Sempre me impressiona a capacidade que a Folha de S. Paulo possui para publicar editoriais e colunas repletas de baboseiras. Nesta sexta-feira, 28 de agosto, o brincalhão da vez é o "distinto" presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que conta com um espaço semanal no jornalão da família Frias. Imaginem que no texto de hoje, o "senhor feudal do Maranhão" comenta a situação das mulheres do Oriente Médio e, pasmem: disserta sobre a falta de democracia na região.
Eu pergunto: quem é José Sarney para falar em democracia? Ele já esteve, alguma vez, naquela região? Conversou com as mulheres de lá? Sabe, ao certo, como elas se sentem?
José Sarney, para quem não sabe, é filho da ditadura militar que assolou o Brasil durante mais de duas décadas (1964-1985). Sua família, tal qual um clã, governa o Maranhão com mãos de ferro há anos, porque, a exemplo do que acontecia aqui na Bahia até a queda de ACM [o avô], ela tem poder suficiente para controlar os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário do estado - tanto que derrubou, recentemente, o governo de Jackson Lago (PDT-MA), eleito pelo povo.
Não esqueçamos, também, de seu império de comunicação (que envolve jornal, rádio, TV e outros veículos). Logo, ele também monopoliza o chamado "quarto poder" por lá.
Sarney, que ao contrário do que tem afirmado, processa jornalistas e combate à liberdade de expressão.
Sarney, dos atos-secretos, do nepotismo, dos escândalos de improbidade administrativa.
Sim, senhores, Sarney, "o democrata", escreve hoje sobre democracia na Folha de S. Paulo, jornal preferido da classe média tupiniquim.
O escritor libanês Gibran Khalil Gibran escreveu, há 70 anos, que "a bondade é a sombra de deus sobre os humanos". Eu, por minha vez, digo que a hipocrisia é a sombra da sujeira sobre eles.
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