sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Dei risada ao ler Sarney falar sobre democracia


Sempre me impressiona a capacidade que a Folha de S. Paulo possui para publicar editoriais e colunas repletas de baboseiras. Nesta sexta-feira, 28 de agosto, o brincalhão da vez é o "distinto" presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que conta com um espaço semanal no jornalão da família Frias. Imaginem que no texto de hoje, o "senhor feudal do Maranhão" comenta a situação das mulheres do Oriente Médio e, pasmem: disserta sobre a falta de democracia na região.

Eu pergunto: quem é José Sarney para falar em democracia? Ele já esteve, alguma vez, naquela região? Conversou com as mulheres de lá? Sabe, ao certo, como elas se sentem?

José Sarney, para quem não sabe, é filho da ditadura militar que assolou o Brasil durante mais de duas décadas (1964-1985). Sua família, tal qual um clã, governa o Maranhão com mãos de ferro há anos, porque, a exemplo do que acontecia aqui na Bahia até a queda de ACM [o avô], ela tem poder suficiente para controlar os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário do estado - tanto que derrubou, recentemente, o governo de Jackson Lago (PDT-MA), eleito pelo povo.

Não esqueçamos, também, de seu império de comunicação (que envolve jornal, rádio, TV e outros veículos). Logo, ele também monopoliza o chamado "quarto poder" por lá.


Sarney, dos atos-secretos, do nepotismo, dos escândalos de improbidade administrativa.

Sim, senhores, Sarney, "o democrata", escreve hoje sobre democracia na Folha de S. Paulo, jornal preferido da classe média tupiniquim.

O escritor libanês Gibran Khalil Gibran escreveu, há 70 anos, que "a bondade é a sombra de deus sobre os humanos". Eu, por minha vez, digo que a hipocrisia é a sombra da sujeira sobre eles.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Lei Rouanet, famosos e a tal de consciência

É mesmo polêmica a Lei Rouanet. Volta e meia, lá está ela envolvida em mais uma problemática embaraçosa. Será que foi mal elaborada? O problema está nas pessoas, que não a compreendem perfeitamente? Adianto que este post tem mais perguntas do que respostas, porque o negócio aqui é pensar e não estabelecer conclusões. Depois de Caetano, agora é Gilberto Gil quem está no olho do furacão. Mas, por qual razão?

Gilberto Gil, por meio de sua empresa, a Gege Produções Artísticas, pediu incentivo fiscal para a realização de dois shows e gravação do DVD Gil Luminoso. O valor solicitado? R$ 539.528. A Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (Cnic) aprovou captação de R$ 445.362,50. Há algo de ilegal nisso? Não, não há. A lei não é restrita aos artistas desconhecidos do grande público, lembrou bem Juca Ferreira, ministro da Cultura, ao justificar a aprovação do pedido do ex-ministro. Pois é. Esse é um dos pontos a se considerar.

Artistas consagrados, com projetos viáveis economicamente (já que se referem a eles), deveriam ter direito a tamanho incentivo?

Eu penso, sinceramente, que não. Quer um motivo? As grandes empresas (Petrobras da vida e outras tantas) fazem questão de vincularem suas marcas aos artistas renomados. Então, por que deixar de empregar essa política pública para aqueles mais desprestigiados, que ralam muito mais na estrada?

Os defensores da Lei Rouanet, argumentam que seria uma espécie de discriminação e que a lei deve ser para todos. É um ponto de vista a se considerar, do qual eu respeito, mas não compactuo. Será que o Zé Violeiro de Periperi conseguirá ter o seu projetinho aprovado na Rouanet? Claro que não, afinal, ele não é Caetano, tampouco Gil. Não conta com produtores ávidos por excelentes oportunidades para deixarem de procurar apoio das empresas privadas.

O Zé não tem um nome na história da música brasileira e, do jeito que as coisas vão, dificilmente terá.

Esses grandes nomes como Caetano e Gil merecem, sim, o respeito de todos. Eles são importantes demais para a cultura brasileira e a musicalidade em todo o mundo. Não concordo que eles devem ser criminalizados. Aliás, a matéria da Folha sobre Gil na sexta-feira, 21 de agosto, sobre esse caso foi, no mínimo tendenciosa. A capa da Ilustrada só faltou dizer que o músico baiano estava cometendo um grande crime - houve sim, em relação ao texto da repórter, arroubos de sutileza, é claro. Mas, não é por aí.

Consciência

Se a lei tem brechas incoerentes, que ela seja alterada por uma mais congruente e justa. No entanto, acredito que os nomes já consagrados da música brasileira deveriam ter mais consciência social. Eles não deveriam permitir que seus produtores inscrevessem projetos na Lei Rouanet. Porque tem isso também, eles se dizem alheios a esse lado mercadológico, afirmam que desconhecem esses assuntos e que são os seus agentes que devem responder por essas situações.

Até entendo, de certo modo, mas tem um limite. Eles não podem ser alienados em todo o processo, dedicando-se, unicamente, a transmitir suas artes para o público. O caso de Gil, ainda mais que o de Caetano, é extremamente delicado. Ele foi ministro da Cultura recentemente e é amigo do atual chefe da pasta, Juca Ferreira. É óbvio que ele tem talento e nome suficientes para não precisar dos incentivos fiscais. Agora, fica um negócio constrangedor, a imprensa pega no pé mesmo, ao insinuar que a liberação foi feita por ingerência. Como dizer não a Gil? Como dizer não a Caetano?

É uma discussão que precisa ser aprofundada, porque estamos falando de dinheiro público e de desigualdade de condições para se ter acesso a ele. Aliás, este é um assunto que diz respeito a todas as áreas - inclusive a empresas de comunicação que contam com incentivo fiscal (muitas atuam por meio de concessões governamentais).

Em meio a insistência com Sarney, Edir Macedo e Gripe A (H1N1), bem que os profissionais de imprensa poderiam fazer um esforço para aprofundar esse debate.

Mas dá uma preguiiiiiiiiiççççççaaaaaaaaa!

domingo, 23 de agosto de 2009

Quer ver a Seleção Brasileira em Pituaçu? Prepare o bolso.

Foto: Marcelo Oliveira/Videoplay

Os preços dos ingressos para Brasil x Chile, partida que será realizada no estádio Governador Roberto Santos (Metropolitano de Pituaçu), em Salvador, no dia 9 de setembro, foram estabelecidos pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no sábado, 22 de agosto. Os torcedores de Salvador terão de desembolsar R$ 100 para assistir ao jogo (válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010) das arquibancadas. Para este setor, o preço da meia-entrada para estudantes é de R$ 50.

Já o valor das cadeiras especiais é de R$ 250 (inteira) e R$ 125 (meia). Os preços para os jogos da Seleção Brasileira, na Bahia, estão maiores do que a última partida do Brasil aqui no país, contra o Paraguai, no Estádio do Arruda, em Recife. Na ocasião, o ingresso mais barato custou R$ 50 (inteira), enquanto que o mais caro também foi de R$ 250. O Estádio do Arruda tem capacidade para 55 mil espectadores, e vendeu todos os ingressos para o confronto realizado no último mês de junho.

As vendas começam dia 30 de agosto, das 09 às 17h.

Postos de Venda

Estádio Roberto Santos – Pituaçu
Av. Luís Viana Filho, s/n – Paralela

Ginásio Antônio Balbino - Balbininho
Ladeira da Fonte das Pedras, s/n – Nazaré

Salvador Shopping
Av. Tancredo Neves, 2.915 – Caminho das Árvores

Shopping Barra
Av. Centenário, 2.992 – Chame-Chame

Shopping Paralela
Av. Luís Viana Filho, 8.544 - Paralela

Vendas pela internet
FutebolCard – http://www.futebolcard.com/

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Clube da Esquina nº. 2 - com Flávio Venturini



Composição: Milton Nascimento, Márcio Borges e Lô Borges

Por que se chamava moço
Também se chamava estrada
Viagem de ventania
Nem lembra se olhou pra trás
Ao primeiro passo, aço, aço, aço

Por que se chamavam homens
Também se chamavam sonhos
E os sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases lacrimogêneos
Ficam calmos, calmos, calmos

