sábado, 1 de novembro de 2008

Se o inferno existe, deve ser algo como os ônibus de Salvador



Quem acredita na máxima de que "dois corpos não ocupam o mesmo espaço", certamente numa entrou em um ônibus do transporte coletivo de Salvador. Sem querer posar como sulista superdesenvolvido, mas, cá entre nós, vamos começar pelos modelos dos veículos utilizados aqui na capital baiana: eles são tão idênticos aos que Porto Alegre usava no início da década de 90. Convenhamos...
Além das cadeiras duras e dos corredores estreitos, os ônibus de Salvador ainda contam na maioria das vezes com um número de passageiros muito maior do que a capacidade máxima do coletivo. Logo, não é preciso ser um bom matemático para chegar a conclusão de que, se dez pessoas sobem em cada ponto e nenhuma desce, rapidamente teremos lotação... É o supra-sumo para os olhos do capeta!
Sem falar nas discussões clássicas entre barraqueiras e motoristas no Estação Mussurunga, pagodes estridentes e desafinados nos bancos de trás, marmanjos suando e sem camisa, cheiro de perfume Charisma, falta de ar, cutuveladas na nuca, empurrões, mendicância, motoristas e cobradores despreparados, seres humanos tão desenvolvidos quanto os neandertais.
E nós, despolitizados, ainda adiantamos o pagamento dos empresários donos das empresas (ir) responsáveis pelo transporte público diariamente, nos postos de recarga do Salvador Card, a magnífica criação do prefeito Janjão.
Não é a toa que os baianos preferem chamar o ônibus de Salvador de "humilhante".

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