sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Circulação de jornais tem o menor crescimento em três anos

A média da circulação diária de jornais no Brasil cresceu 5% em 2008, no comparativo com 2007. Neste período, o número médio de exemplares vendidos passou de 4,14 milhões para 4,35 milhões. No entanto, este resultado é inferior ao registrado em anos anteriores. Só para se ter idéia, o aumento foi de 11,8% há dois anos, e de 6,5% em 2006. As informações são do Instituto Verificador de Circulação (IVC).

O jornal popular mineiro Super Notícia é uma exceção. Em 2007, ocupava o quinto lugar no ranking de circulação. Em 2008, foi o segundo mais vendido do país. As vendas do periódico, que custa R$ 0,25, aumentaram 27,02% em um ano, deixando para trás os tradicionais 'jornalões' O Estado de S.Paulo e O Globo.

A Folha de S.Paulo permanece na ponta da tabela, ao fechar o último ano com uma circulação média diária de 311.287 exemplares (aumento de 2,87% em relação a 2007). Mas o fenômeno Super Notícia ameaça o carro-chefe da empresa da família Frias, com seus 303.087 de média em 2008.

Na lista dos 15 maiores jornais diários do Brasil (não há nenhum das regiões Nordeste e Norte), apenas o carioca O Dia e o paulista Diário de S.Paulo perderam circulação em 2008.

Veja a listagem:



Salário mínimo acumula 46% de aumento real no governo Lula

O salário mínimo no Brasil registrou um aumento real (descontada a inflação) de 46,5% desde janeiro de 2003, quando Luiz Inácio Lula da Silva chegou a presidência do país pela primeira vez. O aumento para R$ 465, ante os atuais R$ 415 divulgado nesta sexta-feira, 30 de janeiro, foi garantido por meio de uma medida provisória, pois o Congresso ainda não aprovou o projeto de lei encaminhado pelo governo em 2007, que trata da política para o mínimo até 2023.
Ao entrar em vigor no próximo domingo, 1º de fevereiro, o novo mínimo beneficiará cerca de 42 milhões de brasileiros, incluindo os 17,8 milhões de aposentados e pensionistas.
Veja como se deu o aumento do salário mínimo desde 2003:
  • 2003 - 0,53%;
  • 2004 - 2,18%;
  • 2005 - 7,19%;
  • 2006 - 13,89%;
  • 2007 - 4,96%;
  • 2008 - 3,78%;
  • 2009 - 6,39%.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Para Carneiro, a agressão de Vampeta não é "assunto institucional"

O ex-jogador de futebol Vampeta, invadiu a concentração do Bahia, em um hotel da orla de Salvador, na madrugada desta quinta-feira, 29 de janeiro.
Acompanhado de dois homens, supostamente armados, o ex-volante do Vitória, Seleção Brasileira, entre outros clubes, agrediu o goleiro Marcelo, que jogou com ele no Corinthians, em 2006.
A agressão teria sido motivada por uma rixa entre dois - tem mulher na jogada.
O goleiro tricolor registrou queixa-crime, na tarde desta quinta-feira, na 9ª CP (Boca do Rio), acompanhado de seu advogado.
Irritado com a imprensa, como de praxe, o gestor de futebol do Bahia, Paulo Carneiro, preferiu não alimentar o escândalo.
Em entrevista ao Correio* on line, Carneiro declarou: "O Bahia mudou, não se fala mais o que não se deve falar. O Bahia só fala de assuntos institucionais e que dizem respeito ao clube".
Pergunto: o jogador Marcelo não pertence ao Bahia? Ele não estava com o clube a trabalho, descansando do jogo de Camaçari? Não é assunto da direção tricolor o fato de que um de seus funcionários foi agredido em regime de trabalho? Os seguranças do Bahia e/ou do hotel estavam dormindo?
Para Paulo Carneiro, quais seriam, então, os tais "assuntos que dizem respeito ao clube"?

Agoniza, mas não morre





Composição: Nelson Sargento
Interpretação: Nelson Sargento e Teresa Cristina

Samba,
Agoniza mas não morre,
Alguém sempre te socorre,
Antes do suspiro derradeiro.
Samba,
Negro, forte, destemido,
Foi duramente perseguido,
Na esquina, no botequim, no terreiro.
Samba, Inocente, pé-no-chão,
A fidalguia do salão,Te abraçou, te envolveu,
Mudaram toda a sua estrutura,
Te impuseram outra cultura,
E você nem percebeu,
Mudaram toda a sua estrutura,
Te impuseram outra cultura,
E você nem percebeu.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O $orri$o da baiana

Ilustração: [adaptação] Carlos Eduardo Freitas.Por Carlos Eduardo Freitas*

Diz quanto custa teu sorriso? Hummm..., saborear um bom acarajé, recém saído do tacho de dendê fervendo, é algo que não se pode deixar de fazer, ao passar por Salvador... É?! Mas por quê?

Os ditames da cultura da “Rede Verão da Bahia” cria certos ícones – apetrechos – que a naturalidade acaba por se exaurir completamente. Vejam as baianas de acarajé. Em tempos de gringos, aos tantos, nas ladeiras do Pelô, os tabuleiros viram coisas secundárias e o "marketing da extorsão" acaba por entrar na pauta de uma parte dessas quituteiras.

Outro dia, sol à pino, temperatura de 34 graus na terra do berimbau, sensação térmica de uns 40, e a gringalhada toda na maior aglomeração. Local, largo da Cruz Caída, Historic Center da cidade do Salvador. A onda tecnológica, cada vez mais globalizada, demarcava território. Não se sabe ao certo se havia mais gente ou apetrechos filmadores importados naquele local.

A baiana Sil estava atenta a um desatento turista. Ele fazia uma panorâmica da Praça da Sé, com sua filmadora digital, quando de repente: tcharam?!?!?!

Sil, com um sorriso escandalosamente irreverente pulou em frente à câmera do gringo e começou uma sessão de cinco minutos de beijos, tchauzinhos e piscadelas de olho. A baiana arretada abusava de toda sua malemolência, molejo faceiro e beleza para encantar aquele visitante estrangeiro.

Após a performance, Sil arregaçou o lastro da vestimenta típica das quituteiras de acarajé, retirou de dentro uma trouxinha e num universal gesto de friccionar o polegar, da mão direita, com o dedo indicador, apontando, após o gesto, o interior do saco de pano, obrigou indiretamente o cinegrafista-turista-amador a pagar pelo sorriso de segundos atrás.

É como dizem, “em terra de paca, tatu caminha dentro”!


  • *Carlos Eduardo Freitas é jornalista, assessor de imprensa da Secretaria Municipal de Relações Internacionais (Secri) e colaborador deste Blog desde janeiro de 2009.

  • Fale com o Dudu: cadusongs@yahoo.com.br

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A coluna Gentes in Lugares estreia nesta terça-feira aqui no blog!


