quinta-feira, 28 de maio de 2009

“Gostaria de entrar e tomar uma xícara de chá”?

Foto: Divulgação
Por Carlos Eduardo Freitas* [cadusongs@yahoo.com.br]

Nas andanças pelas ruas, becos, vielas e lugares outros dessa singular, desigual, mas surpreendentemente insólita capital baiana, encontrei, há exatos quatro anos, com uma figura inusitada: a roqueira Isabella. Aquele encontro, rendeu uma breve amizade virtual nesses dias atuais. Apesar da roqueira não morar em Salvador, ela vai figurar a Coluna Gentes in Lugares dessa semana.

Quero deixar claro que este colunista não está recebendo nenhum tipo de ‘jabar’, mas acredita que o projeto-rock Áiza, que tem como líder, Isabella Maciel, merece ganhar visibilidade. Abaixo um release deste surreal trabalho musical, redigido pelo blogueiro que vos escreve: Pare! Pense rock! Agora pegue todas as tendências e variantes deste ritmo, joguem-nas em um turbilhão de sonoridade criativamente original e, o resultado... Áiza, rock insólito!

Na contracorrente do próprio rock, fazendo-o com trocadilhos e um psicodélico modo de ver a própria vertente musical, a baiana Isabella Maciel faz brotar, como uma rosa no ressequido sertão da cena rock da Bahia, o projeto Áiza - diferente de tudo que já se ouviu.

Não importa o estilo ou os desfeches sonoros que ele produz, Áiza desobedece ao convencional e ao linear: hard rock, metal progressivo, punk rock, rock n'roll clássico, new metal, gothic metal ou metal melódico – tudo é abduzido, reprocessado com influências de Los Hermanos, trilha sonora do Chaves, Coldplay, macarrão instantâneo, Vanessa da Mata e alguns calmantes, e o produto final é um som difícil de se definir, mas instigante de se escutar.

"Nas minhas músicas eu costumo deixar que os arranjos fluam inconscientemente conscientes. Inovador? Talvez. Só mais uma banda de rock? Nunca. Seria muita pretensão da minha parte afirmar que estou criando um novo estilo musical no rock, o correto seria afirmar que não tenho uma definição, pois em cada música procuro seguir uma nova linha velha”, revela Isabella, vocalista e autora do projeto.

Áiza é insólito devido ao teor de estranheza das letras, assim como o título de algumas delas também – A Moça do Chá, Zapeando – refletem a força e a ironia que este projeto quer trazer, seja pela voz incomum da cantora ou pelo avesso lírico do romantismo crítico, na canção Não era Sério ou em Reflexolidão: “não sei onde posso encontrar minha porção de existência... Não desligue a tevê, pois vai começar o show da destruição... Não estou dissimulando e nem fingindo algo que estou sentindo”.
*Carlos Eduardo Freitas é jornalista e colabora com este Blog desde janeiro de 2009.

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