segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Nova Alvorada

Foto: Eduardo Rodrigues/Diário Gaúcho


Telão improvisado no centro da cidade exibiu a trama.
Fiquei muito contente ao ler o Diário Gaúcho, via internet, na manhã desta segunda-feira, 8. Isso porque na capa do jornal, enfim, a cidade de Alvorada, na região metropolitana de Porto Alegre, onde fui criado, aparece como uma boa notícia, bem distante das constantes chamadas nas páginas policiais dos principais jornais do Rio Grande do Sul.
Isso porque o longa-metragem Dá 1 Tempo!, filmado no município e que contou com as participações de atores/moradores da região já está pronto e foi rodado ao ar livre, na Praça Municipal, na noite deste domingo, 7. Segundo o DG, apesar do frio intenso registrado no Rio Grande do Sul nos últimos dias, boa parte da população compareceu para assistir o filme dirigido por Rodrigo Castelhano e Evandro Berlesi, que conta histórias de desilusões amorosas vividas em Alvorada.
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Embora a cidade esteja historicamente marcada pelos baixos índices de desenvolvimento humano e a criminalidade, sempre critiquei os meios de comunicação de Porto Alegre por veicularem unicamente os problemas sociais de Alvorada, negligenciando os projetos importantes que ocorrem nos bairros, com o nobre objetivo de amenizar as tragédias diárias e a ineficiência política do Estado.
Até hoje, mesmo morando em outra cidade e região do país, faço questão de, sempre que perguntado a respeito de minha origem, dizer que nasci na capital gaúcha, mas fui criado em Alvorada, porque tenho uma satisfação enorme de ter resistido a todas as tentações negativas e típicas de um lugar periférico, contribuindo, com o meu crescimento pessoal, modestamente, para uma nova visão acerca do município.
Há poucas semanas, o judoca Evandro Rosa, de 14 anos, do Jardim Aparecida, bairro de Alvorada onde o blogueiro morou e passou a maior parte dos dias da infância e juventude, esteve aqui em Salvador, representando o Rio Grande do Sul e o Grêmio Naútico União no Campeonato Brasileiro da categoria. A avó dele, dona Vera, ficou hospedada em minha casa. O guri ficou em terceiro lugar e conquistou o bronze. Ficou inconformado, porque já é campeão nacional e sul-americano, e sabia que podia ter levado o título.
Mas ele fez a bandeira do Rio Grande do Sul ser elevada ao pódio, devagarinho, numa cena que jamais sairá de minha cabeça. Chorei como uma criança de colo no Sesc do Aquidabã, porque vi muito de minha vida no suor sagrado de Evandro.
Ele também, assim como eu, luta muito todos os dias para contrariar as estatísticas.

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