Alô, leitores!
A primeira crônica da seção "Gentes in Lugares", assinada pelo jornalista Carlos Eduardo Freitas, estreia aqui no Blog na manhã desta terça-feira, 27 de janeiro. Portanto, fiquem ligados, e não deixem de prestigiar a coluna do meu competente amigo Dudu, que terá a responsabilidade de mostrar para vocês as peculiaridades dessa tal 'baianidade Nagô'.

Quem pode, pode...

Crédito da imagem: O Aranha
As informações do jornal A Tarde e do site Política Livre dão conta de que os três senadores baianos gastaram nada mais (também pudera), nada menos que R$ 466 mil em 2008 com verbas indenizatórias. Cada senador tem direito a usar R$ 15 mil mensais em despesas como manutenção de escritório político, divulgação do mandato, contratação de consultorias e viagens que não sejam para os respectivos Estados. Ao final de cada ano, eles podem gastar R$ 180 mil.

Somadas, as despesas de Antonio Carlos Magalhães Júnior (DEM), César Borges (PR) e João Durval (PDT) representam 5,1% do total usado pelos 81 senadores brasileiros, que juntos gastaram cerca de R$ 9 milhões com o mecanismo. Segundo os dados da ONG Transparência Brasil, especializada em fiscalizar os gastos públicos, o senador César Borges foi o campeão de gastos em 2008: R$ 163.367,90 (90,8% do total permitido). Depois, vem João Durval, com gasto de R$ 161.765,73 (89,9% do permitido). Em seguida, ACM Júnior, que gastou R$ 141.127,83 (78,4%).

Para Fabiano Angélico, coordenador de projetos da Transparência Brasil, a verba indenizatória é considerada como uma "excrescência", pois trata-se de custos extras, somados às verbas de gabinetes e subsídios parlamentares. Cabe ao parlamentar escolher como investir o dinheiro, desde que seja nas áreas permitidas.

Viajando - Os 79 anos de idade do senador João Durval não foram, de forma alguma, um empecilho para que ele deixasse de conquistar o prêmio de "maior viajante da Casa em 2008". Também pudera: informações oficiais do site do Senado mostram que o pai do prefeito João Henrique foi reembolsado em R$ 117 mil devido às viagens no último ano.

A quantia teria sido usada para gastos com locomoção, hospedagem, alimentação, combustíveis e lubrificantes durante as passagens do parlamentar fora de Brasília e do colégio eleitoral do senador.

Diz um dito popular: "quem pode, pode, quem não pode, se sacode..."

O desabafo de Nestor Mendes Jr. deixou um véu de suspeitas no ar

Em artigo publicado no jornal A Tarde de sábado, 24 de janeiro, o jornalista Nestor Mendes Jr. comemorou o resultado do inquérito instaurado pelo Ministério Público Estadual (MPE-BA), que confirmou a dupla função exercida por Paulo Maracajá, conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e, ao mesmo tempo, co-gestor do Esporte Clube Bahia. Mendes Jr. havia denunciado esta ilegalidade nos tempos em que disputou a presidência do tricolor.
"E, neste espaço, felicito a bravura do MP baiano na figura de dois dos seus integrantes, os procuradores Rita Tourinho e Carlos Frederico Brito dos Santos. Graças ao empenho e coragem pessoal dos dois, caiu oficialmente um dos maiores “muros” da Bahia: o que ocultava, embora até mesmo todas as pedras seculares do Pelourinho soubessem, a dupla função de Paulo Virgílio Maracajá Pereira", escreveu Mendes Jr.
Agora, ao ler o artigo na íntegra, me chamou a atenção o trecho em que o jornalista afirma que Paulo Maracajá também era escudado na "capacidade que tinha de comprar algumas vozes de alguns radialistas". O desabafo de Mendes Jr., nesse sentido, deixou um véu de suspeita entre os profissionais do rádio esportivo baiano, que, ao que me consta, não se pronunciaram até o momento - me corrijam se eu estiver errado.
Na afirmação de Nestor Mendes Jr. não há nomes citados, nem mais detalhes, o que, de certa forma, tira-lhe um pouco da credibilidade. Mas ele a fez com naturalidade, sem ainda ter sido contestado. Confesso que o melhor seria se soubéssemos os nomes desses radialistas supostamente comprados por Maracajá. Se Mendes Jr. não os revelou levando em conta os critérios éticos, ele faltaria com a ética ao levantar a suspeita, numa acusação indireta.
Quem são esses radialistas? Que silêncio é esse?




domingo, 25 de janeiro de 2009

Adriana Calcanhoto encantou a Concha

Foto: Pedro de MoraesEncantadora. Não encontro outro adjetivo mais preciso para definir Adriana Calcanhoto, durante o show realizado agora há pouco, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador. A gauchinha divulgou o álbum "Maré", um dos mais festejados pela crítica musical em 2008, mas reservou um espaço especial de sua apresentação, que durou 1h45, para matar a saudade do público com sucessos como "Devolva-me", "Esquadros", "Inverno" e "Avião".

A versatilidade de Adriana Calcanhoto impressiona. Ela tocou violão, cuíca e flautim durante o espetáculo, sempre com uma qualidade e sensibilidade acima da média. A banda da musa da MPB também foi um show à parte, ao poupar nos arranjos, mas abusando da pegada percusiva. Todos os integrantes são muito polivalentes também, grandes músicos.

E Adriana Calcanhoto presenteou o público, como de praxe, com todo o seu carisma, talento e beleza. Humilde, ao final do show, cedeu ao apelo das pessoas que pediam bis e voltou ao palco por duas vezes. Cantou, ainda, "Eu sei que vou te amar" e "Sargaço Mar", esta última, um clássico do baiano Dorival Caymmi, num dos momentos mais marcantes da noite, quando o público acompanhou a cantora do início ao fim da canção.

Foi um dos poucos shows impecáveis a que estive presente nos últimos anos. Analisando todos os fatores, inclusive cenário, figurino, som e produção, só João Bosco esteve no mesmo nível. Ao final do espetáculo, não ouvi ninguém reclamando. Somente antes, devido aos 45 minutos de atraso, que geraram algumas vaias e muita ansiedade - eis aí um ponto que precisa ser corrigido em todos os shows: pontualidade também é um quesito importante.

Mas foi um showzaço. Importante para começar a semana revigorado, ouvidos purificados com a belíssima, suave e aguda voz de Adriana Calcanhoto.


