, enchia os olhos para comentar a respeito do projeto Genoma Colorado. Ele sempre foi um apaixonado pelas categorias de base do clube. "A intenção é semear o coloradismo", dissera.
Ao final, meu conhecimento precoce a respeito do Inter fez com que o então vice-presidente do Departamento de Futebol me presenteasse com uma revista do colorado. Lembro-me como se fosse hoje.
Arthur Dallegrave foi conselheiro do Internacional aos 20 anos de idade, nos anos 50. Nessa mesma época, assistiu aos jogos da Copa do Mundo do Brasil, no estádio dos Eucaliptos.
Entre 1975 e 1976, quando o clube foi bicampeão brasileiro, comandou o Departamento de Futebol, na gestão de Frederico Arnaldo Balvé. Foi presidente no biênio 1982-1983, sagrando-se campeão gaúcho. Em 2001, tomou uma das decisões mais felizes em relação a política do clube, convidando Fernando Carvalho para concorrer à presidência, sendo eleito vice na mesma chapa.
Nascia ali a parceria responsável pela administração colorada no ano de 2006, quando o Internacional conquistou a Libertadores da América e o Campeonato Mundial Interclubes - os dois títulos mais importantes da história do colorado gaúcho.
Atualmente, Arthur Dallegrave era presidente da Comissão do Centenário.
O ex-jogador do Inter e comentarista da TV Globo Paulo Roberto Falcão, lamentou a morte do amigo há poucas horas: "Ele merecia estar no centenário do clube", lamentou.
Dallegrave morreu na tarde desta segunda-feira, 17/11, em Porto Alegre, depois de ter sofrido três paradas cardíacas. Ele será velado às 23h, na Capela Nossa Senhora da Vitória, no estádio Beira-Rio.
Com certeza, ele estará presente no centenário do Internacional, de alguma forma.
E o coloradismo permanecerá sendo semeado.
Descanse em paz, colorado velho!

sábado, 15 de novembro de 2008

Tons do Caos - ouça a crônica no podcast de Alex Jordan e Murilo Gitel


Caetano e Gil, expoentes da Tropicália, lutaram muito contra à censura.

Esta crônica/podcast foi feita por Alex Jordan (colunista aqui do blog) e o blogueiro, para a disciplina Atelier de Novas Mídias, do sétimo semestre de Jornalismo, na Unijorge.


Este trabalho publicado em áudio tem o objetivo de retratar a relação da Música Popular Brasileira com a Ditadura Militar do pós-golpe de 1964.


quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Vila Santa, Unijorge e a falta de responsabilidade social