E... lá se vai... mais um dia

E basta contar compasso
E basta contar consigo
Que a chama não tem pavio
De tudo se faz questão
E o coração na curva de um rio, rio, rio

E... lá se vai... mais um dia

E o rio de asfalto e gente
Entorna pelas ladeiras
Entope o meio-fio
Esquina mais de um milhão
Quero ver, então, a gente, gente, gente

E... lá se vai... mais um dia

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Sobre a música

Originalmente instrumental, a canção Clube da Esquina nº.2 foi composta, inicialmente, por Milton Nascimento e Lô Borges, em 1972. Ante a insistência da intérprete Nana Caymmi, o letrista, escritor e poeta Márcio Borges criou a letra da música, sem comunicar ao irmão Lô e ao amigo "Bituca". Em um primeiro momento, o gênio de Três Pontas (MG), Milton, não gostou nada da ideia, mas, devido a beleza dos versos, acabou cedendo, e permitindo a incorporação dos mesmos.

Esta canção já foi regravada por Milton Nascimento, Lô Borges e Solange Borges, Flávio Venturini, Cidade Negra e grupo Pique Novo.

Um laureado para o Jardim Aparecida

Com meu amigo, colega e colunista deste Blog, Alex JordanA noite de ontem foi, de fato, muito bonita. Além de ter sido graduado oficialmente, em nível institucional, Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, acabei laureado (para a minha surpresa) aluno com o melhor desempenho de todo o curso nesses 4 últimos anos, o que fez com que minha mãe quase tivesse um pirepaque do coração, no auditório Zélia Gattai do Centro Universitário Jorge Amado/UniJorge.
Ter recebido tamanho prêmio do coordenador do curso, o também jornalista e professor Bernardo Carvalho foi edificante, em meio aos aplausos e gritos dos colegas e demais presentes. É claro que eu dividi tal conquista com todos os camaradas de sala de aula, até porque fizemos muitos trabalhos em grupo, o que significa dizer que fui muito ajudado.
Sim, passou um longa-metragem em minha cabeça, como havia de ser. Eu penso que, naquele exato momento, eu estava representando, modestamente, a minha origem, o lugar onde fui criado e todos aqueles que acompanharam ou ainda acompanham a minha trajetória. Recordei dos meus amigos assassinados e dos que se perderam no tráfico de drogas, sem orientação alguma, sem vida, sem nada.
Não pude deixar de lembrar das páginas policiais dos jornais gaúchos, repletas de manchetes gigantescas sobre a vila Jardim Aparecida e a cidade de Alvorada (RS) - campeãs de homicídio, de assaltos, de tráfico, de casos de HIV, enfim, toda uma gama de calamidades sociais resultantes de diversos fatores. Agora não. Um filho desses lugares os representava de outra forma, um modo positivo, progressista, benéfico.
Em dezembro, quando eu visitarei o Rio Grande do Sul, em férias, quero mostrar a todos do lugar de onde eu vim que é possível. Em contato com as crianças e os jovens, direi que quem vem de lá também pode alçar vôos altos, desde que esteja disposto a resistir as adversidades, superar as limitações e se manter inocente.
Provar primeiro para si, e depois para todos os descrentes, que nós não precisamos da pena de ninguém.
Diante de tantas adversidades e desigualdades, precisamos despertar os guerreiros que estão em nós.
Nada mais.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Os degraus

