sexta-feira, 10 de abril de 2009

Folha de S. Paulo intensifica campanha contra Dilma

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Os partidos sequer ratificaram as escolhas de seus candidatos à presidência da República para 2010, mas a Folha de S. Paulo, tradicional mecanismo de promoção da direita brasileira já começou a atacar seu alvo até as próximas eleições: Dilma Roussef, ministra-chefe da Casa Civil e provável nome do Partido dos Trabalhadores (PT) na luta pela sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No domingo, 5 de abril, o periódico deu ênfase a reportagem "Grupo de Dilma planejou sequestro de Delfim Netto".

A matéria assinada pela repórter Fernanda Odilla, que certamente foi (mal) orientada por um jornalista mais experiente, transformou um fato que não foi executado num factóide do presente. Na concepção do também comunicólogo Antonio Roberto Espinosa, o diário manipulou as informações que ele transmitiu a Odilla, tanto que desafia o periódico a publicar sua entrevista na íntegra, sem ser editada. "É o início de uma sórdida campanha que vai desacreditar ainda mais o jornal da 'ditabranda'", completou Espinosa.

De acordo com informações do portal Comunique-se, a entrevista tratava da história da VAR-Palmares, uma organização política de resistência ao militarismo e da qual Dilma fazia parte. Espinosa foi o responsável nacional pelo setor militar da organização e assume todas as iniciativas que dali partiram contra a ditadura.

Em sua defesa, Odilla defendeu que a reportagem “não afirmou que Dilma Rousseff planejou o sequestro de Delfim Netto. Trouxe, sim, declarações do ex-dirigente da VAR-Palmares, que, pela primeira vez, assumiu que o plano existia e que ele foi seu coordenador. À Folha, Espinosa disse que, no final de 1969, todas as tarefas (as ‘políticas’ e o ‘foco guerrilheiro’) da VAR ‘eram do comando nacional’, citou três vezes Dilma Rousseff como um dos cinco integrantes desse colegiado e, indagado pela Folha em diferentes momentos, afirmou que 'os cinco sabiam' do plano de sequestro e que ‘não houve nenhum veto’".

Tendenciosa, a reportagem publicada pela Folha de S. Paulo busca atacar a imagem da ministra Dilma, uma mulher que arriscou a própria vida, diversas vezes, para lutar contra a iniquidade dos militares que governaram o Brasil entre 1964 e 1985. Este é o jornal de Otávio Frias Filho, cada vez mais desesperado pela queda de circulação do periódico, registrada gradualmente, no Instituto Verificador de Circulação (IVC).

Este é o diário que apoiou a ditadura militar em 18 de seus 21 anos de duração, com salvo interregno de dignidade entre 1974 e 1977, quando Cláudio Abramo deu um pouquinho de dignidade ao veículo. Em uma campanha explícita em prol de Serra e Aécio, representantes do tucanato nacional, o Grupo Folha dá uma verdadeira aula de como não se faz jornalismo, ao deixar claro que tem muito mais a ganhar caso os correligionários de Fernando Henrique Cardoso cheguem ao poder.

Seria lamentável, se não fosse previsível.

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