sábado, 26 de setembro de 2009
Opinião
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Novidades
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
A Rua dos Cataventos - por Mário Quintana*
domingo, 20 de setembro de 2009
Circo para poucos
Dos parabéns ao vencedor
sábado, 19 de setembro de 2009
Expectativa de um grande jogo
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Um sábado especial
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Crônica de um racismo desnudado por si mesmo
Balizando minha fala por uma irrepreensível crítica de Edson Lopes Cardoso, do Jornal Irohin, gostaria de contar-lhes uma história real, mas que pareceria com roteiro do Casseta e Planeta, se não fosse o teor cruel por trás dele. Antes de qualquer coisa, destacarei a seguinte citação do artigo de Edson: "fato é que os negros vivem em um mundo em que se sabe de antemão muita coisa sobre eles. Impressiona a quantidade de informação que o olhar racista pode colher em um rosto negro. Os negros são no Brasil a evidência pública de um conjunto de delitos”.
Salvador, tradicional sol a pino, e uma viagem supostamente tranquila em um buzú – que os mais impolutos cismam em chamar de ônibus que faz o transporte público na capital baiana. Tudo ia bem até um jovem negro, aparentando ter uns 19 anos de idade, levantar-se da poltrona onde estava sentado ao fundo do coletivo, que saíra há sete minutos da Estação Mussurunga, rumo à Lapa.
O pânico se apoderou da maioria dos poucos passageiros (perdão pela gafe gramatical!) que viajavam naquele buzú. O jovem negro ficou próximo ao motorista, com cara de poucos amigos, em – como diriam os policiais – ‘atitude suspeita’. As mulheres agarravam suas bolsas, esbugalhavam os olhos, tremiam internamente. Esperavam que em uma fração de segundos aquele jovem anunciasse o assalto!
A tensão aumentara. O jovem puxou a cigarra, pedindo parada para o próximo ponto - um que dá acesso ao Bairro da Paz (estereotipadamente conhecido pelos soteropolitanos como um dos mais violentos da cidade). Os elementos colhidos, preconceituosamente, daquele rosto negro se concretizavam. ‘Ele olhava desconfiado para trás’, parecia mesmo que iria ‘aprontar algo’.
Momento de frio na barriga. O jovem negro se preparou para saltar do ônibus – ‘é agora’?! “Tcharam! Peguei vocês, hein! Estavam morrendo de medo, achando que eu ia assaltar o buzu, né?! Bonito!...” – aquele jovem negro esculachou em tom de ironia, deboche e repreensão. Ele, apenas, entrou no jogo racista daquelas mentes que o pré-julgavam e foi à forra quando viu a cara de bocós que eles fizeram ao perceberem-se desnudados em seu preconceito racial.
Sem mais.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
EcoD conquista o título do TOP BLOG 2009 na categoria Sustentabilidade
Em menos de um ano disponível na internet, o portal EcoDesenvolvimento.org já conquista o seu primeiro prêmio em nível nacional. Sem dúvida alguma, é uma satisfação enorme integrar este time de profissionais tão competentes, que não fazem jornalismo apenas para vender, mas sim para informar os cidadãos por meio de conteúdo de interesse público.
Sim, é possível.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Da série "Contos-Curtos-que-eu-publicaria-no-Twitter-mas-tenho preguiça"
Decisão
Samba e amor...
Composição: Chico Buarque
Interpretação: Bebel Gilberto
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã
Escuto a correria da cidade que arde
E apressa o dia de amanhã
De madrugada a gente 'inda se ama
E a fábrica começa a buzinar
O trânsito contorna, a nossa cama, reclama
Do nosso eterno espreguiçar
No colo da bem vinda companheira
No corpo do bendito violão
Eu faço samba e amor a noite inteira
Não tenho a quem prestar satisfação
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito mais o que fazer
Escuto a correria da cidade. Que alarde!
Será que é tão difícil amanhecer?
