sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Ainda Leo Kret



Ainda repercute bastante a eleição da dançarina de pagode Leo Kret para vereadora, em Salvador. Ter sido a quarta mais votada na luta pela Câmara Municipal incomodou e ainda incomoda muita gente, que vê na sensação do pleito deste ano, a síntese da falta de seriedade na política brasileira e baiana.
Agora, cá entre nós: vamos e convenhamos. Eu até aceito a crítica à vitória da transformista Leo Kret quando o argumento é o de que ela não apresentou propostas para solucionar pelo menos alguns dos problemas da capital baiana.
Mas, sinceramente, o que observo na maioria das pessoas que se mostram inconformadas com a votação esmagadora da dançarina é um preconceito enrustido, em forma de indignação. Leo Kret não pode ser vereador (a) por ser homossexual, negra e suburbana?
Vamos esperar para criticar ou elogiar, gente. Mais vale uma Leo Kret na Câmara do que um Valdenor Cardoso, um Beto Gaban ou uma Ariane Carla. O que foi que eles fizeram por nós? O que é que aqueles que foram eleitos nas eleições de 2004 fizeram?
Quem levanta tanto esta bandeira do puritanismo em relação a eleição de Leo Kret tem cobrado dos políticos que ajudou a eleger nas últimas eleições, seja por visita pessoal, telefone, e-mail ou carta?
Hipocrisia fede, viu?

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