Minha colação de grau, referente a conclusão do curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo será realizada nesta quinta-feira, 20 de agosto, a partir das 19h, no auditório Zélia Gattai do Centro Universitário Jorge Amado/UniJorge, em Salvador.
A grande solenidade está marcada para 14 de outubro, no espaço Iemanjá do Centro de Convenções da capital baiana, o que significa dizer que o evento de logo mais à noite é o institucional, enquanto o outro, previsto para daqui a dois meses é simbólico, embora mais refinado.
Algumas pessoas me perguntam como estou me sentindo nesse exato momento. Respondo que não estou realizado, tampouco contente e/ou feliz. Eu penso que os sentimentos de realização, contentamento e felicidade são muito perigosos e, portanto, não faço questão de alimentá-los. Em verdade, não são sentimentos. São estados de espírito. Não sou feliz ou triste. Às vezes, estou feliz ou triste. O mesmo vale para os outros dois citados. Nada é tão constante. O mundo de ilusões não combina comigo. Eu jamais "estarei" realizado, conformado e satisfeito. São processos em construção constante.
Mas sei valorizar a importância do momento que se aproxima. A palavra é essa: é importante para a minha trajetória. Ainda mais quando se leva em conta de onde vim e como cheguei até aqui. Não é a toa que sou o primeiro universitário de minhas duas famílias (a materna e a paterna). É algo significativo, porque estou chegando a um patamar que eu considero mínimo, sim, mas que ao mesmo tempo ainda não havia sido alcançado pelos meus próximos.
Mas não será este o último degrau. E também não é o primeiro. Há pouco tempo, eu estava me formando no Jardim de Infância, lá na escola municipal da Barra da Lagoa, em Florianópolis (SC). Não faz muito que concluí o ensino fundamental, numa cerimônia realizada na Igreja de São José Operário, no centro de Alvorada (RS). Depois, veio o final do ensino médio, sob os olhares atentos dos oficiais do Colégio da Polícia Militar, na Av. Dendezeiros, no Bonfim, em Salvador. E agora, daqui a pouquinho, serei graduado no ensino superior, como jornalista.
É importante? É. Mas eu já estou pensando naqueles degraus que agora estão acima.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Marina defende que combate à crise deve ter foco no meio ambiente*

Foto: Wilson Dias/ABr
A senadora Marina Silva (PT-AC) considera que não há como separar a crise econômica da ambiental. A avaliação foi feita no sábado, 15 de agosto, em meio a um debate sobre clima e meio ambiente, promovido pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Os trabalhadores rurais estão acampados em Brasília desde a última segunda-feira, 10, onde reivindicam melhorias para as famílias que vivem no campo.

“A crise econômica é grave e precisa ser enfrentada e resolvida e a crise ambiental também. Uma não é em oposição a outra. As coisas têm que ser integradas. Não que há de se por em oposição desenvolvimento e preservação. É parte da mesma equação”, observou a senadora.

No evento, Marina afirmou que a crise econômica mundial “agora bateu no teto” dos ricos, mas já existia para milhares de pessoas que morrem de Aids na África e para aqueles que vivem com menos de US$ 1 por dia, entre outras situações de pobreza.
Sucessor da senadora, o Brasil tem condições para iniciar um processo de desenvolvimento sustentável, o que acarretaria numa mudança de “envergadura civilizatória”. “Estamos diante de uma esquina ética. O nosso compromisso com as gerações futuras nos levará a duas decisões: ou não nos importamos com a possibilidade de inviabilizar a vida na Terra, ou nos importamos e começamos a fazer as mudanças que nós queremos ver no futuro”, alertou Marina.

Ela acrescentou que as pessoas acham que, para fazer algo que ainda não foi feito, tem que ser em oposição ao que já foi conquistado. “A vida não é assim. Os processos são cumulativos e tem que trabalhar com os acúmulos positivos de diferentes governos e períodos”, concluiu.

Presidenciável do "verde"?
Há cerca de duas semanas, a senadora petista foi convidada a se filiar pelo Partido Verde (PV). O objetivo do convite seria o de viabilizar a candidatura de Marina Silva à presidência da República em 2010 (a ministra Dilma Roussef deve ser a candidata do PT). A senadora já adiantou que deverá anunciar sua decisão nos próximos dias. “Não coloquei prazo, nem dia. Mas não quero prolongar esse anúncio porque não quero transformar isso em uma novela. Em respeito ao meu partido, que é o PT, ao PV e a mim mesma, justificou.
Na concepção de Marina Silva, nenhum partido irá hegemonizar o tema desenvolvimento sustentável, no entanto, ela considera que o PV tem proposto fazer uma discussão programática a respeito desse tema, colocando-o como estratégico. Apesar da quase ratificada troca partidária, a senadora desconversa quando o assunto é a presidência. “Não estamos falando de Presidência da República. A decisão que estou tomando é sair ou não do PT. O PV me fez um convite honroso e eu disse que não iria subordinar a minha decisão às duas coisas”, explicou.
Minc
Sucessor de Marina Silva no comando do Ministério do Meio Ambiente (MMA) a partir de 2008, o ministro Carlos Minc afirmou na sexta-feira, 14, que uma possível candidatura à presidência da República de parte da senadora Marina Silva traria uma perda política para o Partido dos Trabalhadores, mas, por outro lado, seria positiva para a discussão das questões ambientais.
Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr

“Seguramente, ela, sendo candidata, claro que o PT perde, perde um quadro importante. Mas a discussão da questão ambiental vai ser muito grande”, ponderou, ao participar do 1º Congresso da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema).