Estive há poucos minutos na Vila Santa, uma invasão que existe há 40 anos, desde que a sua fundadora, Dona Santa, hoje com 81 anos, chegou no local com o marido e os filhos. Atualmente, o lugar caminha para virar bairro. Pelo menos 400 pessoas moram por lá, o número de construção de casas tem aumentado significamente, há dois bares, embora ainda falte um mini-mercado e a tendência aponta para uma expansão.
Mas muitas coisas faltam na Vila Santa.
A localidade, que curiosamente está ao lado da Unijorge - uma Instituição de Ensino Superior dotada de um considerável mercado entre as IES privadas-, com cerca de 11 mil estudantes, a maioria de classe média, que pagam em média R$ 700 mensais, tem uma única via de acesso, uma espécie de labirinto, dividido justamente pela cerca de um dos estacionamentos do centro universitário.
Defronte à vila, há uma lagoa cercada de mato, muito mato... Quando chove, a lagoa ultrapassa a altura do mato, provocando pequenas enchentes, que invadem boa parte das casas. Detalhe: segundo Dona Santa e os demais moradores, a lagoa é habitada por famílias inteiras de jacarés, sucuris, ratos e, é claro, as singelas e abundantes muriçocas, afinal, mato que é mato, tem de ter muitas muriçocas, nada mais natural.
Mas a colega Michelle Brazil e eu ficamos intrigados mesmo com uma informação de uma das moradoras do local: imaginem que o esgoto da Unijorge vai dar justamente aonde? Sim, na Vila Santa, mais precisamente, em um terreno onde estão duas casas e mora uma criança de colo. O esgoto está a céu aberto e é despejado no pátio dessas famílias. O odor, talvez não fosse necessário dizer, é insuportável e a podridão dos dejetos jogados ali tem causado doenças, como infecções.
Eu sempre tive curiosidade sobre a Vila Santa. Passava direto pela Paralela, olhava para aquele lugar e ficava pensando: como é que as pessoas de lá sobrevivem? Encorajei Michelle a me acompanhar para passar a tarde desta quarta-feira conversando com os moradores daquele local quase que inacessível. Criado em um bairro suburbano, sempre soube que não devemos acreditar nos estereótipos, e que, geralmente há mais honestidade e beleza em lugares como este, do que nos apartamentos de luxo da Pituba, da Graça ou de Vilas do Atlântico.
Poucas vezes fomos tão bem recebidos. Percebemos que a carência maior daquelas pessoas não é por cestas básicas, materiais de construção, legalização da água potável ou criação de vias de acesso menos humilhantes. Eles são carentes de calor humano, gente que aceite sentar alguns minutos num daqueles banquinhos de madeira, tomar um cafezinho preto com eles para ouvi-los, simplesmente, unicamente, ouvi-los.
Mas eu estou muito incomodado com a Unijorge, onde, aliás, estudo. Não nego e jamais vou esquecer que todas as portas para o meu presente e futuro profissional foram abertas aqui, nesta academia. Agora, isso não me impede de atentar para algumas coisas que não deveriam acontecer. Cadê a responsabilidade social da Unijorge? Este centro universitário não se gaba tanto de ter uma parceria com uma instituição norte-americana conceituada, que investe aqui dentro? Será que a Unijorge não deveria auxiliar mais esta comunidade vizinha, em vez de prejudicá-la, como está fazendo? Por que os estudantes da área de saúde não fazem projetos para ajudar essas pessoas? E os engravatados do Direito, estão estudando leis que atendem a quais interesses? E os de jornalismo, onde estão? Por que têm medo de entrar na Vila Santa? Preferem eles as salas refrigeradas com ar-condicionado e cadeiras estufadas?
Eu gostaria de ter algumas dessas respostas. Vou ainda hoje a Ouvidoria da Unijorge denunciar o que vi. Se nenhuma providência for tomada, irei entrar com uma queixa-denúncia no Ministério Público Estadual (MPE) nos próximos dias, vou fazer de tudo para mobilizar os meios de comunicação, enfim, vou fazer alguma coisa.
Alguém precisa explicar essas coisas que todo o mundo finge que não vê.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Contente

Caramba, galera, como estou contente!
Estava insatisfeito com uma série de coisas desagradáveis que pude observar em meu último estágio, como bom incomodado que sou, pedi o desligamento e pouco tempo depois estava empregado em uma área surpreendente, o Jornalismo Científico, que agora se transformou na menina dos meus olhos.
Estar trabalhando no Portal EcoD*, que reporta fatos ligados ao conceito de desenvolvimento sustentável tem sido uma experiência única. Já penso, inclusive, em me especializar. Como é bom ter um orientador competente e sensível, como o jornalista Fábio Góis, como é bom trabalhar com uma equipe que visa o crescimento de todos, sem vaidades e egos à flor da pele, como me faz bem saber que o conteúdo que estou ajudando a disseminar pode modificar para melhor a vida das pessoas, em vez de não despertá-las para lugar algum.
Em meio a tudo isso, o encaminhamento do livro-reportagem que estou escrevendo em parceria com Alex Jordan, minha reta final na faculdade e uma série de convites pararelos para fazer "frilas".
Como nem tudo são flores, tive que ir morar na Paralela, deixando a minha amante Cidade Baixa, ao menos nos dias de semana. Mas não dá nada. Nos findis eu sempre estou por lá para visitar a mamãe, os manos e o meu afilhado/sobrinho Otávio, aproveitando para admirar o pôr-do-sol único do Farol da Ponta do Humaitá, além de saborear aquela moqueca de camarão do Boca de Galinha, em Plataforma.
Que fase!

*O portal será lançado oficialmente no dia 17/11, no endereço www.ecod.org.br

Um pouco do que vem por aí



O romantismo de Flávio Venturini...



A genialidade das batidas percussivas do violão de João Bosco...

E eles estarão juntos, em Salvador, no dia 22/11, um sábado, às 21h, no Cais Dourado.
Ingressos? R$ 70 camarote e R$ 35 pista, nos balcões Ticket Mix.

domingo, 9 de novembro de 2008

Flávio Venturini e João Bosco se apresentam juntos em Salvador

Foto: Bruno Costa

Um dos expoentes do Clube da Esquina, Venturini vem à Bahia pela quarta vez este ano.