Não sei se preguiçoso ou se covarde
Debaixo do meu cobertor de lã
Eu faço samba e amor até mais tarde
E tenho muito sono de manhã.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Razões para preferir Nilmar
Foram três gols importantes e mais a participação no gol de Júlio Batista, fora a disposição e garra demonstradas durante toda a partida. Ao contrário do colega mais famoso, que tem jogado uma bolinha de dar sono há muito tempo, o participativo e eficiente Nilmar tem fome de bola, causa um verdadeiro alvoroço nas defesas adversárias e já balançou as redes inimigas 5 vezes, em apenas 6 chances que teve (convocações).
Robinho, que é dotado sim de grande potencial, precisa se preparar melhor para servir a Seleção Brasileira. Um tempo seria essencial, penso eu, até porque não vejo nem objetividade, tampouco tesão em vestir a camisa canarinho por parte desse jogador, que por sinal vive um mal momento em seu time, o Manchester City, da Inglaterra. Jogar só apoiado no nome não dá.
Dunga, se for menos teimoso e mais justo, dará a César o que é de César, até porque a convicção burra nada mais é do que a teimosia disfarçada.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Crônica de uma policial exemplar ou quando a boa índole extrapola a farda e se torna exemplo geral
O fato, verídico, se deu em uma cidade que compõe a Região Metropolitana de Salvador: Camaçari. Com seus mais de 200 mil habitantes, o município, entre suas Glebas e seus Phocs, jamais poderia imaginar que, de tão inusitado, parecia irreal.
O sol se punha, dando ao final da tarde aquele ar de saudosismo magistral. Um degradé em tons brandos se formava no horizonte... E lá, em uma discreta rua do bairro estranhamente chamado de Lama Preta, os poucos raios de sol, que ainda restavam, refletiam uma luz advinda de uma bem asseada janela. Neste lugar, de uns poucos metros quadrados, não era apenas a limpeza que chamava a atenção, mas sim quem executava uma cuidadosa faxina: uma policial militar, fardada.
Foto: Mônica Nogueira
Mas, não era uma simples policial militar, era Cláudia Regina Andrade Jesus Souza - ou Soldado Andrade. Atenta ao movimento na rua, ela se desdobrava entre fazer seu papel de vigilante pela segurança da população e de zeladora (de quem zela, e não a figura chamada ‘diarista’) do seu ambiente de trabalho: o Módulo Policial do lugar. A Soldado Andrade bem que merecia uma medalha de honra ao mérito, pois fazia daquele módulo sem estrutura um local limpo e digno de ser habitado por seres humanos, de farda. Mas, ela preferia o anonimato da modéstia e ainda atribuía o ato de nobreza ao colega de plantão, o Soldado J. Souza.
É sabido que muitos agregados à corporação militar têm seus ‘pecados’, suas obscuridades. Mas, é enaltecedor para um cidadão comum, que paga suas contas e cumpre com suas obrigações cíveis presenciar tal cena. A Soldado Andrade, sem se preocupar com patente ou coisas derivadas, limpava os vidros do módulo, com perfeição. Coisa que não se vê acontecer no funcionalismo público ou mesmo em outros ambientes da própria polícia. Mas, Andrade, com os seus 35 anos de idade e 12 de profissão, casada, mãe de uma filha de 10 anos, não se assustava com sua própria atitude. Aquilo para ela era normal: “Faço isso, porque gosto de estar em ambientes limpos. Me preocupo com a impressão que as pessoas têm do meu ambiente de trabalho, mesmo sendo este um Módulo Policial”.
Surpreendendo ainda mais, a policial militar ainda afirmara: “Não perco minha autoridade policial por higienizar o lugar”. Como pensamentos assim fazem falta nos dias de hoje, nos dias de sujeira geral no Senado, nas CPIs e negociatas interpartidárias no nosso Brasil varonil... Claro que a organização Militar precisa ter seus funcionários que cuidem da faxina, mas, como diria um grande pensador: “Em terra de paca, tatu caminha dentro”. Traduzindo: na falta de estrutura, prevalece o bom senso e a boa vontade. Esta policial é um exemplo. Exemplo de como podemos ser resilientes e fazer das dificuldades um trampolim para mostrarmos nossa nobreza de espírito.
Essa história, repito, é verídica e foi retirada de uma matéria publicada em um jornal da Região Metropolitana de Salvador, o Camaçari Fatos e Fotos.
*Carlos Eduardo Freitas é jornalista. Colabora com este Blog desde janeiro de 2009.