Um domingo para curtir Adriana Calcanhoto em Salvador

Foto: Pedro de MoraesSalvador é mesmo uma cidade cheia de boas atrações, sobretudo no verão. Neste domingo, 25 de janeiro, por exemplo, uma boa pedida é o show de Adriana Calcanhoto (foto), compositora e intérprete gaúcha, que começou a cantar nos bares da noite portoalegrense, mas que há tanto se destaca no cenário da Música Popular Brasileira.
É claro que estarei prestigiando minha conterrânea, a partir das 18h, no palco da Concha Acústica do Teatro Castro Alves, onde vivi grandes momentos em shows memoráveis como o de Zé Ramalho, Flávio Venturini, Engenheiros do Hawaii, Alceu Valença e Cordel do Fogo Encantado.
Crítica de Leonardo Lichote - ADRIANA CALCANHOTTO lançou "Maré". Econômico nos arranjos e na duração, o disco navega por Caymmi ("Sargaço Mar" com violão de Gilberto Gil), guitarrada ("Porto Alegre", com vocais de Marisa Monte , imitando sereias), fossa ("Onde andarás", de Ferreira Gullar e Caetano Veloso), sexo ("Teu nome mais secreto", parceria dela com Waly Salomão) e leveza pop ("Mulher sem razão", pérola esquecida de Cazuza, Dé Palmeira e Bebel Gilberto). Maré alta.
Foi disputada a eleição do melhor disco de 2008 para os internautas do site do Globo. Tanto que os CDs de Maria Bethânia com a cubana Omara Portuondo e o "MARÉ", de ADRIANA CALCANHOTTO, emparatam em PRIMEIRO LUGAR na preferência dos nossos leitores. Na enquete que teve 2.707 votos, o álbum "Sou", de Marcelo Camelo, ficou em segundo lugar, com 10%, seguido de perto pelos 8% que escolheram o elogiado "Death magnetic", do Metallica. Nas mesmas posição e percentagem também ficaram Milton Nascimento e Jobim Trio com "Novas bossas" e Zeca Baleiro, com seu "O coração do homem-bomba - Volumes 1 e 2".
Tem o "Baêa" em "Pituaço" - Quem preferir o futebol, a atração na capital baiana é o retorno do Bahia diante do seu torcedor, depois de mais de um ano da tragédia da Fonte Nova, fato que interditou o estádio do Estado, então utilizado pelos tricolores (que não têm estádio próprio). Depois de embargos e mais embargados de todos os órgãos possíveis e impossíveis, o estádio Roberto Santos, mais conhecido como Pituaçu, volta a ativa a partir das 16h, para Bahia x Ipitanga, partida válida pela 2ª rodada do Campeonato Baiano 2009.
O acesso à Av. Paralela é lento neste momento. A Pinto de Aguiar está interditada para quem vem da Luiz Vianna Filho. O melhor a fazer é ir pela orla. O viaduto Dona Canô também está interditado por conta do jogo. A prioridade é para os ônibus que transportarão os torcedores que virão pelo Centro Administrativo da Bahia (CAB). Em tempo: os ingressos não serão vendidos em Pituaçu. Quem comprou pela internet e diretamente na sede de praia do Bahia comprou...
Um bom domingo!

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

E as viúvas do carlismo começam a se manifestar

Eu me divirto com essas viúvas do carlismo. Bastou eu publicar um post criticando a demissão de Rodrigo Cavalcanti, ex-editor do Correio*, para que alguém que se sentiu muito incomodado se manifestasse. O "anônimo" bateu o pé para afirmar que o "jornal está se despolitizando sim", que o blogueiro deveria ler e se informar melhor antes de emitir opiniões, enfim.
Foi exatamente o que fiz! E ao ler o Jornal da Metrópole desta semana, nesta sexta-feira, 23 de janeiro, li que o grupo comandado pela família Magalhães contratou o jornalista Renato Pinheiro para ser o substituto de Cavalcanti. Pois é. O novo "manda-chuvas" da redação do Correio* foi um dos principais marqueteiros da campanha vitoriosa do prefeito João Henrique e já tem pré-contrato assinado para trabalhar na do ministro Geddel Vieira Lima, que deverá concorrer ao governo baiano em 2010.
Pergunto: é essa a despolitização pela qual o "anônimo" que comentou aqui se refere?...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O jornalista Carlos Eduardo Freitas é o novo colunista do blog: vem aí o "Gentes in Lugares"

Amigos leitores:
É com imensa satisfação que anuncio o novo colunista deste blog: o jornalista Carlos Eduardo Freitas, mais conhecido como "Dudu". O recém graduado profissional de comunicação pelo Centro Universitário Jorge Amado/UniJorge, assinará a coluna semanal "Gentes in Lugares", que tem a proposta de retratar as peculiaridades mil desta São Salvador, sempre a partir dos mais diversos pontos de vista, ao utilizar um personagem central como fio-condutor das histórias do nosso cotidiano.
O primeiro texto deste amigo, colega e novo colaborador já está no forno, sendo concluído para estrear na próxima terça-feira, 27 de janeiro.
Diferentemente do que vemos em boa parte dos meios de comunicação, onde a crônica foi simplesmente abolida, este espaço inteligente na internet permanece valorizando este gênero textual que não deixa de fascinar os amantes da literatura e do jornalismo.
Agora, além de Alex Jordan, que segue firme e forte com a sua coluna intitulada "Eu Mereço", saudamos o Dudu, com o "Gentes in Lugares".
O jornalista Carlos Eduardo Freitas também é assessor de imprensa da Secretaria Municipal de Relações Internacionais (Secri) e, há mais de um ano tem se mostrado como um dos principais incentivadores do Blog do Murilo Gitel, que leva o meu nome, mas que é de todos nós!
Dudu, meu irmão, a casa também é tua!
Seja bem-vindo (ou, com as novas regras de ortografia, seria bemvindo???...)!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Repórter da editoria Mundo, do portal G1, lança livro de entrevistas feitas por telefone

"Eu não digo que fazer entrevista por telefone é melhor, mas que muitas entrevistas só se tornam possíveis graças ao telefone. A ideia do livro era levantar um questionamento e uma provocação. Na faculdade, aprendemos a menosprezar o jornalismo que é feito por telefone, mas na prática é assim que é feito quase tudo o que é publicado todos os dias em todos os veículos de comunicação".
Do jornalista Daniel Buarque, repórter da editoria Mundo, do portal de notícias G1 - autor do livro "Por um Fio", que apresenta entrevistas feitas por ele na íntegra, por telefone.

Algumas coisas que eu não admito no futebol

Foto: Diego Vara/RBS

Tem coisas no futebol que eu não admito. São demais para mim. Da tarde de domingo, 18 de janeiro, à noite desta quarta-feira, 20, assisti a dois jogos pela TV: Itabuna x Bahia e Internacional x Santa Cruz, ambos pelos campeonatos estaduais, baiano e gaúcho, respectivamente. Nas duas partidas, os times da capital foram incompetentes para ganharem das equipes do interior. Incompetentes mesmo!

Clubes da grandeza de Inter e Bahia têm a obrigação de ganhar os seus jogos pelos campeonatos regionais. Por que faço essa afirmação? Oras, eles possuem uma estrutura infinitamente superior a dos famigerados times do interior, que não contam com apoio nenhum e fazem futebol com um esforço quase que sobrenatural, avessos aos patrocinadores milionários e apoios de instituições públicas que as equipes da capital possuem.