A estréia do projeto Melhores Canções não poderia ser em melhor estilo. Flávio Venturini e João Bosco estarão juntos na primeira noite do evento, dia 22, a partir das 21h, no Cais Dourado, na Calçada. Os ingressos custam R$ 35 a pista e R$ 70 os camarotes.


Um dos expoentes do movimento musical Clube da Esquina, o compositor e intérprete mineiro Flávio Venturini integrou as bandas O Terço e 14 Bis, antes de assumir a carreira solo. Autor de sucessos como "Todo Azul do Mar", "Espanhola" e "Linda Juventude", o instrumentista já atuou em parcerias consagradas com Milton Nascimento, Renato Russo e Caetano Veloso, e costuma vir a Salvador pelo menos três vezes ao ano, por conta do público cativo que conquistou na cidade.
Foto: Glauco Brandão

João Bosco acompanhará o conterrâneo Flávio Venturini em Salvador.

Filho de libaneses, o também mineiro João Bosco é um dos violonistas mais respeitados no Brasil e no mundo. Suas canções foram eternizadas em vozes como a de Elis Regina, como nos exemplos de "O Bêbado e o Equilibrista" e "Corsário". Como se já não bastasse as batidas percussivas de seu violão, João Bosco também é excelente intérprete, o que já foi comprovado em músicas como "Papel Marchê" e "Jade".

O melhor de tudo é que estes dois grandes talentos da Música Popular Brasileira estarão juntos (eles fazem show individuais e ao final se juntam), num show certamente inesquecível, aqui em Salvador. O Blog do Murilo Gitel fará a cobertura completa do evento e você fica por dentro de tudo!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Sallamaleiko, Obama

Foto: Galeria de Ben Heine

O senador Democrata é o primeiro negro a presidir os EUA

Eu não sei dizer se ele será um bom presidente para os Estados Unidos - e para o restante do mundo-, se será honesto ou corrupto, melhor ou pior do que George W. Bush [o filho]. Mas eu tenho uma certeza quanto a vitória do senador Democrata Barack Hussein Obama: ele já é um grande transformador da mentalidade do povo norte-americano por dois motivos bem simples. Explico. Se eu fosse o presidente Lula, diria que nunca antes na história dos states tantos norte-americanos foram as urnas. É um fato. Cabe lembrar que o voto não é obrigatório por lá e a abstenção costuma ser alta. Isso significa dizer que a sociedade estadunidense queria esta mudança como nunca antes. Ponto para Obama.
Em segundo lugar, a vitória do senador, que era bem desconhecido em boa parte do país até o ano passado, demarca outro feito: em uma nação tradicionalmente racista, Obama tornou-se o primeiro presidente negro, entre os 44 já eleitos da história dos Estados Unidos. Os movimentos negros de todo o mundo festejam este triunfo de forma entusiasmada, porque a conquista não é pouca. Em um mundo onde vigora a supremacia do macho, adulto, branco sempre no comando, e o resto é o resto, como diria Caetano em O Estrangeiro, um afrodescendente conseguiu quebrar esse grilhão e agora é o mandatário maior do país mais poderoso do mundo.
E sem falar que a vitória de Obama impede a manutenção do poder Republicano, até porque a tendência é a de que McCain, caso eleito, apenas apalpasse a política econômica do seu antecessor e correligionário. Também está caindo por terra o conservadorismo/católico/centro-direitista norte-americano.
Se observarmos bem, Obama tem até uma certa ascendência árabe. Vejam que ironia! Ele também tem Hussein no nome!
Sallamaleiko, Obama!
O sonho de Martin não envelheceu.




terça-feira, 4 de novembro de 2008

Sepromi e Irdeb promovem debate sobre a presença do negro no jornalismo

Foto: João Paulo Afinowicz

Escultura em cerâmica de Zumbi dos Palmares, por João Paulo Afinowicz.
A Comunicação, Militância e Atitude Hip Hop (CMA) informa que ocorre nesta quarta-feira, 5/11, no Teatro do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), o primeiro encontro da Série Diálogos, com o tema Jornalismo e Desafio da Promoção da Igualdade Racial. O objetivo do evento é debater a abordagem das questões raciais nos veículos locais e é uma realização da Secretaria de Promoção da Igualdade – Sepromi e do Irdeb.