Na avaliação do ministro, com uma candidata ligada à militância ambiental, os outros aspirantes à presidência em 2010 teriam que levar em consideração o meio ambiente em suas plataformas eleitorais. “Eu acho que a questão ambiental, caso ela venha realmente a ser candidata, vai crescer e todos os candidatos terão que se reportar fortemente a essa questão”, projetou o ministro Minc. A saída de Marina Silva do MMA foi motivada por possíveis embates com a área econômica do governo federal.
*Com informações da Agência Brasil/publicada no portal EcoDesenvolvimento.org

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Precisando de emprego?

Imagem: Reprodução
Em meio as denúncias de improbidade administrativa contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), um criativo internauta de Sorocaba (SP) criou um site para que os internautas possam pedir emprego para o famoso "senhor do Maranhão". Criada em 7 de agosto, a página tem o nome de Sarney Jobs, e conta com o slogan "o jeito mais fácil de conseguir seu emprego".
Até às 16h48 desta quinta-feira, 13, já haviam sido feitas 2.125 visitas ao site. Destaquei para vocês três mensagens especiais dos pretendentes a um "trampo" no Senado e/ou "Casa dos Horrores". Vamos a elas:
A Alita Joaquina da Silva, de Juiz de Fora (MG), escreveu: "Sr. Sarney, quero um emprego no Senado. Obs: Quero ser lotada no gabinete do Senador Artur Virgilio, porque quero estudar Balé na Rússia".
Já o Arthur (calma! Não é o Virgílio!) Barreto, de Parnaíba (PI), solicitou: "Queria uma vaga de músico para ficar tocando a música do "Poderoso Chefão" toda vez que o senhor fica no senado- Salário R$ 25.000,00".
Como perguntar não ofende, o "Seu Futuro Neto" (ele assinou assim mesmo), de Fortaleza (CE), perguntou na cara-dura: "Será que o senhor não teria outra neta que vem acompanhada de um 'emprego'? O salário é só de R$ 5.000,00".

A assessoria de Sarney afirmou ao G1 que o presidente do Senado não iria comentar a iniciativa, mas afirmou que o site representa a "instrumentalização da internet como ferramenta de ataque político". A assessoria também lembrou que outras ações como a criação de um perfil falso de Sarney no site de relacionamentos Twitter já foi combatida e é investigada pela Polícia do Senado, mas que essas manifestações fazem parte da democracia.

Precisando de emprego?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

"Meu pai era um visionário"*


Jorge Emanuel Reis Cajazeira nasceu em Salvador, Bahia, há 41 anos. O engenheiro mecânico com PHD em Administração de Empresas e Sustentabilidade trabalha na Suzano Papel Celulose há 17 anos, onde atualmente ocupa um cargo executivo, além de ter sido eleito, em 2004, presidente mundial do comitê de elaboração da ISO 26000 – Responsabilidade Social, que atua em 50 países e 60 organizações.
Meus pais não tiveram grande instrução nos estudos. Na verdade, eles não tiveram nem oportunidades para estudar. Meu pai era militar da Marinha do Brasil. Minha mãe teve instrução primária, apenas. Mas eles sempre me apoiaram muito nos estudos. Eu estudei no colégio Marista, num tempo em que aprender inglês era praticamente um capricho. Naquela época, “sobreviver” no mundo não exigia a obrigatoriedade do da língua estrangeira, mas veja, que mesmo assim, meu pai sempre fez questão que eu estudasse inglês desde cedo. Hoje eu vejo que, nesse sentido, meu pai era um visionário. Já pensou aonde eu chegaria sem estudar inglês? (risos)

