quinta-feira, 28 de maio de 2009

Uma vitória por Rian

O garoto Rian Marcelo Marques, de apenas sete anos de idade, tinha, no auge de sua infância, duas paixões especiais: jogar futebol pelo time Estrelas do Umbu e o Sport Club Internacional. Ele morava em Alvorada (RS), uma das cidades do Rio Grande do Sul mais assoladas pela violência e demais tragédias sociais. Município, aliás, onde o blogueiro foi criado, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
A exemplo de boa parte dos meninos de sua faixa etária, ele sempre manifestou o desejo de ser jogador de futebol. Era o centroavante de seu time. No domingo, 24 de maio, marcou três gols na vitória de sua equipe, de acordo com o que Nicolas Mor, de 12 anos, meio-campista do Estrelas do Umbu, relatou ao jornal Diário Gaúcho. Ele também estava aprendendo a escrever.
Na terça-feira, 26, faltou água na escola, portanto, não houve merenda para os jovens estudantes da Vila Umbu. Por essa razão, por volta das 11h30, Rian voltou para casa com o objetivo de almoçar. Antes do retorno, resolveu jogar pião com os amigos na rua. Mas a brincadeira, infelizmente, durou pouco. A praga do crack que parece ter se alastrado pelo Rio Grande do Sul, decretaria a interrupção da vida do pequeno craque da bola. Em meio a um tiroteio de duas gangues de traficantes da pedra maldita, Rian levou um tiro na cabeça e acabou morrendo no hospital Cristo Redentor, as 21h16 do mesmo dia.
Na quarta-feira, 27, o corpo de Rian foi enterrado no cemitério São José Operário, num momento de muita revolta e comoção. Onze horas depois, o Internacional jogava o primeiro jogo da semifinal da Copa do Brasil, contra o Coritiba. Dessa vez, o menino não conseguiu ver seu ídolo Andrés D'Alessandro jogar. A vitória colorada por 3x1 foi dedicada a memória de Rian, que agora faz brilhar sua estrela no céu.
Neste duro contexto de constantes derrotas para o tráfico, podemos dizer que o triunfo do Inter, foi uma vitória por Rian.

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