domingo, 14 de junho de 2009

O Galícia me emociona tanto ou mais que o Internacional

Foto: Alex Jordan - 13/6/09O Galícia é a minha cachaça. Quando cheguei para assumir a assessoria de comunicação do clube, há um pouco mais de dois anos, sequer imaginava que me identificaria tanto com o time fundado em 1933 pela colônia espanhola de Salvador. Na época (leia-se maio de 2007), eu precisava de um estágio para conciliar com o da TVE, logo, era para ser algo extremamente profissional, mas, pasmem, acabei me apaixonando pelo azulino.
Mas o que explica esse carinho que eu tenho pelo "granadeiro"? Se apaixonar pelo Internacional, clube do meu coração, campeão de absolutamente todos os títulos possíveis é tarefa fácil. Mas e quanto ao Galícia? Há 10 anos na segunda divisão do famigerado Campeonato Baiano, sem lenço e sem documento, com pouco apoio, com pouco tudo, o que explica?
Penso que só o amor explica. Virei torcedor também. Brigo contra tudo e contra todos pelo Galícia. Gosto desse negócio de optar por uma alternativa que não seja a central (p... de Bahia e Vitória!), estar ao lado de quem mais precisa, não por pena, mas por força das circunstâncias, afinal, o azulino é grande, sim senhores! Primeiro tricampeão baiano, cinco vezes campeão estadual, situado na região mais valorizada e bem localizada da cidade, enfim!
Tudo converge para que o Galícia torne a ser o que era antigamente. Se ainda não aconteceu, é porque alguém deve ter enterrado um sapo com a boca costurada lá no Parque Santiago! Sim, porque não é possível. É bola na trave, zagueiro tirando o gol de cima da linha, jogador expulso, juiz ladrão...
O fato é que hoje, sou um poço de sinceridade ao afirmar que o Galícia me emociona tanto ou mais que o Internacional. Deve ser porque eu vivo mais este primeiro, trabalho por ele, além de não estar morando mais no sul do Brasil. Outra coisa: as vitórias do azulino são comemoradas como títulos. As do Inter são tão corriqueiras... Quando o granadeiro perde, eu fico mal-humorado, brigo com a namorada, chuto o pau da barraca mesmo. Quando o colorado é derrotado, fico de certa forma tranquilo, porque sei que ele irá se recuperar no jogo seguinte.
Mas é mais que isso. Já tive propostas para ir para clubes melhores, por salários maiores, mas recusei. O carinho que eu tenho dos torcedores galicianos não tem preço. Desenvolver um trabalho importante nas condições que eu disponho, é um desafio bem mais atraente também.
E trabalhar numa instituição onde o coração bate mais forte é uma sensação sem igual. É indescritível em palavras.
São coisas do amor, eu sei.

2 comentários:

Anônimo disse...

É isso aí Murilo, sou também um "simpatizante" do galícia desde 1981 quando tinha 7 anos, gostava daquele time de azul, de jogadores desconhecidos, quando todos só falavam de Bahia e Vitória, acho que também sempre tive aquela coisa de gostar do alternativo. Estou torcendo pro Galícia subir este ano, e vou pros jogos no Pituazul. Sinto que existem milhares de galicianos pela cidade que sentem certa vergonha de vestir a camisa e torcer na segunda divisão (conheço pelo menos uns 8...), mas isso é herança das direções passadas, acho que o caminho é dificílimo, mas um dia sei que veremos um Galícia disputando uma série D, uma Copa do Brasil, colocando 8.000 pessoas no estádio, enfim, é só acreditar!!!!! outro dia eu estava aqui no trabalho e comentei com um colega que iria ver o jogo do Galícia, e pra minha surpresa, 2 pessoas no salão levantaram e disseram: "pôxa, o Galícia!!!" eu adorava o Galícia...

É isso... abraços!!!

Murilo Gitel disse...

Bacana, teu comentário, "anônimo".

Uma pena que não tenhas deixado identificação.

De qualquer forma, obrigado pelo acesso!

E arriba, Galícia!