sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A mentira de Sarney

Charge: Zé DassilvaO presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), alvo de uma série de denúncias e suspeitas de improbidade administrativa, mente quando afirma que jamais processou jornalistas. Em nota divulgada na segunda-feira, 3 de agosto, ele procurou justificar o processo movido pelo seu filho contra o jornal O Estado de S.Paulo e afirmou "nunca ter processado jornalista algum". É mentira. De acordo com o Tribunal de Justiça do Distrito Federal, o senador tem um considerável histórico nesse sentido.

São três ações contra o Jornal Pequeno, do Maranhão, e uma contra o colunista do Estadão e deputado de São Paulo João Mellão Neto. Os quatro processos se referem à publicação de matérias e/ou artigos sobre José Sarney. Lourival Marques Bogéa, diretor e proprietário do Jornal Pequeno, foi alvo de uma representação criminal movida por Sarney. O jornalista contou que seu pai, José Ribamar Bogéa, fundador do jornal, também foi processado pelo senador e acabou sendo condenado, mas foi absolvido em recurso no Supremo Tribunal Federal.

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Em 1994, Sarney também processou o Jornal do Brasil pela publicação de matérias sobre suas propriedades, máfia dos anões do Orçamento e denúncias de corrupção. De acordo com o jornalista Dalcio Mata, que na época era editor-chefe do JB, a ação movida pelo senador por danos morais exigia, como indenização, o montante de dez vezes o valor arrecadado com a venda e publicidade dos jornais que circularam com as matérias contestadas por Sarney.

Eu penso que é vergonhoso para o Brasil ter José Sarney como presidente do Senado. É a prova de que o coronelismo e todas as suas facetas ainda possuem espaço na política brasileira. O erro começa na falta de educação e conhecimento do povo, que é quem elege gente como ele, Collor, Calheiros e cia ilimitada. Uma vez eleitos, esses personagens cheios de contravenções em suas trajetórias ainda ganham outros papéis de destaque na casa federal, o que torna cada vez mais difícil acreditar em seriedade e honestidade nesse universo de podres poderes.
Em relação ao mundo, o Brasil costuma reivindicar respeito. Mas é muito difícil respeitar o Brasil.

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