segunda-feira, 8 de junho de 2009

Juazeiro e Petrolina

Foto: Alex Jordan - 7/6/09Juazeiro e Petrolina. Estão aí duas cidades que eu gosto muito. Uma é baiana, a outra, pernambucana. Uma é organizadinha, a outra, uma baderna total. Uma é o oposto da outra, embora sejam vizinhas, separadas apenas pelo "velho" e quase transposto Chico - mas elas, e tudo o que as envolvem, como a cultura e o povo em si se completam.

Estive em Juazeiro e Petrolina pela terceira vez, em menos de nove meses, no último final de semana. Fui para cobrir o jogo do Galícia contra o Juazeiro pelo Campeonato Baiano da 2ª Divisão, logo, estava por lá a trabalho. Todavia, sempre se arranja um tempinho para conhecer um pouco dos lugares por onde se viaja.

Na baiana Juazeiro, fiquei sabendo que a população local tem o inusitado hábito de comer acarajé com maionese. Em Salvador, a cerca de 600 quilômetros da região norte da Bahia, este costume petrolino-juazeirense soaria como um verdadeiro sacrilégio. Em Petrolina, eles também saboreiam o quitute típico do estado vizinho com maionese!

Em uma das paradas do ônibus que levou a delegação do Galícia para Juazeiro, ainda no sábado à noite, senti vontade de beber café (viciado que sou). Cheguei em uma dessas lanchonetes de beira de estrada e fiz o meu pedido para a atendente. Estava uma delícia. Fascinado pela cafeína que sou, pedi um repeteco, ao que a menina atendeu prontamente, derramando mais do "ouro negro" no singelo copinho de vidro - desses que bebemos cerveja nos bares de Salvador.

Antes de ir embora, perguntei quanto deveria pagar pelo café. A resposta da funcionária da lanchonete: "o senhor não precisa pagar nada". Perguntei: como assim? Eu usei o café de vocês. É justo que haja uma compensação por isso. Mas não houve acordo. Não aceitaram o meu dinheiro. Surpreso e envergonhado que estava, comprei uma lata de refrigerante (mesmo sem vontade), apenas para gastar com alguma coisa. Aproveitei para oferecer uma gorjeta por fora a atendente, ao que ela agradeceu com um daqueles sorrisos bonitos e humildes da gente do interior. Agradeci bastante o gesto de gentileza que recebi.

Em Salvador, desde o início desta segunda-feira, 8 de junho, não precisei de menos de duas horas para me aborrecer, graças ao espetáculo dos engarrafamentos da Paralela e da Bonocô. Que inferno!!!

Acho que quero ficar no interior.

Acho que quero ficar no interior rodeado de carrancas mudas e imponentes, fabricadas pelo povo pacato das margens do São Francisco.

Acho que nasci para ser um emigrante.


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