O evento começará às 15h e contará com a presença da Secretária de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia, Luiza Bairros e do diretor do Irdeb, Póla Ribeiro. As jornalistas Suzana Varjão e Ceres Santos apresentarão as conclusões dos seus trabalhos que analisaram transversalmente a relação sobre a promoção da igualdade racial no jornalismo baiano. O debate e a conclusão serão reproduzidos pela jornalista e professora da UFBA - Malu Fontes.

Mais informações podem ser obtidas no site Novembro Negro.

SERVIÇO:

Série Diálogos: Jornalismo e o Desafio da Promoção da Igualdade Racial

Quando: Dia 05 de Novembro

Horário: ás 15h

Local: Teatro do Irdeb/ Fim de linha da Federação.

Público Alvo: Jornalistas e estudantes de jornalismo

Valor: Gratuito

PROGRAMAÇÃO DO ENCONTRO

15hs – ABERTURA- Luiza Bairros - Secretária de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia- Pola Ribeiro - Diretor do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia

15:15 – RODA DE DIÁLOGO - Ceres Santos - Jornalista e Professora da Universidade do Estado da Bahia/UNEB“Imprensa e ações afirmativas”- Suzana Varjão - Jornalista e Escritora “Micropoderes, macroviolências”- Malu Fontes - Jornalista e Professora da Universidade Federal da Bahia/UFBA

16:15 – QUESTÕES E COMENTÁRIOS DOS(AS) PARTICIPANTES17 – ENCERRAMENTO


sábado, 1 de novembro de 2008

Fora de Ordem - Caetano Veloso



Vapor barato, um mero serviçal do narcotráfico
Foi encontrado na ruína de uma escola em construção
Aqui tudo parece que é ainda construção e já é ruína
Tudo é menino e menina no olho da rua
O asfalto, a ponte o viaduto ganindo pra lua
Nada continua
E o cano da pistola que as crianças mordem
Reflete todas as cores da paisagem da cidade que é muito
Mais bonita e
Muito mais intensa do que no cartão postal
Alguma coisa está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial...
Escuras coxas duras tuas duas de acrobata mulata
Tua batata da perna moderna, a trupe intrépida em que fluis
Te encontro em Sampa de onde mal se vê quem sobe ou desce a rampa
Alguma coisa em nossa transa é quase luz forte demais
Parece pôr tudo à prova, parece fogo, parece, parece paz
Parece paz
Pletora de alegria, um show de Jorge Benjor dentro de nós
É muito, é muito, é total
Alguma coisa está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial...
Meu canto esconde-se como um bando de Ianomâmis na floresta
Na minha testa caem, vêm colocar-se plumas de um velho cocar
Estou de pé em cima do monte de imundo lixo baiano
Cuspo chicletes do ódio no esgoto exposto do Leblon
Mas retribuo a piscadela do garoto de frente do Trianon
Eu sei o que é bom
Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem
Apenas sei de diversas harmonias possíveis sem juízo final
Alguma coisa está fora da ordem
Fora da nova ordem mundial...

Se o inferno existe, deve ser algo como os ônibus de Salvador



Quem acredita na máxima de que "dois corpos não ocupam o mesmo espaço", certamente numa entrou em um ônibus do transporte coletivo de Salvador. Sem querer posar como sulista superdesenvolvido, mas, cá entre nós, vamos começar pelos modelos dos veículos utilizados aqui na capital baiana: eles são tão idênticos aos que Porto Alegre usava no início da década de 90. Convenhamos...
Além das cadeiras duras e dos corredores estreitos, os ônibus de Salvador ainda contam na maioria das vezes com um número de passageiros muito maior do que a capacidade máxima do coletivo. Logo, não é preciso ser um bom matemático para chegar a conclusão de que, se dez pessoas sobem em cada ponto e nenhuma desce, rapidamente teremos lotação... É o supra-sumo para os olhos do capeta!
Sem falar nas discussões clássicas entre barraqueiras e motoristas no Estação Mussurunga, pagodes estridentes e desafinados nos bancos de trás, marmanjos suando e sem camisa, cheiro de perfume Charisma, falta de ar, cutuveladas na nuca, empurrões, mendicância, motoristas e cobradores despreparados, seres humanos tão desenvolvidos quanto os neandertais.
E nós, despolitizados, ainda adiantamos o pagamento dos empresários donos das empresas (ir) responsáveis pelo transporte público diariamente, nos postos de recarga do Salvador Card, a magnífica criação do prefeito Janjão.
Não é a toa que os baianos preferem chamar o ônibus de Salvador de "humilhante".