Só para se ter idéia, o salário de um único jogador do colorado, o meia Alex, por exemplo (estimado em R$ 90 mil/mês) é equivalente ao de todo o grupo de jogadores inscritos pelo Santa Cruz para a disputa do Gauchão - toda a folha salarial dos santacruzenses. Isso sem falar na infraestrutura que o time da capital tem em relação ao do interior, em relação a campos de treinamento, instalações para exercícios e concentração, qualidade profissional, atenção da mídia, torcida gigantesca, aparato médico...

E não é que o Inter apenas empatou com o Santa Cruz, ontem à noite, em pleno Beira-Rio, em Porto Alegre? E não é que o Bahia somente empatou (e quase perdeu) para o Itabuna, no sul do Estado, no domingo? Sinceramente, o que mais me incomoda é ouvir as desculpas esfarrapadas da imprensa das capitais (ou seria capitalista?) para tentar justificar os tropeços dos grandes clubes. Falam que "os atletas estão com a musculatura travada, porque é início de temporada". Sim, cara pálida, mas o dos times interioranos também não estão no começo de atividades no ano???

"Falta entrosamento, faltam os reforços que ainda irão chegar, falta ter mais tranquilidade para fazer os gols".

Quer saber? Falta é vergonha na cara!


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Os objetivos de Barack Hussein Obama para a sustentabilidade*

O dia 20 de janeiro de 2009 fica marcado na história com a posse de Barack Hussein Obama, o 44º presidente dos Estados Unidos da América e primeiro mandatário negro do posto considerado o mais importante do planeta.

Em meio a uma crise econômica mundial sem precedentes herdada de seu antecessor, George W. Bush, somada ao clima de tensão com o Oriente Médio, o democrata terá a responsabilidade de fazer valer os velhos discursos de campanha, que o elegeram e fizeram dele o homem mais popular desde 2008. Depois que o helicóptero militar levar Bush do Capitólio e Obama terminar o juramento, uma nova era para o mundo terá início. (Leia mais no Portal EcoDesenvolvimento)


* Notícia de autoria do blogueiro feita para o Portal EcoDesenvolvimento, que repercutiu no portal espanhol da AVINA, principal organização voltada para o desenvolvimento sustentável no mundo, nesta terça-feira, 20 de janeiro.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O anjo Milar

Foto: Edu Rickes/Divulgação


Esta foto fantástica foi registrada pelo fotojornalista Edu Rickes, em 6 de julho de 2008, quando o atacante uruguaio Cláudio Milar, um dos três mortos do trágico acidente desta quinta-feira, 15 de janeiro, fazia o gol do Brasil de Pelotas, na estréia da equipe "Xavante", como é carinhosamente chamada, na estréia dos rubro-negros no Campeonato Brasileiro da Série C. Eram 17 minutos de segundo tempo.

O jogador foi clicado exatamente à frente de uma das faixas da torcida, em que aparece uma ave, fazendo com que o ídolo dos pelotenses "ganhasse asas".
Era o anjo Milar.
Muito obrigado ao meu amigo Renato Santarém, que me enviou esta foto, publicada lá no G1.

Trintão é exploração!

Crédito da imagem: site O Aranha


E como exploração pouca é bobagem, a diretoria do Bahia resolveu estipular em R$ 30 o valor dos ingressos para os torcedores tricolores assistirem a estréia do time jogando no reformado estádio Roberto Santos (Pituaçu), em partida válida pela 2ª rodada do Campeonato Baiano de Futebol 2009, dia 25 de janeiro.
Como justificativa para o valor totalmente fora da casinha, considerando-se a realidade de fracassos do Bahia, somada ao fato que a sua torcida é popular e que o preço dos ingressos para as partidas dos compeonatos estaduais custam, geralmente, entre R$ 10 e R$ 20, os diretores do tricolor argumentaram que o lucro com a renda será fundamental para pagar os investimentos 'voluptosos' que o clube fez para contratar os jogadores e a nova comissão técnica para a temporada 2009.
Marcelo Guimarães Filho, Paulo Carneiro e cia estão, na verdade, aproveitando o fato de que os apaixonados torcedores do Bahia encontram-se impossibilitados de ver o time jogar "em casa" desde à tragédia da Fonte Nova, ocorrida em novembro de 2007, certos de que eles não medirão esforços para lotar os cerca de 16 mil lugares disponíveis no estádio.
O torcedor do Bahia, evidentemente, fará a sua parte, afinal, já sabemos, o amor é cego.
Mas a imprensa, não deve ser.
Quem é que paga os salários de Marcelo Guimarães Filho e Paulo Carneiro?

A demissão de Cavalcanti prova que o Correio* (ou fruta) não deixou de cair longe do pé...

A demissão do jornalista alagoano Rodrigo Cavalcanti, que era editor-chefe do Correio* (Correio da Bahia) até o dia 5 de janeiro deste ano, prova que o jornal de propriedade da família Magalhães não tornou-se menos parcial e tendencioso que o normal depois da morte de ACM (o avô, como diria Hilton Coelho).
O crime de Cavalcanti foi ter assinado embaixo da manchete que chamava o então candidato a presidente da Câmara Municipal de Salvador, Alfredo Mangueira (PMDB), de "ex-bicheiro", publicada em 1° de janeiro. Detalhe: o vereador é, de fato, um ex-bicheiro... Será que "ex-contraventor" ficaria melhor?
Para os que comem muito queijo: Mangueira é um antigo correligionário da família Magalhães (ou seria Mandalhães?).
Lembrei de Ricardo Noblat, que enquanto trabalhou no jornal A Tarde, em 2003, afirmou que o único problema do Correio da Bahia, era, justamente, pertencer a quem pertence...
Acabam de mandar embora um dos jornalistas mais respeitados e promissores do país, com passagens de destaque nos principais veículos de comunicação do Brasil, justamente num momento em que o Correio* vinha em um caminho ascendente, do qual, Cavalcanti foi um dos principais mentores, no aspecto editorial.
Não existe liberdade de imprensa. O que existe, é a liberdade de empresas. Disse alguém.
Leia também

Jovens judeus presos por não servirem ao exército de Israel fazem apelo ao mundo



Tradução:

- Meu nome é Sahar Vardi. Tenho 18 anos. Sou uma shministim.
- Meu nome é Yuval Aurun. Tenho 19 anos. Sou um shministim.
- Meu nome é Omem Goldman. Tenho 19 anos. Sou uma shministim.
- Meu nome é Mia Tamarin. Tenho 19 anos. Sou uma shministim.
(Yuval) - Shministim é secundarista, em hebraico.
(Omem) - Somos objetores de consciência de Israel.
(Sahar) - Recusamos servir o exército israelense.
(Mia) - Porque eles ocupam a terra de outro povo: os Palestinos.
(Sahar) - Crianças palestinas não podem ir as escolas por causa dos Pontos de Controle.
(Yuval) - E estão muito assustadas.
(Omem) - Milhões de palestinos são presos sem razão.
(Mia) - Muitos foram mortos.
(Sahar) - Ou tiveram suas casas demolidas.
(Yuval) - O governo diz que esta política... nos torna seguros.
(Omem) - Mas, negar aos palestinos... seus básicos direitos humanos, nos coloca em perigo.
(Mia) - É ilegal!
(Sahar) - É roubo!
(Yuval) - É imoral!
(Omem) - É contra as minhas crenças pessoais!
(Yuval) - É contra os meus valores básicos!
(Mia) - É contra os meus valores.
(Todos) - Por isso, somos objetores de consciência.
(Todos) - Nós somos shministim.
(Sahar) - Fomos presos por recusar servir o exército.
(Yuval) - Precisamos de seu apoio.
(Mia) - Por favor, assine uma carta.
(Sahar) - E conte para os seus amigos.
(Omem) - Palestinos, israelenses, judeus... muçulmanos, cristãos, ateus, todos!
(Mia) - Só podemos lutar juntos...
(Omem) - contra a violência...Contra a repressão. Não importa quem a pratique.
(Yuval) - Junte-se a nós pela paz.
(Mia) - Consciência.
(Omem) - E refúgio para crianças como nós. Em todos os lugares.
(Sahar) - Envie uma carta hoje.
(Yuval) - Envie uma carta hoje.
(Mia) - Por favor, assine uma carta hoje.
(Omem) - Por favor, assine uma carta hoje.

www.december18th.org

Em luto pelo acidente com o Brasil de Pelotas

Como a vida é frágil! Que tristeza esse acidente com o ônibus que transportava a delegação do Brasil de Pelotas, um dos clubes mais tradicionais do futebol gaúcho. Ao final da noite desta quinta-feira, 15 de janeiro, o veículo que levava o time de volta à cidade depois de amistoso contra o Santa Cruz, no município de Vale do Sol-RS tombou e caiu em um barranco de cerca de 40 metros, numa altura equivalente a um prédio de 15 andares.

O centroavante e ídolo do time Cláudio Milar, o zagueiro Régis Gouveia e o treinador de goleiros Giovani Guimarães não resistiram à queda e morreram. O recem contratado Danrlei, goleiro que fez história com a camisa do Grêmio saiu ileso do acidente, assim como o motorista do ônibus e os demais tripulantes.
É impressionante como a morte é implacável e feia quando assola as pessoas vestida dessa maneira.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A Bahia também já me deu régua e compasso



Na sacada dos sobrados/Das cenas do Salvador/Há lembranças de donzelas/Do tempo do Imperador/Tudo, tudo na Bahia/Faz a gente querer bem/A Bahia tem um jeito... Terra/Por mais distante/o errante navegante/Quem jamais te esqueceria? (Terra – Caetano Veloso)

Salvador. Salva'dor. Tão fascinante em seu atraso provinciano. Eu desgosto desta cidade com todos os nervos de meu corpo, mas, ao mesmo tempo, sou apaixonado por ela, como um adolescente ingênuo fascinado pelas curvas de uma mulata estonteante, que ainda não descobriu todas as suas potencialidades.

Era 15 de janeiro de 2004. Eu desembarcava, junto com minha irmã, no aeroporto Luís Eduardo Magalhães – algum tempo depois, só o chamaria de 2 de Julho-, a exemplo dos camaradas que comem acarajé nas noites boêmias do Rio Vermelho. Chovia muito. Meu tio Waldoir nos buscara de carro, um monza azul com detalhes em preto. Era também o dia da Lavagem do Bonfim. As pessoas disputavam todos os cantos das calçadas nas ruas da Cidade Baixa. Nunca vi tanta gente tomando cerveja em um espaço tão curto. Os homens, em sua maioria, estavam sem camisa. As mulheres, seminuas, sambavam de forma desconcertante: eu era apresentado ao famoso Samba de Roda do Recôncavo, diferente de todos os demais sambas que eu já conhecia. O carro praticamente não saía do lugar. O negócio era estacionar mesmo nos Mares e seguir a pé até a Sagrada Colina.
Foto: Fernando Vivas/Agência A Tarde

Tudo era muito novo para um portoalegrense de 17 anos que recém chegava à Bahia de todos os santos, cheiros e crenças. Aquela musicalidade, aquele enrosca-enrosca frenético de corpos, aquela alegria toda com gosto de fuga me remetiam ao “Samba, Suor e Cerveja” de Caetano. A letra da música se mostrava para mim ali de forma explícita e muito bem representada. O banho de folhas que ganhei de uma baiana defronte à famosa igreja parece que me deixou enfeitiçado. Eu recordo que não entendia quase nada do que estava acontecendo, mas estava ali, todo molhado, com cheiro de ervas perfumadas, sob as bençãos do Senhor do Bonfim (ou seria Oxalá?).
Faz cinco anos hoje. E o guri de Alvorada que pedia R$ 0,10 para comprar sacolé (na Bahia eles chamam de “geladinho”) é um quase jornalista. Ah, aquele banho de cheiro... Todas as portas para as minhas realizações pessoais sempre estiveram abertas em Salvador. Curiosamente, minha vida foi mudar para melhor em um lugar distante do meu, mas, que, ao mesmo tempo, também passou a ser meu, quando me abraçou e permitiu que eu ficasse.

Aportei aqui sem nada, salvo a esperança de dias melhores. Era uma chance de contrariar as estatísticas complicadas que batiam à minha porta em Alvorada, uma das cidades mais violentas e com um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano do Rio Grande do Sul. Mas como? Salvador? A campeã brasileira do desemprego? Bahia? Multicampeã nacional de analfabetismo? É para lá que vais?

Vim, lutei, fiquei. Nunca me faltou luta, nem emprego, tampouco estudo. De caixa num estacionamento park da Calçada, um dos bairros mais populares de Salvador, cheguei a universidade. Como nasci mesmo para mudar e fazer a minha própria história, adentrei no universo universitário de modo diferente, sem pagar vestibular, “pouca renda que sou mesmo”, por intermédio de uma bolsa de estudos do Governo Federal – este mesmo que a classe média critica porque secou as tetas dela [mamar em leite de caixinha não é a mesma coisa...]

E então as portas se abriram para o meu futuro profissional e intelectual. Fiz amigos também! Grandes amigos. Marcos Paulo, Alex Jordan, Lívia Machado, Renato Santarém, Carlos Eduardo, André Luís, Carine Teixeira, Tércio Costa, Silvana Moura, Val e outros tantos que irão perdoar a minha injustiça (Oxalá, Senhor do Bonfim!).

E, nesse lugar tão paradoxal, onde a desigualdade social é tão maior quanto a de minha pacata Alvorada, me vi útil mais uma vez, fazendo o que melhor sei e o que para melhor sirvo: escrever na tentativa incessante de mexer com o brio das pessoas, como Glauber tão genialmente fez com a sua “Estética da Fome”. Onde a miséria é mais presente, o talento dos homens faz-se mais necessário.


