sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Um laureado para o Jardim Aparecida

Com meu amigo, colega e colunista deste Blog, Alex JordanA noite de ontem foi, de fato, muito bonita. Além de ter sido graduado oficialmente, em nível institucional, Bacharel em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, acabei laureado (para a minha surpresa) aluno com o melhor desempenho de todo o curso nesses 4 últimos anos, o que fez com que minha mãe quase tivesse um pirepaque do coração, no auditório Zélia Gattai do Centro Universitário Jorge Amado/UniJorge.
Ter recebido tamanho prêmio do coordenador do curso, o também jornalista e professor Bernardo Carvalho foi edificante, em meio aos aplausos e gritos dos colegas e demais presentes. É claro que eu dividi tal conquista com todos os camaradas de sala de aula, até porque fizemos muitos trabalhos em grupo, o que significa dizer que fui muito ajudado.
Sim, passou um longa-metragem em minha cabeça, como havia de ser. Eu penso que, naquele exato momento, eu estava representando, modestamente, a minha origem, o lugar onde fui criado e todos aqueles que acompanharam ou ainda acompanham a minha trajetória. Recordei dos meus amigos assassinados e dos que se perderam no tráfico de drogas, sem orientação alguma, sem vida, sem nada.
Não pude deixar de lembrar das páginas policiais dos jornais gaúchos, repletas de manchetes gigantescas sobre a vila Jardim Aparecida e a cidade de Alvorada (RS) - campeãs de homicídio, de assaltos, de tráfico, de casos de HIV, enfim, toda uma gama de calamidades sociais resultantes de diversos fatores. Agora não. Um filho desses lugares os representava de outra forma, um modo positivo, progressista, benéfico.
Em dezembro, quando eu visitarei o Rio Grande do Sul, em férias, quero mostrar a todos do lugar de onde eu vim que é possível. Em contato com as crianças e os jovens, direi que quem vem de lá também pode alçar vôos altos, desde que esteja disposto a resistir as adversidades, superar as limitações e se manter inocente.
Provar primeiro para si, e depois para todos os descrentes, que nós não precisamos da pena de ninguém.
Diante de tantas adversidades e desigualdades, precisamos despertar os guerreiros que estão em nós.
Nada mais.

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