Lembro que eu tive uma infância tranqüila, ali na região da Barra-Avenida. Eu fui criado ali. Eu sou natural de Salvador, inclusive. Meus pais é que vieram do Recôncavo. Meu pai era Cachoeira, já a minha mãe nasceu em Castro Alves.
Formei-me em Engenharia Mecânica, na Universidade Federal da Bahia. Depois disso, fiz mestrado e sou agora PHD em Administração de Empresas com ênfase em Sustentabilidade. É claro que eu não nasci sabendo o que é necessário saber a respeito desse tema. Estou há 17 anos na Suzano e, desde então, tenho me aprofundado cada vez mais no assunto, aprendendo mesmo, desenvolvendo essa especialização.

Se a Suzano não tivesse esse perfil de empresa responsável socialmente, certamente eu não estaria lá. Por que eu digo isso? Porque seria uma tremenda incoerência. Você não pode ter este perfil numa empresa sem ética alguma. Por isso é fundamental você ter o conhecimento de como funciona a filosofia, o pensamento da corporação. A Suzano tem origem judia. Foi uma família de judeus russos que a fundaram. Bem, normalmente os judeus têm no DNA esse quê de solidariedade, de retidão quando o assunto é o comportamento ético, certamente por causa de todas aquelas atrocidades que eles sofreram durante o nazismo. Então eles já começaram a empresa nesse clima de Responsabilidade Social Empresarial e eu fui me adaptando a isso. Eu não poderia ser um executivo focado nesse tema sem o aval da empresa. É isso.
Eu penso que a Responsabilidade Social Empresarial (RSE) é uma tendência e uma realidade. Senão, repare: qual é a empresa que resiste sem ela? Qual grupo tem resistido? A empresa que quer ser perene e permanecer como tal no mercado tem que ser ética e transparente com todos os públicos que se relaciona. Um exemplo é o meu Esporte Clube Bahia... Há quantos anos ele é mal gerido? Chegou ao ponto que chegou. Um time grande como o Bahia só fez cair, infelizmente. O Flamengo também é um bom exemplo. Há quantos anos esteve para cair para a segunda divisão. Agora vive um melhor momento. Por quê? Por causa de uma boa gestão. Quem não reconhece a RSE e permanece com uma postura antiética diante da sociedade pode até ganhar muito dinheiro em pouco tempo, mas não será perene. Vai cair. Vai acabar.

Confesso que penso em voltar para a Bahia, que é a minha terra. Eu acho que todo o mundo é mais ou menos assim, tem esse desejo de voltar um dia para o lugar de origem. Hoje estou aqui em São Paulo. Faço essa ponte aérea quase que todas as semanas, porque a minha esposa, meus filhos se mudaram há cerca de um ano para Salvador. Então, eu estou aí direto. Tem muitas coisas que me entristecem em Salvador. Eu observo muito a miséria. Vejo famílias inteiras nas sinaleiras. Isso é muito ruim. É muito triste. Há pouco tempo, levei um amigo meu norte-americano para conhecer o Pelourinho. Logo que chegamos, fomos surpreendidos por uma série de vendedores de sei lá o quê, que só faltaram agarrá-lo para oferecer seus produtos. Ele ficou apavorado. Não é para menos. Então, falta este tipo de preparo para a cidade. Eu fiquei envergonhado. Imagine a minha situação, tentando explicar para ele que, na verdade, são vendedores...
A ISO 26000 tem avançado muito. As discussões em todo o mundo caminham para uma linguagem comum e isso é muito bom. É legal também o patamar que o Brasil chegou nessa discussão. Antes, nós, os países em desenvolvimento, fazíamos a conta para que os países desenvolvidos pagassem... Era mais ou menos por aí. Hoje não. Nós estamos dando as cartas, somos protagonistas nessa discussão. Isso é muito importante.
*Entrevista que me foi concedida em novembro de 2008, publicada no portal EcoDesenvolvimento.org

domingo, 9 de agosto de 2009

Amor de Índio

sábado, 8 de agosto de 2009

Antes da partida

Imagem: fataetoile/Cinzia Rizzo torn tra una setimanna
Lúcio queria evitar a dramática, a derradeira despedida. Sabia que precisava partir, apenas, acometido por uma sensatez que, de certa forma, lhe machucava. As circunstâncias, pensava ele, deveriam ser consideradas por Cláudia. Sim, deveriam. Em um primeiro momento, ela fingiu concordar com aquela partida anunciada assim, tão abruptamente.