E me vi inebriado por essa Bahia – este imenso quadril colorido que samba ou esta sociedade, que, em verdade, não é uma sociedade comum, como diria Jabor: “é um grande ritual em movimento”. E senti uma paixão aguda pelas águas da Baía de Todos os Santos, pela solidão da Ilha dos Frades e o jeito profano de ser da Ribeira – parecido com o meu!

Sim, esta terra é a síntese do que há por dentro de todos os seres humanos, sem distinção: somos sagrados, somos profanos, como a festa do Nosso Senhor do Bonfim. É por essa razão que todas as etnias são bem acolhidas aqui!

E caí de boca em mil e tantos acarajés, em um vatapá mágico que até hoje não descobri se é salgado ou doce. Subi e desci as ladeiras do Pelourinho em silêncio, orando pelos escravos que construíram esta cidade à base de óleo de baleia e argila, com o auxílio deste barroco português que dá a este lugar uma paisagem única, rica, bonita.

E chorei muito pelos meninos famintos da Invasão da Polêmica, que entendem o fechar dos vidros dos carros quando se aproximam, nos semáforos, como um não mudo, sem ainda imaginar que se transformarão nos homens que assaltarão esses mesmos motoristas da Pituba no futuro.

E senti o cheiro do dendê, da urina e do sexo nos dias de carnaval. Senti essa tal “Baianidade Nagô” no samba de roda do Recôncavo, na Santo Amaro de Caetano, Betânia e Canô. E me perdi no requebrar das baianas de cor de canela, que, pasmem: mexem até mesmo quando estão paradas, fitando a rua na janela.

E eu vi o sol queimar a terra no sertão de Juazeiro, um pouco antes de comer um Dourado gigante que fora banhado pelo Velho Chico. Senti saudades do Galícia que não vivi e comemorei as pequenas vitórias como se fossem títulos, criando em mim uma antipatia inexplicável por Vitória e Bahia, a exemplo da que já alimentava pelo Grêmio. E meditei sozinho no Parque Santiago vazio, vestindo a camisa azulina que me dá superpoderes, vendo um futuro que só eu vejo, e que deixará de existir nos meus sonhos.

E me irritei um milhão de vezes enquanto não consegui compreender essa cultura do tempo exclusiva dos baianos. Essa coisa do capitalismo tardio, do “eu não preciso de muito dinheiro/graças a Deus, de Wally Salomão. Até entender, e admirar, e viver melhor assim, mais intensamente, despretensiosamente com pretensões...

E vesti a cor branca em todas as sextas-feiras, com a minha conta de Oxalá que ganhei em uma sessão de Umbanda na casa de mãe Neuza, no Rio Grande do Sul. E pedi a proteção espiritual para vencer as adversidades que tive e que ainda terei, ouvindo Elomar, Caetano e todos os outros gênios que esta terra de artistas memoráveis produziu, tal qual um tear que não para.

Ô Bahia... Terra Mater de todos os filhos. Terra de alguns que te procuram para fazer-te melhor e terra para poucos, quando estes poucos são incapazes de perceber as tuas potencialidades mil, o teu cheiro instigante de areia molhada, tuas curvas sinuosas e tua herança africana pulsante.
15 de janeiro de 2004. 15 de janeiro de 2009. Cinco anos de Salvador. Cinco anos de Bahia. Amém Senhor do Bonfim! Êpa Babá, meu pai Oxalá!
Muito obrigado, Bahia!


Canto à Oxalá



Composição: Cantiga Iorubá
Interpretação: Rita Ribeiro

Oni saurê
Aul axé
Oni saurê
Oberioman
Onisa aurê
aul axé
babaonisa
aurêo
berioman
Onisa aurê
Baba saurê
aul axé
Baba saurê
oberioman
Baba saurê
aul axé
baba
oberioman
saul axé
Man man man
Man man man
Man man man
Man man man

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A Carta*


Por Mário Quintana


Hoje encontrei dentro de um livro

uma velha carta [amarelecida]

Rasguei-a, sem procurar ao menos saber de quem seria...

Eu tenho um medo horrível

A essas marés montantes do passado,

Com suas quilhas afundadas,

Com meus sucessivos cadávares

amarrados aos mastros [e gáveas...]

Ai de mim,

Ai de ti, ó velho mar profundo,

Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios!


*Publicado em Apontamentos de história sobrenatural. Porto Alegre: Globo & Instituto Estadual do Livro, 1976.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A 2ª Festa Black agita Salvador neste sábado



A segunda edição da Festa Black agitará Salvador neste sábado, 17 de janeiro, a partir das 21h, no Espaço Barra. Comandam a festa os DJs Bandido (samba-rock), Edílson (anos 80), Preto (drumbuss), Branco (hip-hop) e Sartorello (16 toneladas). A atração principal da noite será a banda Samba de Maria Eletrônico, que mistura os mais diversos tipos do samba com a batida eletrônica.
Organizada pela BlackEventos Multicultura, a Festa Black tem o objetivo de divertir todos os amantes da black music, independentemente da cor da pele, classe social e sexualidade. A primeira edição do evento foi realizada em 16 de agosto de 2008, também no Espaço Barra, e foi um grande sucesso, contando com a presença de cerca de 1.200 pessoas de faixas etárias variadas.
O Espaço Barra fica na Av. Oceânica, nº 613, na Barra (ao lado do hotel Monte Pascoal e próximo ao restaurante Barra Vento). O ingresso custa R$ 10 antecipado e R$ 15 no local.
Mais informações: (71) 3314-9272/8202-4367/8827-4539

Busca no Google produz 7g de carbono, afirma físico

Ilustração: Fábiofco



De acordo com o físico Alex Wissner-Groos, da Universidade de Harvard, uma simples busca no site mais acessado do mundo produz 7g de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. A energia elétrica consumida pelo computador somada ao grande centro de dados operado pela empresa são as causas do alto índice de emissões, segundo o cientista. A Google contesta os dados e afirma que a cada busca em seu servidor são emitidas apenas 0,2g de CO2. (Leia mais)

