terça-feira, 12 de agosto de 2008

Da dupla função no jornalismo esportivo baiano


Crédito da imagem: imprensamarrom.org.br
Como trabalho com jornalismo esportivo em Salvador, há mais de um ano, acesso frequentemente os sites referentes à área, bem como os demais meios de comunicação da capital baiana. Tudo bem, nada mais natural do que isso. Ocorre que tenho observado um certo comportamento que considero antiético da parte de alguns colegas e que tem tido a conivência de algumas mídias cá da Soterópolis.
A moda agora no futebol são as assessorias esportivas. Veja bem, não me refiro a assessoria de comunicação. As assessorias esportivas [e que fique bem claro que não tenho nada contra elas] oferecem contratos a deteminados jogadores, sobretudo das categorias de base, com o objetivo de auxiliá-los, ora com material de trabalho adequado, como chuteiras e luvas novas ou alguma medicação, vitamina, passagem para visitar os familiares no interior que seja! Em troca, a empresa passa a ter os direitos dos atletas, viabilizando negociações e lucrando de acordo com a porcentagem acertada no caso de alguma venda. Tudo bem. Faz parte deste capitalismo selvagem.
O problema é que tem jornalista administrando e/ou participando das tais assessorias. Prestam serviços a elas. Tem radialistas e repórteres que exercem esta dupla função. Eu questiono: esse comportamento seria pautado pela ética? Eu duvido muito que um repórter "x" irá falar mal de um jogador que é cliente de uma determinada assessoria "y", da qual trabalha. E olhe que tem até comentarista de jornada esportiva, numa rádio local, administrando uma dessas assessorias. Será que esses profissionais irão comentar maravilhas a respeito de seus clientes nas transmissões?
E o pior é que os portais esportivos publicam notícias assinadas por essas pessoas que exercem a dupla função, não sei se por falta de checar a procedência da informação ou por conivência. Toda a falta de ética é pouca.

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