Por Mário Quintana
Por acaso, surpreendo-me no espelho: quem é esse
Que me olha e é tão mais velho do que eu?
Porém, seu rosto... é cada vez menos estranho...
Meu Deus, meu Deus... Parece
Meu velho pai - que já morreu!
Como pude ficarmos assim?
Nosso olhar - duro - interroga:
"O que fizestes de mim?!"
Eu, Pai?! Tu é que me invadistes,
Lentamente, ruga a ruga... Que importa? Eu sou, ainda,
Aquele mesmo menino teimoso de sempre
E os teus planos, enfim, lá se foram por terra.
Mas sei que vi, um dia - a longa, a inútil guerra! -
Vi sorrir, nesses cansados olhos, um orgulho triste...
* Publicado em Apontamentos de história sobrenatural. Porto Alegre: Globo & Instituto Estadual do Livro, 1976.
2 comentários:
Grande Murilão!
Quinta rules.
abração, barão!
Grande Zeca - o melhor editor de imagens desta Bahia! Hehehe
E aí, cara!
Bacana te ver aqui no blog!
Já viu o teu crédito na caricatura do "mequetrefe" do Alex???
Abraço, barão!
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