sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Paulo é um lobo em pele de Carneiro



Odiado por uns, idolatrado por outros, assim é Paulo Carneiro, novo gestor de futebol do Esporte Clube Bahia. Alguns dizem que ele enriqueceu depois de ter desviado dinheiro dos cofres do Vitória, rival do tricolor baiano, onde o empresário foi presidente e ainda é (por incrível que pareça) conselheiro. O certo é que nunca ninguém provou esse boato. Aliás, a empresa Grama, que lida com produtos agrícolas em Feira de Santana, é de propriedade de Carneiro, e ao que se tem conhecimento, sempre foi o seu maior ganha-pão.

Paulo Carneiro é o dirigente mais truculento do futebol baiano. Atura a imprensa porque não tem outro jeito, já agrediu repórteres de TV e rádio, chamou de macaco o goleiro Felipe, que defendia o rubro-negro e atualmente está no Corinthians, enfim: nos tempos de "leão", batia ou mandava bater. Como uma espécie de ACM da bola, o cartola era - e ainda é muito mais temido do que respeitado (faço esta constatação pois há quem não saiba diferenciar uma coisa de outra).

No entanto, o atual manda-chuvas de Itinga também tem virtudes. Ele foi o maior responsável pela estruturação do Vitória a partir da década de 1990. É um profissional competente na área em que atua, pois entende muito quando o assunto é a palavra profissionalização.

Ademais, não bajula a imprensa (o que é raro no futebol em Salvador), é implacável contra a falta de caráter de alguns jogadores "barqueiros", que nessa área são aqueles que priorizam noitadas de orgias, bebedeiras e transgêneros, além de pensar 100 mil anos-luz à frente de seres/jurássicos/tricolores como Paulo Maracajá (ou seria Maracujá, de gaveta?) ou Marcelo Guimarães (o pai).

Agora, cá entre nós, entrar na onda de endeusar Paulo Carneiro é típico mesmo de torcedores apaixonados e alienados, senão, vejamos: durante o reinado do dirigente a frente do Vitória, quantos títulos relevantes o rubro-negro conquistou? Deixemos os campeonatos estaduais (que é obrigação) de lado.

O "leão" foi campeão nacional? Regional, então? Ganhou visibilidade no Brasil? Sócios? Torcedores em número suficiente para lotar o Barradão? Viu algum retorno efetivo das negociações de atletas para o exterior, como no caso do zagueiro Adaílton? Não??? Nada??? Então ele não é tão bom assim.
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Pituaçu
Quero dizer o seguinte: Paulo Carneiro é um bom gestor em determinadas áreas de um clube de futebol, todavia, não é um mágico capaz de fazer desaparecer todos os problemas que se arrastam há muito tempo no Bahia, que de tão atrasado que é, sequer tem eleições diretas para presidente, o que dirá estádio próprio...

A propósito, com todas essas novelas referentes à interdição da Fonte Nova e a finalização da reforma de Pituaçu, tem muita gente crente de que o estádio Roberto Santos será uma exclusividade para o prazer da imensa torcida tricolor. Ledo engano, meus amigos. A imprensa e o próprio governador Jaques Wagner, que alimentam essa ilusão por conta de seus interesses específicos, parecem esquecidos de que Pituaçu é do Estado, e não de um único clube. Nem do Bahia.

Eu até concordo que o Bahia é o maior interessado, afinal, mais do que nunca (como diria o chato do Faustão) ficou sem praça esportiva, além de disputar três competições importantes no ano como o Baianão, a Copa do Brasil e a série B do Brasileirão. Mas, paremos por aí.

Se o Barradão for reformado e o Vitória quiser jogar em Pituaçu, o governo, por intermédio da Sudesb, terá de cedê-lo. Caso o Galícia, o Ypiranga, ou o Leônico que seja manifestem o interesse de usar o Roberto Santos para os seus jogos na 2ª divisão do Campeonato Baiano, eles o terão, assim como o Bahia. As atividades pontuais de escolas e eventos esportivos de âmbito estadual também terão o mesmo direito.

E, francamente. Torcedores alucinados como o carnavalesco Ninha, que acreditam em papai noel tricolor, duendes e no curupira, podem tirar o cavalinho da chuva. O Bahia não tem bala na agulha para arrendar o estádio de Pituaçu, a exemplo do que o Botafogo fez com o Engenhão, no Rio. Caiam na real! O Bahia estudava há dois meses leiloar o ônibus do time para pagar as dívidas gigantescas com os funcionários. Alguém já esqueceu dos quatro meses de salários atrasados, "revolta da cozinheira" e todas as outras situações constrangedoras.

Gente, o que é mais difícil de admitir, é que a história do Bahia é gloriosa demais para o que fizeram, o que fazem e o que ainda irão fazer com ele. Gente, o "Marcelinho" e o Paulo não sois máquinas, carneiros é o que sois.

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