sexta-feira, 10 de abril de 2009

Que fiquem por lá!

Eu leio na Zero Hora desta sexta-feira, 10 de abril, que o Rio Grande do Sul estará sem governador em exercício nos próximos 15 dias. Motivo: a governadora Yeda Crusius (PSDB) viajou na quinta-feira, 9, para os Estados Unidos, a fim de passar o feriadão mais do que prolongado com um filho que mora na Califórnia. Já o vice, Paulo Feijó (DEM), optou pelas maravilhas paradisíacas de Punta del Este, no Uruguai, logo, temos a configuração de uma redundância literalmente consumada: o Estado carece de governança.


Vale destacar que a ação é amparada pela legalidade. Como trata-se de um prazo menor que 15 dias, não há a necessidade de a governadora repassar o cargo. Em caso de emergência, ela deverá tomar as decisões pelo Rio Grande do Sul, mesmo à distância.


Num governo imerso em escândalos sem proporções, como no caso da corrupção no Detran gaúcho, com o pior índice de aprovação entre os brasileiros, não vejo, sinceramente, diferença alguma em ter Yeda Crusius no Palácio Piratini ou na Califórnia. Opa, quase que esqueço: a diferença deverá consistir no fato de que é povo rio-grandense que pagará mais esta conta.


Tem coisas que eu não entendo. No Maranhão, os poderes conspiraram para derrubar o pedetista Jackson Lago do governo, numa manobra explícita para favorecer o senhor feudal José Sarney, que reassumirá o governo, por meio de sua herdeira Roseana Sarney, nos próximos meses, de acordo com decisão do Executivo. Ao mesmo tempo, neste mesmo Brasil varonil, a administração corrupta de Yeda Crusius segue intacta, sabe se lá amparada por quem.


É uma pena que as águas do lago Paranoá, em Brasília, não falem.

Foto: Guilherme Kardel

Por ora, resta desejar que a governadora do Rio Grande do Sul fique por lá mesmo, nos states, eternamente, como se pudesse ser enfeitiçada pelo calor estadunidense e pelas belezas das praias californianas, talvez menos misteriosas que a solidão-muda daquele pomposo lago da capital federal.

Nenhum comentário: