O cenário: a mesa de um bar no bairro do Rio Vermelho, em Salvador (BA).
Os personagens: Lúcio Sampaio e Alessandra Folguedo, ambos funcionários públicos e colegas de repartição.
O tempo: início de uma noite de abril, de 2009.
Eles conversam informalmente:
- Muito boa a sua ideia de sairmos do trabalho direto para esse choppinho gelado, ainda mais aqui no Rio Vermelho, bairro onde me sinto tão bem, Lúcio!
- Verdade, Alê! De vez em quando é bom respirar outros ares com os amigos, sair daquele verdadeiro inferno que é a repartição, tomar umas e outras e jogar conversa a fora...
- É isso. Olhe o garçom aí! Vai mais uma, amigo?
- Opa, vambora! Ô "meu primo", desce mais uma aqui pra gente!
- Só um minuto chefia!
Com pouco serviço para fazer, já que o bar estava praticamente vazio, o garçom foi obrigado a interromper as olhadelas para a calcinha preta e rendada de Alessandra, que aparecia de forma saliente pelo fato de a moça estar sentada, o que fazia com que a calça dela descesse até um pouco abaixo da cintura. O funcionário foi buscar mais uma gelada para o casal de amigos. A essa altura, Lúcio também já se dera conta da bela imagem que a peça íntima da colega proporcionava, embora conseguisse disfarçar de alguma forma. Todavia, o efeito que o álcool começava a fazer aguçava mais os seus sentidos insanos do instinto.
Nesse meio tempo, o dono do bar resolve colocar um de seus DVDs piratas comprados na passarela do Shopping Iguatemi para distrair seus parcos clientes. A atração? A banda de forró (?) Calcinha Preta, sucesso já consolidado em praticamente todas as paradas musicais do Norte-Nordeste brasileiro, e que ganha, cada vez mais, o mercado das cidades mais ao Sul do país, como por exemplo São Paulo.
- Aqui está a cerveja!
- Ah, sim. Muito obrigado!
Cervejinha vai, cervejinha vem, um 'golinho' lá, outro 'golão' acolá, conversas cruzadas queimando à pimenta, olhadelas de um lado, olhadinhas do outro também... E na TV posta bem perto da mesa onde o casal está, o som estridente da Calcinha Preta, com o seu brega influenciado pelo saudoso Waldick Soriano, o pai do estilo "Eu não sou cachorro não", apenas mais estilizado e produzido.
Ela pergunta:
- Lúcio, você é um cara bem eclético, não é verdade?
E ele, agora já sem o mínimo de pudor, olhando explicitamente a instigante lingerie da colega :
- Sou sim, Alê...
E ela, curtindo o show do DVD da banda de forró (?):
- E da Calcinha Preta, Lúcio, você gosta?
E o rapaz, com um sorriso desavergonhado, depois de um intervalo de cerca de dez segundos:
- Gosto, Alê, ah, se gosto... Rendada, então...
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