quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Crônica da brabeza feminina

Sua namorada está puta da cara com você durante dias, extremamente rêtada, a ponto de explodir e olhe que nem é época do período menstrual. Você fica encucado, pensa em milhões de coisas, numa maneira de solucionar esse verdadeiro inferno astral. Ao chegar do trabalho, cansado, se dirige à companheira e dispara:
- O que é que foi?
Ela retruca, desconfiada:
- O que é que foi o quê?
Você triplica:
- Como assim?! É você que está com essa cara de poucos amigos, me tratando com indiferença.
- Eu não tenho nada.
- Não tem nada como? Em que sentido? Não é possível, amor, você está estranha.
- Eu estou chateada, só isso.
- Ok. Chateada com o quê? Foi algo que eu fiz e que você não gostou ou alguma coisa que eu não fiz e você também não tenha gostado?
- Nenhuma das opções. Estou braba comigo. Tenho direito de ficar p... da vida comigo e espero que você respeite isso.
- Sim, tudo bem, mas calma lá, minha senhora! Eu respeito um momento complicado, talvez até existencial que estejas passando, mas também penso que ao menos tenho o direito de ser informado a respeito do motivo que te chateia, afinal, moramos juntos.
- Olha, eu não vou discutir com você hoje, não mesmo, eu estou muito cansada. Amanhã conversamos, vou tomar um banho e dormir. O jantar está sobre o fogão.
Sua namorada fica seis milhões de vezes mais irritada ao fingir que dorme, no quarto com a porta aberta, enquanto você fala sozinho sem perceber, diante da televisão, às 22h30, reclamando do técnico que escalou o seu time do coração de maneira contestável:
- Que merda! O D'Alessandro começará na reserva. Será que tem cerveja no freezer?
Fecham-se as cortinas e nasce um novo dia em algum lugar da América do Sul.

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