sexta-feira, 15 de maio de 2009

‘Eu Mereço’ a la ‘Gentes in Lugares’ ou vice-versa

O colunista/Foto: Jonatan ReisPor Carlos Eduardo Freitas [cadusongs@yahoo.com.br]
Uma desventurada crônica de terça-feira, com cara de sexta-feira - daquelas de tomar banho de ‘sal grosso’ e tudo, no final do dia. O dito, apenas foi uma malemolente forma de este cronista se desculpar pelo atraso no envio do texto da semana, que alimenta a coluna Gentes in Lugares, deste Blog.

Aprendendo a narrar um pouco dos inimagináveis infortúnios do amigo e pré-jornalista Alex Jordan, “Eu Mereço”, me atrevo a brincar com as palavras, assim como o amigo o faz com as insólitas situações que o acometem [depois do Trabalho de Conclusão de Curso isso vai melhorar, Jordan – oxalá, que sim!].

Era uma terça-feira em Salvador, que começou tão agitada, que nem dava para perceber se chovia, se estava nublado o dia, ou se o sol castigava. Era simplesmente um dia atípico. Primeiro pelo fato de eu não estar em Camaçari, trabalhando no jornal online que me garante os primeiros louros [$$$], como jornalista, após a graduação. Segundo, porque eu precisava usar os serviços de um cartório – coisa que não é muito comum para mim.

Acompanhe a crônica-senão-cômica-cronologia:

8:53 – Alô? Deco? Cara, qual o cartório com menos filas aqui, em nossa cidade [Salvador]?

- O da Boca do Rio [bairro onde mora Jordan, “Eu Mereço” – sacaram a ligação?].

- Ok, meu caro. Estou indo pra lá.

9:40 – Não acredito?! – Nas portas de vidro, fechadas, do tabelionato da Boca do Rio, um aviso, impresso em papel A4, trazia a manchete que demarcava o início do meu estresse: “Estamos fechados por tempo indeterminado, devido a problemas técnicos”.

9:45 – [É, fiquei cinco minutos reaglutinando os pensamentos, após ler a tal ‘manchete’] - E agora? O que eu faço? Ah! Já sei: Alô? Deco? Cara, qual o cartório mais próximo da Boca do Rio? O daqui está fechado por tempo indeterminado.

- Tem um no Itaigara e outro no Iguatemi, no Centro Empresarial. – Escolhi, para meu posterior desespero, o cartório do Iguatemi.

10:47 – Chego ao tabelionato do Centro Empresarial Iguatemi. Nem me deixaram adentrar no recinto. Com o braço obstruindo o acesso da porta entreaberta, um policial, meio rechonchudo, desferira a sentença: “Acabou a distribuição das senhas do período da manhã. Só vai haver nova distribuição às 13h”.

- Senha?! Indaguei-me! – Sem mais o que fazer e com a programação do dia já comprometida, fui gastar o tempo no Shopping Iguatemi, que fica a menos de 200 metros do cartório. Uma passadinha na capela, para pedir as bênçãos do Céu, e uma passeada em lojas diversas [a melhor forma do tempo passar rápido, em um shopping!]

12:39 – Sem almoçar, chego ao Tabelionato, na esperança de garantir uma das primeiras senhas, devido ao horário. Ledo engano. No corredor, mais de 80 pessoas se aglomeravam, na mesma esperança que eu. Fiquei com a senha de número 82. Pasmem!

13:18 – A primeira ficha é chamada no painel eletrônico do Tabelionato: “Senha 001 – Guichê: 02”. – O pior é que apenas dois caixas [guichês] estavam realizando o atendimento. O guichê 01, para piorar, ainda atendia remanescentes do período da manhã e as pessoas preferenciais [idosos, gestantes, espertinhos [ops!]... mais idosos, mais gestantes e lactentes, com seus bebês no colo...]... Onde isso iria parar? – pensei.

13:55 –
Decidi ir a uma reunião agendada para as 14h30, no Centro Administrativo da Bahia, que fica a 25 minutos dali [de buzú, é claro]. Troquei minha ficha por uma de numeração maior, 93, com uma mulher que esperava a vez dela, fora do cartório.

14:28
– Chego ao local da reunião.

15:26 – Deixo o local da reunião e sigo para o cartório, apressado, temendo ter perdido a vez e, por conseguinte, não conseguir resolver meus afazeres ‘tabelionais’.

16:03 – Chego ao cartório do Centro Empresarial Iguatemi pela terceira vez no mesmo dia. Olho apressado e apreensivo para o painel eletrônico e, consternado, percebo que ainda iria esperar no mínimo uma hora, para então ser atendido. O painel marcava: “Senha 70 – Guichê 01”. – Por que não fiquei com minha senha inicial – pensei, chateado, com meus ‘botões’.

17:21 – Consegui, finalmente, sair do cartório com as cópias do meu RG, CPF, Carteira de Trabalho e comprovante de residência autenticados, ao preço de R$ 1,20, cada documento.

Depois desse horário, gastei mais quase duas horas, em um ônibus lotado, para só assim chegar a minha casa. Gentes in Lugares não foi ao ar, na última terça-feira, 12 de maio, pois o cronista, simplesmente, ‘apagou no sofá’, quase estafado. E, como diria um tão Macaco Brasil, “hoje só amanhã”.

*Carlos Eduardo Freitas é jornalista, além de colaborador deste blog desde janeiro de 2009.

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