Charles Bronson e MacGyver devem ser israelenses

Montagem: BMG



Eu não tenho mais dúvidas de que os astros do cinema norteamericano Charles Bronson e MacGyver são israelenses. Sim, senhores. Acabo de descobrir que eles estão infiltrados no poderoso exército de Israel com o objetivo de dominar toda a Palestina e acabar de uma vez por todas com o Hamas. Como cheguei a essa conclusão? É muito simples.
Acabo de ler mais uma notícia a respeito dos conflitos na Faixa de Gaza no G1, o site da Globo que só faz reproduzir as informações das agências européias e estadunidenses. É uma coisa de louco. Eles reproduzem com gosto a "informação" do chefe dos serviços de emergência de Gaza, Muawiya Hassanein, de que já foram mortos 919 palestinos e, pasmem, apenas 14 israelenses. É abusar de nossa ingenuidade!
Não é preciso estar no olho do furacão para supor que esses números foram criados, de acordo com o interesse de quem os repassou e daqueles que os reproduzem. Vejam só: tá certo que o poderío do exército de Israel é considerável, mas, sobretudo no que diz respeito aos armamentos.
A destruição que eles proporcionam é grande quando eles lançam foguetes e mísseis na Palestina, mas a questão não para por aí. Já se vão duas semanas que eles invadiram Gaza por terra. Logo, eles estão enfrentando muita resistência armada.
Até mesmo Charles Bronson, MacGyver, Al Pacino, Chuck Norris e Jack Bauer estão com medo desse exército israelense. Sim, eles nunca viram algo parecido. Os caras invadem mesmo, na cara e na coragem, saem matando centenas de pessoas na boa, afinal, elas só ficam esperando a chegada deles para morrer. Não há um outro exército, nem guerrilhas, tampouco armadilhas do lado invadido.
Já sei, essa turma toda, de Charles Bronson, MacGyver e cia ilimitada deve estar infiltrada no exército israelense. Só pode ser isso. Não é possível. Fiquei sabendo que através de um rádio transmissor, minutos depois que eles conseguem matar meio mundo de gente na Palestina, eles passam as informações com o número de mortos para o Willian Bonner, que, em seguida, as transmite para você enquanto assiste ao Jornal Nacional, todas as noites, antes de A Favorita.
A propósito: soube que Donatela e Flora também se alistaram no exército de Israel.
Pobres árabes.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O Mapa*

Foto: Rodrigo Godoy





Por Mário Quintana


Olho o mapa da cidade


Como quem examinasse


A anatomia de um corpo...





(É que nem fosse o meu corpo!)





Sinto uma dor infinita


Das ruas de Porto Alegre


Onde jamais passarei...





Há tanta esquina esquisita,


Tanta nuança de paredes,


Há tanta moça bonita


Nas ruas que não andei


(E há uma rua encantada que nem em sonhos sonhei...)





Quando eu for, um dia desses,


Poeira ou folha levada


No vento da madrugada,


Serei um pouco do nada


Invisível, delicioso





Que faz com que o teu ar


Pareça mais um olhar,


Suave mistério amoroso,


Cidade de meu andar


(Deste já tão longo andar!)





E talvez de meu repouso...








*Publicado em Apontamentos de história sobrenatural. Porto Alegre: Globo & Instituto Estadual do Livro, 1976.

Documentário “A Revolução dos Pinguins” ganha o seu segundo festival

Foto: Gastón Flores

Militares chilenos usaram gases de efeito moral na tentativa de inibir os estudantes.

O filme de não-ficção retrata as manifestações de estudantes chilenos entre os meses de maio de 2006 e 2007, quando a Assembléia Nacional de Estudantes Secundários se organizou e saiu às ruas para protestar contra as condições de ensino do país. Durante as reuniões, os jovens planejavam como enfrentar a polícia e o governo a fim de tornar público um ideal revolucionário: transformar radicalmente todo o sistema de educação do Chile (Veja o trailer)

Feliz aniversário, mequetrefe!

Arte Gráfica: Zeca de Souza


A versão em caricatura do cronista irreverente.

Esta segunda-feira, 12 de janeiro, marca uma data muito especial para o blog. É o aniversário de meu amigo e colega Alex Jordan, que há mais de um ano nos diverte com a publicação de seus infortúnios pessoais na coluna semanal intitulada "Eu Mereço".
Somos colegas de faculdade há quatro anos e, por essa razão, nos sentimos à vontade para nos tratarmos, amigavelmente, como "mequetrefes", o que diverte bastante o pessoal lá na sala de aula. Ele não me chama por meio de meu nome e eu faço o mesmo com relação a este legítimo filho da... Boca do Rio, um dos bairros mais paradoxais desta não-menos paradoxal Salvador.
Antes que eu me esqueça, não posso deixar de sacaneá-lo: a falta de sorte do cara é tanta, que o dia do aniversário dele é logo uma segunda-feira!!! Que coisa! Assim, não tem banho de ervas comprado na Feira de São Joaquim que dê jeito nesse bozó!
Brincadeiras à parte, feliz aniversário, Alex! Felicidades, muitos textos para 2009 e tudo de bom sempre!

domingo, 11 de janeiro de 2009

Uma alegria para sempre*

Foto: camystiles


Por Mário Quintana
As coisas que não conseguem ser
olvidadas continuam acontecendo.
Sentimo-las como da primeira vez,
sentimo-las fora do tempo,
nesse mundo do sempre onde as datas não datam.
Só no mundo do nunca existem lápides...
Que importa se - depois de tudo - tenha "ela" partido,
casado, mudado, sumido, esquecido, enganado,
ou que quer que te haja feito, em suma?
Tiveste uma parte da sua vida que e só tua e, esta,
ela jamais poderá passar de ti para ninguém.
Há bens inalienáveis, há certos momentos que,
ao contrário do que pensas,
fazem parte de tua vida presente
e não do teu passado.
E abrem-se no teu sorriso, mesmo quando, deslembrado deles,
estiveres sorrindo a outras coisas.
Ah, nem queiras saber o quanto deves à ingrata criatura...
A thing of beauty is a joy for ever
- disse, há cento e muitos anos, um poeta inglês
que não conseguiu morrer.


*Publicado em Baú de Espantos. Rio de Janeiro: Globo, 1986.




sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Carta desesperada*

Foto: Visentico/Sento

Por Mário Quintana
Como é difícil, como é difícil, Beatriz,

escrever uma carta...

Antes escrever os Lusíadas!

Com uma carta, pode acontecer que,

qualquer mentira venha a ser verdade...

Olha! O melhor é te descrever, simplesmente,

a paisagem,

Descrever sem nenhuma imagem, nenhuma...

Cada coisa é ela própria a sua maravilhosa imagem!

Agora mesmo parou de chover.

Não passa ninguém. Apenas

um gato

Atravessa a rua

Como nos tempos quase imemoriais

Do cinema silencioso...

Sabes, Beatriz? Eu vou morrer!

*Publicado em Apontamentos de história sobrenatural. Porto Alegre: Globo & Instituto Estadual do Livro, 1976.

Adivinha quem se absteve na votação contra o cessar-fogo?

Foto: UN/Photo/Mark Garten


Conselho da ONU decidiu pelo cessar-fogo imediato em Gaza

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas votou e decidiu pelo cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, na noite desta quinta-feira, 8 de janeiro. O documento que aprovou a resolução 1440 teve 14 votos a favor e apenas uma abstenção:
dos Estados Unidos, é claro!
Lembrei daquele hit porreta do Léo Jaime, 'classicão' dos anos 80: "ôôô, nada mudou"... A propósito, você lembra do Léo Jaime? Não!? Então, tome aí! Afinal, nada mudou!

Incidente não-acidental

Os três foguetes do tipo Katiushas disparados a partir do sul do Líbano, nesta quinta-feira, 8 de janeiro, contra Israel, são uma amostra de que a Palestina não está sozinha nessa guerra injusta e insana, travada pela criminalidade do Estado Israelense. Sob o pretexto de exterminarem com o Hamas, o exército judeu assassina civis, em sua maioria, afinal, de cada três mortos, um é criança.
Como todo o mundo é louco, mas ninguém é maluco, nada de assumir a autoria do atentado que surpreendeu Israel, mais precisamente a cidade de Nahariya, ao norte do país, que deixou cinco pessoas feridas e nenhuma morte. O governo libanês e o Hezbollah negaram qualquer responsabilidade, o que faz com que as suspeitas recaiam sobre a Frente Popular para a Libertação da Palestina - Comando Geral (FPLP-CG), comandada pelo líder Ahmad Jibril.
Se a moda pega, cada país famigerado árabe dará um jeito de programar o lançamento de mísseis sobre Israel, enlouquecendo os parceiros dos norte-americanos.
Vai feder.

Você não entende os conflitos entre árabes e judeus?

Galera do bem: mais triste do que toda essa guerra histórica entre palestinos e israelenses, é ignorarmos os porquês desse conflito e sairmos por aí reproduzindo as mesmas asneiras e pensamentos "senso comuns" de sempre, alimentados pela parcialidade pró-estadunidense da Rede Globo de Televisão e tantas outras fontes ignorantes de informação. É aquilo mesmo: ninguém mais sabe dizer "eu não sei".
Portanto, vamos tentar aprofundar essa discussão aqui no blog, que tem essa proposta/capacidade de reflexão e análise:
Mapa da região que divide Israel da Faixa de Gaza
Origens - Ao final do século XIX, durante o primeiro encontro sionista, ficou acertado que os judeus voltariam a "terra santa". Pois bem, se você faltou a essa aula de história, é sempre válido lembrar que os romanos haviam expulsado os filhos de Israel de lá, nos idos de III d.c.. Foi aí que começou a imigração judaica para a Palestina, que naquela época era governada pelas mãos de ferro do império Turco Otomano. Naquele tempo, viviam cerca de 500 mil árabes naquela região e 25 mil imigrantes judeus.
O problema é que os judeus se multiplicaram rapidamente, numa proporção assustadora. Em 1914, eles já eram mais de 70 mil e em 1948, somavam 600 mil pessoas. Logo, os confrontos se tornaram mais intensos de acordo com o aumento da imigração.
Sem essa de duplo Estado - Com o início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os embates entre os dois povos se tornaram mais intensos. Sim, mas por qual razão, cara pálida? Explico. É que os milhões de judeus que tiveram a sorte de fugir do Nazismo de Hitler resolveram fugir para onde, hein, hein? Adivinhe? Sim, para a Palestina - que foi se transformando numa verdadeira "casa da mãe Joana".
Em 1947, a Organização das Nações Unidas (que sempre teve um pé em Israel e o outro nos states) teve a magnífica, e, digamos, quase que socialista idéia de dividir a região em dois Estados: um árabe e o outro judeu, mas com uma condição: Israel seria o enclave internacional. Evidentemente, os árabes recusaram a proposta, que a grosso modo, significava o seguinte: além de os imigrantes judeus terem direito as terras dos árabes, eles seriam o "centro do universo" da região.
Imaginem os pernambucanos migrando em massa para a Bahia. De repente, o pessoal lá da terra do frevo se multiplica, fica em maior número e, em seguida, toma as terras dos baianos. Aí, vem a Controladoria-Geral da União e faz essa proposta para o nosso queridíssimo Jaques Wagner: governador, façamos o seguinte: vamos dividir a Bahia em dois Estados, um para a Bahia e o outro para Pernambuco... Que tal? Baita proposta, não? Mas, para quem?
Confrontos - Em 1948, Israel declarou independência. Como resposta, os exércitos da Jordânia, Líbano, Egito e Síria partiram para a ofensiva, mas foram todos derrotados. Sim, o poderío bélico israelense não é de hoje, caros amigos, afinal, os sionistas são experts quando o assunto é fazer "parcerias interessantes". Já em 1967, a chamada "Guerra dos Seis Dias" alterou o mapa de toda aquela região. Mais uma vez, os israelenses derrotaram a Jordânia, o Egito e a Síria, de uma só vez, conquistando as colunas do Goián e Jerusalém Leste.



Guerra dos Seis Dias: árabes, em farrapos, se rendem ao poder bélico de Israel.

Em 1973, sírios e egípcios (que não desistem nunca - viu só como Duda Mendonça não passa de um plagiador?) resolveram atacar o inimigo justamente no dia do Yom Kippur, o "Dia do Perdão" para os judeus. Bem, o final, todo o mundo sabe, penso eu: não foram perdoados pela ousadia e perderam novamente.

As intifadas - Se você teve saco para assistir a novela global "O Clone", certamente já ficou sabendo que a palavra Intifada, em árabe, significa "levante" ou "sacudida". A personagem Jade, interpretada pela bela Giovana Antonelli, cansou de levar as suas durante a trama (meu xará Benício é que fez a festa). Então, em 1987, tivemos a primeira Intifada. Os jovens árabes, assim como os soldados farroupilhas gaúchos (que na Guerra dos Farrapos enfrentaram o poder das tropas imperiais), saíram com a cara e a coragem nas ruas para protestar contra a ocupação de Israel, considerada ilegal pela ONU. Qual foi a ordem do exército israelense? Fogo!!! Mulheres e criancinhas que estão atirando pedras nos nossos tanques primeiro!

No ano 2000, o maluco-genocida do Ariel Sharon, então primeiro-ministro de Israel, conseguiu a proeza de provocar a ira de muçulmanos e judeus ao mesmo tempo, ao resolver dar uma caminhada nas cercanias da mesquita de Al-Aqsa e do Monte do Templo, localidades sagradas para as duas religiões. Era o começo da segunda Intifada. E tome sangue!

Hoje - Atualmente, Israel segue não dando ouvidos às resoluções da ONU, logo, trata-se de um Estado criminoso. Só para citar um exemplo, negligencia a resolução 242, que obriga o país a se retirar de todas as regiões ocupadas durante a Guerra dos Seis Dias. As negociações seguem há décadas, mas não conseguem avançar. Mas, por que? Basicamente, os dois motivos de sempre:
  1. Os palestinos se negam a reconhecer o Estado de Israel;
  2. Os judeus se negam a devolver os territórios conquistados.

Em suma, o problema é muito mais por conta de brigas relacionadas ao direito pelas terras daquela região, do que devido as diferenças religiosas, embora esse fator também interfira no embróglio, mas de forma secundária.

E como diria uma velha rima de um poema português, cujo autor, confesso, não sei quem é (ou foi): "Tudo isso existe/tudo isso é triste".