segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Marina defende que combate à crise deve ter foco no meio ambiente*

Foto: Wilson Dias/ABr
A senadora Marina Silva (PT-AC) considera que não há como separar a crise econômica da ambiental. A avaliação foi feita no sábado, 15 de agosto, em meio a um debate sobre clima e meio ambiente, promovido pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Os trabalhadores rurais estão acampados em Brasília desde a última segunda-feira, 10, onde reivindicam melhorias para as famílias que vivem no campo.

“A crise econômica é grave e precisa ser enfrentada e resolvida e a crise ambiental também. Uma não é em oposição a outra. As coisas têm que ser integradas. Não que há de se por em oposição desenvolvimento e preservação. É parte da mesma equação”, observou a senadora.

No evento, Marina afirmou que a crise econômica mundial “agora bateu no teto” dos ricos, mas já existia para milhares de pessoas que morrem de Aids na África e para aqueles que vivem com menos de US$ 1 por dia, entre outras situações de pobreza.
Sucessor da senadora, o Brasil tem condições para iniciar um processo de desenvolvimento sustentável, o que acarretaria numa mudança de “envergadura civilizatória”. “Estamos diante de uma esquina ética. O nosso compromisso com as gerações futuras nos levará a duas decisões: ou não nos importamos com a possibilidade de inviabilizar a vida na Terra, ou nos importamos e começamos a fazer as mudanças que nós queremos ver no futuro”, alertou Marina.

Ela acrescentou que as pessoas acham que, para fazer algo que ainda não foi feito, tem que ser em oposição ao que já foi conquistado. “A vida não é assim. Os processos são cumulativos e tem que trabalhar com os acúmulos positivos de diferentes governos e períodos”, concluiu.

Presidenciável do "verde"?
Há cerca de duas semanas, a senadora petista foi convidada a se filiar pelo Partido Verde (PV). O objetivo do convite seria o de viabilizar a candidatura de Marina Silva à presidência da República em 2010 (a ministra Dilma Roussef deve ser a candidata do PT). A senadora já adiantou que deverá anunciar sua decisão nos próximos dias. “Não coloquei prazo, nem dia. Mas não quero prolongar esse anúncio porque não quero transformar isso em uma novela. Em respeito ao meu partido, que é o PT, ao PV e a mim mesma, justificou.
Na concepção de Marina Silva, nenhum partido irá hegemonizar o tema desenvolvimento sustentável, no entanto, ela considera que o PV tem proposto fazer uma discussão programática a respeito desse tema, colocando-o como estratégico. Apesar da quase ratificada troca partidária, a senadora desconversa quando o assunto é a presidência. “Não estamos falando de Presidência da República. A decisão que estou tomando é sair ou não do PT. O PV me fez um convite honroso e eu disse que não iria subordinar a minha decisão às duas coisas”, explicou.
Minc
Sucessor de Marina Silva no comando do Ministério do Meio Ambiente (MMA) a partir de 2008, o ministro Carlos Minc afirmou na sexta-feira, 14, que uma possível candidatura à presidência da República de parte da senadora Marina Silva traria uma perda política para o Partido dos Trabalhadores, mas, por outro lado, seria positiva para a discussão das questões ambientais.
Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr

“Seguramente, ela, sendo candidata, claro que o PT perde, perde um quadro importante. Mas a discussão da questão ambiental vai ser muito grande”, ponderou, ao participar do 1º Congresso da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema).

Na avaliação do ministro, com uma candidata ligada à militância ambiental, os outros aspirantes à presidência em 2010 teriam que levar em consideração o meio ambiente em suas plataformas eleitorais. “Eu acho que a questão ambiental, caso ela venha realmente a ser candidata, vai crescer e todos os candidatos terão que se reportar fortemente a essa questão”, projetou o ministro Minc. A saída de Marina Silva do MMA foi motivada por possíveis embates com a área econômica do governo federal.
*Com informações da Agência Brasil/publicada no portal EcoDesenvolvimento.org

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