- Vá! Se for ser para o seu bem, para o seu futuro, vá, Lúcio!
- Eu preciso ir, será mesmo importante, mas...

Em seguida, os silêncios intermináveis ganhavam a cena. Eles eram comuns naquela relação estranha, embora intensa e muito bonita. E o casal caminhava assim pelas ruas da Cidade que Dorme, acompanhados por um silêncio profundo e perturbador. Ao mesmo tempo, Lúcio e Cláudia seguiam sem direção. Era sempre assim: eles gostavam de passear por caminhos incertos, sem um destino pré-definido. Caminhavam por caminhar. Eles estavam juntos. Nada mais importava.

Mas, com o passar do tempo, Lúcio ganhou uma oportunidade de vida melhor, chance esta que incluía a mudança de país, a reconstrução de planos, uma reviravolta fortuita. No entanto, Cláudia não poderia ir junto – não que ele impedisse. Em verdade, apesar do amor que sentia pelo rapaz, ela não queria deixar a família, tampouco a Cidade que Dorme, mesmo com todas as suas calamidades sociais e poucas perspectivas.

Rapidamente, a união do casal ficou estremecida. Eis o drama de Lúcio, um jovem que sobreviveu a uma realidade difícil numa das regiões periféricas do município onde houvera sido criado, mas, que, pela primeira vez, encontrava uma chance de progredir, galgar um futuro promissor, mesmo que para tal houvesse a necessidade de dolorosas renúncias.

Ao tomar conhecimento de que Lúcio estava decidido a ir embora, Cláudia ficou extremamente magoada, embora procurasse disfarçar aquele sentimento, para que o seu companheiro não percebesse tamanha tristeza. Mas não teve jeito. No silêncio de seu quarto, ela rasgou todas as cartas de amor que recebera durante os anos de relação entre os dois.

Tempos depois, implorou para que ele não telefonasse mais, deixasse de enviar e-mails, se esforçasse para esquecê-la definitivamente. Chegou a afirmar que fazia questão de não receber mais as crônicas de Lúcio, sempre tão admiradas e elogiadas, porque não as lia, e as achava mal escritas. Ele sorriu, sem acreditar.

Cláudia precisava recomeçar. Na sua concepção, o recomeço requer o esquecimento. Não há como dissociá-los.
E eles nunca mais se falaram.
E ela esqueceu o que ele lhe dissera antes da partida.

Eram só palavras. Ou não.

Dia Internacional dos Povos Indígenas é celebrado neste domingo*

Foto: armandoaanache

As Nações Unidas celebram neste domingo, 9 de agosto, o Dia Internacional dos Povos Indígenas. Numa mensagem para marcar a data, o diretor-geral da Unesco, Koichiro Matsuura, afirmou que comunidades em todo o mundo pedem desenvolvimento aliado à preservação da cultura e identidade das aldeias.

A indigenista, Samia Rogers Barbieri, afirmou à Rádio ONU, que os índios têm direito a se desenvolver como querem, o que inclui a adaptação à vida na cidade como qualquer outro cidadão, sem o risco de perder sua cultura.

Reconhecimento

"O indígena sabe que ele é diferente. Ele permanece como indígena. Mas ele vai ser, atualmente, o indígena médico, advogado, vai morar na cidade. E como ele conseguirá manter o seu reconhecimento? Esta questão de a gente dizer que ele não vai ser mais índio, vai perder a identidade, não procede. Ele sabe que ele é filho da mãe-terra, o que ele é e representa, que ele tem uma cosmovisão. Essa é uma questão da intelectualidade", defendeu.

Ecossistemas e Culturas

Segundo a ONU, os indígenas formam cerca de 5% da população mundial. Mas muitos povos vivem marginalizados e sem direitos básicos. Uma outra preocupação da Unesco é a destruição de ecossistemas e culturas que afetam os indígenas diretamente.

