Foto: Galeria Experiência
Essa já faz tempo: cerca de uns seis anos. Eu morava no Rio Grande do Sul, ainda, e sequer imaginava que um dia viria para à Bahia (até hoje não acredito que estou aqui). O fato é que eu estava na praia de Capão da Canoa, no litoral gaúcho, bebendo uma cervejinha com uma namorada dos tempos de escola, sobre a areia, a beira mar. Um amigo, de nome Vinícius, nos acompanhava. Eis que, de repente, vinha vindo uma gostosa daquelas de enlouquecer o peão. O sacana do meu camarada logo me deu um toque, sem que a "nega véia" pudesse perceber.
Não acreditei. Era uma loira espetacular! Cabelo longo, sedoso, olhos verdes (um verde-oliva que não aquele barrento, das praias gaúchas), ai meu deus, e o biquini? Preto, pequenininho, moldado para aquele corpaço bronzeado que, ai... E a guria se aproximava de onde nós estávamos, requebrando tal qual a garota de Ipanema, valorizando aquelas curvas intermináveis em cada passo, em cada compasso.
Pensei: quando ela passar por aqui, vou ter que dar uma olhada daquelas! Azar! Como as mulheres comprometidas parecem sofrerem da maldição de perceber a proximidade da progesterona alheia, ocorreu que a minha companheira, que se bronzeava solenemente, posionada de bruços, resolveu virar e se colocar sentada, assim como estávamos Vinícius e eu, como em uma arquibancada do Beira-Rio.
Mas minha consciência travestida de diabinho procurava me tranquilizar, diante daquela boa tensão: calma, rapaz, vou te ajudar! Olhe a gostosa na cara-dura, que tudo vai dar certo!
Eu queria seguir o conselho, mas, por outro lado, minha consciência travestida de anjinho fazia das tripas o coração para equiparar a balança: olhe, Murilo, se você for atrás das ideias do meu inimigo vermelho e preto, vais acabar dormindo no sofá!
Mas não tinha jeito. A gostosa estava próxima. Vinícius delirava só de ver: Aaahhh, Uuuuhhhhh, todos os gemidos e sussurros possíveis. A praia toda parou para vê-la (aquele bumbum escultural, minha nossa!) - ela era demais mesmo. A tal ponto que a minha então namorada chegou ao ponto de dizer: olha, Murilo! Olha porque ela é gostosa mesmo!
Bah, aí eu enlouqueci (sequer respondi). Olhei mesmo! Discaradamente, sem vergonha, desprovido de pudor algum, olhei de cima a baixo, os lados todos, me deliciei só de ver, porque era o possível naquele contexto. Em seguida, a loira foi embora, já ia lá longe no horizonte. Mas a minha namorada estava me fitando, com cara de poucos amigos, de pouca conversa. Agora, a situação era pavorosa, de pavor-pânico.
Eu pensava nas saídas possíveis.
Lembrei do diabinho da consciência: "cadê aquele fdp que prometeu me ajudar?".
Então, talvez por influência dele, que se via evocado, tive uma ideia. Virei completamente para a minha namorada, encarei-a de frente, olhando nos olhos, e disparei a questão:
- Amor, tu viu que mulher vulgar aquela? E aquele biquinizinho? Amor, duvido que tu usarias um biquini daqueles!
PPPFFFFFFFFF! Lá estava o Vinícius cuspindo a cerveja de tanto dar risada, em vez de me ajudar, ficando quieto.
Apesar de ter dormido no sofá, horas mais tarde, como bem avisou o lado angelical-todo-certinho-e-infeliz de minha consciência, confesso que foi a melhor sacada que já tive numa situação de adversidade como aquela.
Com o afrouxamento da puberdade, me transformei, praticamente, em um santo, nas praias quentes e maravilhosas da bela São Salvador.
2 comentários:
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Gênio! Me lembro até hoje! Tá loko!
Cara, saudade de ti. Em dezembro estaremos em festa. Grande, Murilo! E dá-lhe colorado!!!!!!!
Meu, dá um jeito nesse negócio de conta do Google, que é um saco. heehehehehe
Abraço.
Vinícius Costa
Fala, Vinícius.
Tudo beleza? Faz tempo essa, hein?
Cara, me adicione aí: muriloalvesgitel19@hotmail.com
Um abraço!
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