No Dia Internacional dos Povos Indígenas, a Unesco voltou a pedir que a comunidade internacional promova um diálogo ainda mais genuíno com os índios de todo o mundo.

Ouça esta notícia em Podcast

*Com informações da Rádio ONU

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A mentira de Sarney

Charge: Zé DassilvaO presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), alvo de uma série de denúncias e suspeitas de improbidade administrativa, mente quando afirma que jamais processou jornalistas. Em nota divulgada na segunda-feira, 3 de agosto, ele procurou justificar o processo movido pelo seu filho contra o jornal O Estado de S.Paulo e afirmou "nunca ter processado jornalista algum". É mentira. De acordo com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, o senador tem um considerável histórico nesse sentido.

São três ações contra o Jornal Pequeno, do Maranhão, e uma contra o colunista do Estadão e deputado de São Paulo João Mellão Neto. Os quatro processos se referem à publicação de matérias e/ou artigos sobre José Sarney. Lourival Marques Bogéa, diretor e proprietário do Jornal Pequeno, foi alvo de uma representação criminal movida por Sarney. O jornalista contou que seu pai, José Ribamar Bogéa, fundador do jornal, também foi processado pelo senador e acabou sendo condenado, mas foi absolvido em recurso no Supremo Tribunal Federal.

Reprodução portal Comunique-se


Em 1994, Sarney também processou o Jornal do Brasil pela publicação de matérias sobre suas propriedades, máfia dos anões do Orçamento e denúncias de corrupção. De acordo com o jornalista Dalcio Mata, que na época era editor-chefe do JB, a ação movida pelo senador por danos morais exigia, como indenização, o montante de dez vezes o valor arrecadado com a venda e publicidade dos jornais que circularam com as matérias contestadas por Sarney.

Eu penso que é vergonhoso para o Brasil ter José Sarney como presidente do Senado. É a prova de que o coronelismo e todas as suas facetas ainda possuem espaço na política brasileira. O erro começa na falta de educação e conhecimento do povo, que é quem elege gente como ele, Collor, Calheiros e cia ilimitada. Uma vez eleitos, esses personagens cheios de contravenções em suas trajetórias ainda ganham outros papéis de destaque na casa federal, o que torna cada vez mais difícil acreditar em seriedade e honestidade nesse universo de podres poderes.
Em relação ao mundo, o Brasil costuma reivindicar respeito. Mas é muito difícil respeitar o Brasil.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Aniversário: Blog do Murilo Gitel completa 3 anos nesta quinta-feira

Foto: niso.russian
Parabéns a você! Este blog completa três anos de existência nesta quinta-feira, 6 de agosto, mas o grande responsável por essa conquista é quem o acessa, comenta e faz deste espaço uma revista eletrônica capaz de integrar a literatura e o jornalismo - áreas que estão mais próximas do que muita gente imagina.
Há exatos três anos, tentado pela colega Caroline Góes, criei um blog no Terra Portal, intitulado Ventanias, que passou por reformulações no lay-out até que eu migrasse o conteúdo publicado nele para o Blogspot, onde estamos agora, com mais aplicativos disponíveis (como vídeos direto no player, por exemplo). Atualmente, eu conto com as importantes colaborações dos jornalistas Alex Jordan e Carlos Eduardo Freitas, colunistas que muito me honram nessa parceria, em que são os leitores que lucram - por meio de suas saborosas crônicas.
A intensidade das postagens ainda não é a ideal, ao menos em relação ao que eu considero como mais adequado, até porque trabalho em dois lugares todos os dias e arranjar tempo é cada vez mais difícil. No entanto, esse fator tem registrado melhoras nos últimos meses e não tenho dúvidas de que logo os posts serão mais frequentes. O importante mesmo, gente, é que a qualidade daquilo que vocês lêem, escutam e vêem aqui permaneça intacta. Se eu demorar alguns dias para atualizar o blog, mas quando eu conseguir fazê-lo, vocês puderem refletir sobre algum assunto tratado, então, eu já estarei realizado.
Já estamos entre os 100 blogs mais acessados na área de comunicação em todo o país, segundo dados do Google Analytics e o parecer inicial do concurso Top Blog 2009.
Vocês fazem parte dessa conquista!
Muito obrigado!